quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Boas Festas para todos!



Eu não tenho gato. Gosto mais de cães, mas tanto faz, gostei deste desenho do amigo Ed Arruda que serve para isto, para desejar a todos os alunos de Português do 3º e 4º anos o seguinte:


Boas Festas e Feliz Ano Novo




"O pai natal não existe mas a poesia sim"

Cartaz de Marco Dias - Fotografia de César Augusto V.R.


NATAL À BEIRA-RIO

É o braço do abeto a bater na vidraça?
É o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.

Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...

Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.

Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?

David Mourão-Ferreira

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O conto do homem que gostava de comer bacalhau com todos (Fernando Hilário)



Para compreender melhor o conto de hoje é preciso saber que o bacalhau com todos é um prato da cozinha portuguesa composto por bacalhau cozido, às postas, acompanhado de batatas, cebolas, ovos e couves, tudo cozido, enfeitado com azeitonas e regado com azeite.

E agora, toca a ler... e pensar nos outros, em todos, sobretudo naqueles que não têm e nos dias que se aproximam; com esta terrível crise, milhares de pessoas vão passar maus bocados por não terem por vezes o imprescindível para comer. E grande parte dessas pessoas vivem ao pé de nós, na nossa cidade, no nosso país, podem ser vizinhos nossos. Reflictam um pouco nisso.

O CONTO DO HOMEM QUE GOSTAVA DE COMER BACALHAU COM TODOS

Um homem sentou-se à mesa para comer bacalhau com todos, mas estava sozinho. Mesmo assim, começou a comer bacalhau com todos. Mas, como se já não bastasse a coisa anterior, o bacalhau estava insonso, o azeite ácido de mais, as batatas negras, os legumes melados. Merda, disse o homem, isto está uma merda pegada! Mas, como se não bastasse, o empregado ouviu o homem a dizer merda e veio perguntar o que se passava. O homem aproveitou para repetir ao empregado que o bacalhau estava uma merda. E, disse-o alto, tão alto que todo o restaurante ouviu. O empregado achou que devia dizer ao gerente, e o gerente veio perguntar ao homem o que se passava.

O que se passa é que isto está uma merda, uma merda pegada, disse o homem. E disse-o tão alto que o restaurante todo ouviu, incluindo a cozinheira, que era gorda, como são todas as cozinheiras. Está uma merda?!; perguntou ela. Não sei porque é que está uma merda!?, concluiu ela. Está uma merda, gritou o homem, tanto que o restaurante todo ouviu, e ouviu o polícia de giro. O polícia de giro entrou no restaurante para perguntar o que se passava. O homem aproveitou para dizer que tudo aquilo estava uma merda. Mas disse-o tão alto que o comandante da esquadra da polícia ouviu, e também o bispo ouviu, e o comandante dos bombeiros também ouviu, e todos vieram ao restaurante perguntar o que se passava. E o homem aproveitava para gritar que aquilo tudo estava uma merda. E gritava tão alto que veio o Presidente da República, o primeiro-ministro e o ministro da Defesa e da Ordem. Perguntavam o que se passava e o homem dizia que tudo aquilo estava uma merda, uma merda pegada. Gritava tão alto que Deus acabou por aparecer no restaurante a perguntar: o que se passa?

O homem reconheceu Deus, cumprimentou-o com uma palmadinha nas costas, olá como estás, e aproveitou para lhe dizer que adorava comer bacalhau com todos. Vamos a isso, disse Deus. A cozinheira saltou para a cozinha. O empregado pôs uma enorme mesa, e daí a pouco tempo, todos estavam a comer. Passado um bocado, o gerente veio perguntar que tal? Está uma merda, disseram todos em uníssono.

Mas estamos todos, disse o homem.

Fernando Hilário




Isto é do Banksy


Banksy nasceu em Bristol, quer dizer, não pertence ao mundo da cultura feito em língua portuguesa, mas por vezes assim acontece neste  blogue. Saber é bom e, se o fazem através de palavras portuguesas, melhor.

Pelo menos os alunos mais velhos, pensem um bocado no desenho feito por este grafiteiro, pintor, ativista político e diretor de cinema inglês. Dá para pensar um pouco, não dá?


