segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Máscara (A palavra 'persona')

Máscara de teatro romano

Lembram-se da fotografia que vimos nesta mensagem (E esses olhos?) do passado período? Era um rosto que parecia uma máscara. Escrevi que um dia haveríamos de ver qual era o significado inicial da palavra persona. Seja o dia esta segunda-feira, 10 de janeiro, em que voltamos às aulas depois das férias de Natal. Vejam como é curioso.


MÁSCARA

Hipócrita é o termo etrusco, aproveitado pelos romanos, para actor, ou seja, aquele que finge ser o que não é. Mas pessoa, segue exactamente o mesmo caminho. Também em etrusco phersu começou por se referir à máscara do actor, como na Grécia. Sucessivamente, veio a ganhar o significado do papel atribuído à máscara, as características desse papel, à própria personagem. A terminação na entrou em todas as línguas latinas (menos o romeno). Assim a palavra latina persona, que significa originalmente «a máscara usada pelos actores». O termo é formado por per (por, através de), e sonare (soar), de maneira que o sentido dessa combinação é: «o que serve para dar som».

Há autores que dizem que o significado mais arcaico desta palavra era carácter asumido, papel desempenhado.

A personalidade é «como uma máscara usada por um actor» mas... o papel ou carácter com que se deve apresentar deve ter algo que serve para dar sons, isto é: ter expressão.

Ora Webster define a palavra individual como: «não dividido; o que não deve ser dividido; o que existe como um ser ou objecto distinto, simples, um». Assim, a individualidade real está detrás da máscara da personalidade.

Isto vem a propósito das caretas que temos que fazer (ou na figura, se quiserem) para continuarmos a ser pessoa. Ou, de outra maneira, se a palavra não é audível através da máscara, teremos que gritar para que nos considerem gente.


Fonte: Elucidário de conhecimentos (quase) inúteis, de Roby Amorim.



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