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

"A mata tem mistérios..."

 Mata em S. Tomé (Fotografia de Robert Grant)

Depois da música de Cesária Évora, cabo-verdiana, vamos para S. Tomé. Continuamos, pois, em África, e desta vez em português (com Cesária foi em crioulo).


A mata

Atravessando a mata. A mata vive, tem ossos, carne, coração, espírito. No carro o condutor conta a história da árvore que foi cortada num dia e no dia seguinte apareceu de pé, ainda com as marcas da serra, mas de pé e eu vi, vi mesmo. A mata tem mistérios.

Na roça do João oiço as histórias de S.Tomé, que são tantas, cruzadas, emaranhadas, resolvidas, mal resolvidas, problemáticas, esperançosas e por aí fora. O céu desaba-se em água. Chove sempre, sempre e forte. A mata tapa tudo, só se vislumbrando um punhado de casas ali, um troço de estrada mais além, o cume dum monte ao longe, uma breve vista do mar e as vozes.

A mata tem sons e vozes. S.Tomé tem povos vários, atirados do mar para dentro da mata. Com o lento escoar do tempo os povos se cruzam mas ainda dizem, nós, eles, aqueles, este é nosso, aquele é deles, não queremos saber nada deles e assim. Os povos ainda não sabem se juntar, num único abraço.


Lido no blogue Bianda


Uma ajuda do dicionário Houaiss para algumas palavras:

Mata 1. área coberta de plantas silvestres de portes diversos. 2. m.q. floresta ('conjunto de árvores') (...)

Floresta: denso conjunto de árvores que cobrem vasta extensão de terra; mata.

Roça: terreno de lavoura, grande ou pequeno; plantação, plantio.



Miss Perfumado (Cesária Évora)


A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu no sábado passado. O mais provável é que vocês não conheçam esta cantora, mas dou-vos um conselho: façam o favor de ouvir esta música que vem de África.

Cesária Évora cantava em crioulo cabo-verdiano. O que é isso? O cabo-verdiano é uma língua originária do Arquipélago de Cabo Verde. É uma língua crioula, de base lexical portuguesa. É a língua materna de quase todos os cabo-verdianos, e é ainda usada como segunda língua por descendentes de cabo-verdianos em outras partes do mundo.

Para além disso, Cabo Verde faz parte dos chamados P.A.L.O.P. (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), isso quer dizer que se um dia forem passar férias a este arquipélago, podem falar português.


MISS PERFUMADO

Dixa'm morrê ta sonhá
Na sombra di odjo magoado
Duma pequena gentil
Di corpo perfumado
Assim dixa'm môrré ô flor
Na sombra di bô odjinho
Dixa'm morré ta sonhá
Assim cuma pomba na sê ninho
Si pomba é feliz na sê ninho
A mim também mi é feliz
Na sombra di odjo ma carinho
Di Miss Perfumado


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sintra em Vilar Formoso

Estação Ferroviária de Vilar Formoso (Fotografia de Vítor Oliveira)
 


 Vilar Formoso é uma vila portuguesa que faz fronteira com a povoação espanhola de Fuentes de Oñoro (Salamanca). Tem uma bela estação de caminho de ferro e é aí que podemos ver painéis de azulejos como este, onde aparece o Castelo da Pena de Sintra. Bonito, não é?


Fotografia de Virginia Manso


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Para pensar um pouco nisto

Fotografia de Edmilson de Lima 

lições 

À condescendência superior troglodita de quem insiste em dar algo que sabe ser fundamental ao subordinado pobre, a resposta altiva daquele que, por mais que lhe custe, diz orgulhamente que não.

Escrito por Marta Lança no seu blogue A vida escrita



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Novas datas para intercâmbio escolar


Como já foi dito na sala de aula, por diversas circunstâncias as novas datas para o intercâmbio escolar da nossa Escola con a EBI "João Roiz de Castelo Branco" de Castelo Branco são as seguintes:

A nossa visita a Castelo Branco: dias 16 a 20 de abril de 2012.

A visita da EIB João Roiz a Badajoz: dias 14 a 18 de maio.




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Esta quase ninguém acerta!


Eis um desafio para aqueles alunos que quiserem testar os seus conhecimentos de Língua Portuguesa. Trata-se de um teste realizado num curso da American Airlines.

Na frase seguinte deverá ser colocado UM PONTO e DUAS VÍRGULAS para que a frase tenha sentido.

Maria toma banho porque sua mãe disse ela dê-me a toalha.


Se ninguém acertar, a solução será publicada aqui na próxima semana.





segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Deus Salve a Amazônia (Jarlan Félix)



Jarlan Félix é estudante de Artes Visuais.


Alguém sabe porque é que será que se publica esta mensagem? Não têm ouvido ultimamente alguma coisa nas notícias sobre uma nova lei muito discutida que foi aprovada no Brasil a respeito da Amazônia? A Amazônia precisa de ajuda



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Faça uma cadeira e sente-se"


Dois imperativos formais, como podem ver. Não pode ser de outra maneira. Entre pessoas desconhecidas de uma certa idade não é possível o tratamento por tu

Mas vamos fazer de conta que querem utilizar esses dois imperativos com um amigo, a quem evidentemente tratam por tu.

Como é que se diria? Já sabem, a resposta nos Comentários, em baixo, e não se esqueçam de se identificarem. 


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Intercâmbio escolar com Castelo Branco


Como já devem saber os pais dos nossos alunos de português do 2º e do 3º anos, a nossa escola, o IES "M. Domingo Cáceres", vai fazer um intercâmbio com a EBI João Roiz da cidade de Castelo Branco no segundo período deste ano letivo.

Número de alunos que vão formar o grupo: um máximo de 20

Datas da nossa visita a Castelo Branco: dias 6 a 10 de fevereiro de 2012

Datas da visita da EIB João Roiz a Badajoz: dias 5 a 9 de março

Se os pais dos alunos envolvidos nesta atividade querem saber algo da EBI "João Roiz" é só clicar no link.

A nossa escola faz parte do projeto REALCE. O que é isto?

A Rede Educativa Alentejo-Centro-Extremadura é um projeto transfronteiriço desenvolvido com fundos F.E.D.E.R. no âmbito do Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriço Espanha-Portugal (P.O.C.T.E.P.).

Este projeto é dirigido a alunos e professores de Educação Secundária e do terceiro ciclo de Educação Primária, na Extremadura; e a alunos e professores de Espanhol, das escolas do terceiro ciclo do Ensino Básico, do Centro e Alentejo.

As ações educativas que serão realizadas são as seguintes:
  • Plataforma telemática
  • Comunidade de âmbito educativa
  • Laboratório Virtual de Línguas 
  • Intercâmbios e encontros de alunos e professores
  • Formação de professores

Todas as ações contempladas no projeto R.E.A.L.C.E. decorrem ao longo dos anos letivos 2011/2012 e 2012/2013.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os Gêmeos na rua












Os Gêmeos é uma dupla de irmãos gêmeos idênticos grafiteiros de São Paulo, nascidos em 1974, cujos nomes reais são Otávio e Gustavo Pandolfo. Formados em desenho de comunicação pela Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, começaram a pintar grafites em 1987 no bairro em que cresceram, o Cambuci, e gradualmente tornaram-se uma das influências mais importantes na cena paulistana, ajudando a definir um estilo brasileiro de grafite.

Os trabalhos da dupla estão presentes em diferentes cidades dos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Grécia, Cuba, entre outros países. Os temas vão de retratos de família à crítica social e política; o estilo formou-se tanto pelo hip hop tradicional como pela pichação.

Em 22 de maio de 2008, executaram a pintura da fachada da Tate Modern, de Londres, para a exposição Street Art, juntamente com o grafiteiro brasileiro Nunca, o grupo Faile, de Nova York; JR, de Paris; Blu, da Itália; e Sixeart, de Barcelona.


Otávio e Gustavo Pandolfo, Os Gêmeos


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

“Tu não me leves a mal, amiga...”



Reparem, alunos do 3º ano, e porque não, do 4º também: “pareço mais velha, não diz "pareço maior", como dizem vocês por causa do espanhol: "Eu sou maior do que ele."  Não. 

É assim, se eu tenho mais anos do que ele, "eu sou mais velho do que ele."



terça-feira, 29 de novembro de 2011

O fado já é património mundial


Lemos no diário Público de ontem a seguinte notícia:


A notícia chegou via SMS: “O Fado já é património imaterial da humanidade”. Sara Pereira, directora do Museu do Fado, estava sentada na sala onde o comité intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) esteve a votar as candidaturas a património cultural imaterial da humanidade, em Bali, na Indonésia, quando o resultado da votação foi anunciado e enviou a mensagem.

Eu sei que o fado não é uma música de que vocês gostem muito, mas o fado pertence à história da música e da cultura portuguesa e não podemos deixar de saber este importante facto.

Acho que vocês não gostam de fado, como a maioria dos portugueses da vossa idade, mas não podemos deixar de trazer aqui esta notícia pela importância que o fado tem na história da música e da cultura portuguesa.

Alguém se anima? Lá vai um fado, mas não cantado, instrumental.







segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Tire-me esse dente aí, por favor



Assim se fazia na Idade Média, sem anestesia (cuidado com esta palavra, leva o acento no i final e em espanhol no e) nem nada. O que acham?

Anestesia (do grego antigo αν-, an-, "ausência"; e αἲσθησις, aisthēsis, "sensação") tradicionalmente significa a condição de ter a sensibilidade (incluindo a dor) bloqueada ou temporariamente removida. Isso permite que os pacientes passem por cirurgias e outros procedimentos sem a angústia e a dor que experimentariam de outra maneira. A palavra foi cunhada por Sr. Oliver Wendell Holmes em 1846.




sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"Sem que tenhas atravessado todo o rio..."

 Jacaré boiando (Fotografia de N. Vitorino)

Mais África nesta semana. Agora é um provérbio que li num livro do poeta moçambicano Rui Knopfli:

Sem que tenhas atravessado todo o rio, não te rias das mandíbulas do jacaré. 


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Hoje, dia 24, greve geral em Portugal


Outro dia falamos aqui desta palavra, greve,  que não se parece com a palavra espanhola, "huelga", devido ao facto de aquela ter passado do francês para o português.

Fotografia publicada no diário Público

"Greve pára transportes e torna trânsito caótico. Trânsito caótico, estações ferroviárias sem comboios, 121 voos da TAP cancelados. Os efeitos da greve geral, convocada pela CGTP e UGT em protesto contra as medidas de austeridade, fazem-se sentir sobretudo no sector dos transportes, no qual a adesão está a ser elevada." (Lido no diário Público)




Fotografia de Patrícia de Melo



Faces coloridas?

Cavalo numa paisagem (1910), de Franz Marc

Esta mensagem não tem nada a ver com a matéria deste blogue, mas como diz uma das nossas etiqueta Saber é bom, e é por causa de uma coisa que o professor comentou na sala de aula da turma do 4º ano no outro dia, que são publicados aqui estes retratos e este cavalo do pintor alemão Franz Marc.

Uma coisa é a realidade e outra as circunstâncias da vida nesse momento e o modo em que os artistas veeem as coisas.

Sera que algum aluno vai dizer que é impossível existir um cavalo ou uns rostos como estes? Existem, pois os pintores assim os viram.

Para aprender, os mais velhos dos alunos acho eu, ou pelo menos aqueles que gostam de desenhar, eis algumas palavras sobre esta arte chamada expressionismo (mais o link da Wikipédia):

O expressionismo foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos primórdios do século XX, de indivíduos que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que na sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. Ou seja, a obra de arte é reflexo direto do mundo interior do artista expressionista. O expressionismo plasmou-se num grande número de campos: arquitetura, artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança, fotografia, etc.


Ernst Ludwig Kirchner 


Karl Schmidt-Rottluf  (1910)


George Grosz (1918)



O grito, do pintor norueguês Edvard Munch, que inspirou o expressionismo do século XX.



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Campanha de Defesa da Língua Portuguesa


Se você é daquelas pessoas que escrevem assim, não espere que eu leia aquilo que escreve.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O que é BUALA?


Há mais ou menos um ano pus um link na seção INTERESSANTE E PRÁTICO do nosso blogue: Buala - cultura contemporânea africana, "o primeiro portal multidisciplinar de reflexão, crítica e documentação das culturas africanas contemporâneas em língua portuguesa, com produção de textos e traduções em francês e inglês (...) A língua portuguesa, celebrada na diversidade de Portugal, Brasil e Áfricas, dialoga com o mundo. 
 "

Agora por causa do aniversário acho bem chamar a atenção sobre esta associação, quer dos alunos mais velhos e curiosos, quer de qualquer visitante de Ao pé da Raia.

Das palavras da apresentação deste portal pronunciadas por Marta Lança nas V Jornadas de Língua Portuguesa e Cultura Lusófona da APPEX (Asociación de Profesores de Portugués en Extremadura), celebradas ontem em Mérida, salientamos estas: "A valorização da língua portuguesa na sua pluralidade". Marta Lança, mais Marta Mestre, Francisca Bugalho e Guillerme Cartaxo são os fazedores de BUALA.
Em Sobre nós, lemos o seguinte:

A Associação BUALA actua na criação e fortalecimento de pontes culturais entre África, Portugal e Brasil. Criámos uma rede de trabalho que se materializa num portal online de reflexão, crítica e documentação das culturas africanas contemporâneas, com produção de textos sobretudo em língua portuguesa e traduções em francês e inglês, de abordagem multissectorial e interdisciplinar. Do significado de BUALA (casa, aldeia, comunidade na língua quimbundo) retemos esse ponto de encontro entre várias geografias e contribuições, de todos os países de língua portuguesa, celebrada na sua diversidade. O conceito de África é aqui entendido no diálogo com o mundo, e vai do Rio de Janeiro a Lisboa, com várias bases no continente africano e nas ilhas.

(...)

Interessa-nos o património cultural africano de uma forma abrangente, na sua vertente contemporânea, contribuindo para o seu revitalizar constante, em termos de produção e intercâmbio cultural. (...)

Para fortalecer esta dinâmica apostamos também na formação, na ligação entre os núcleos de colaboradores: artistas, agentes culturais, investigadores, jornalistas, programadores, estudantes. Para isso promovemos módulos de formação em jornalismo cultural e produção nas cidades onde o BUALA está implantado. Fazemos debates mensais sobre assuntos ligados à representação de África em vários contextos culturais (em Lisboa, no Chapitô).

Os textos, inéditos ou não, sobre as culturas africanas contemporâneas, estão distribuídos nas seguintes secções: vou lá visitar – exposições, bienais, festivais, viagens; cara a cara – autores, objectos; afroscreen – cinema e multimédia; a ler - ensaios e reportagens; mukanda – divulgação do pensamento de autores africanos, manifestos, textos políticos e literários; palcos – artes do palco, dança, teatro e música; cidade – pensar a cidade e a urbanização; preparamos um arquivo onde se disponibilizarão materiais da autoria de Ruy Duarte de Carvalho e sobre a sua obra. Pode ainda encontrar o blog Dá Fala recheado de divulgação cultural e académica, imagens, sons e video, a secção Galeria com 15 exposições virtuais. Disponibilizamos ainda biografias dos autores.

O BUALA iniciou actividade a 25 de Maio de 2010, dia de África (...)

BUALA concentra e disponibiliza materiais, imagens, projectos, intenções, afectos e memórias. É uma plataforma construída para as pessoas. Uma rede de trabalho para profissionais da cultura e do pensamento. Artistas, agentes culturais, investigadores, jornalistas, curiosos, viajantes e autores, todos se podem encontrar e habitar este BUALA.


 Vamos lá mergulhar em BUALA!


Fotografia de J.D. Ojeikere retirada da Galeria de Buala



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Lindo telemóvel!



Este telemóvel é bem antigo, não é?, mas tanto faz o modelo. Se calhar, o dono ficou cansado dele e foi por isso que pegou num martelo, num prego e... pronto!


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O menino grande (Sebastião da Gama)

Sebastião da Gama

O MENINO GRANDE

Também eu, também eu,
joguei às escondidas, fiz baloiços,
tive bolas, berlindes, papagaios,
automóveis de corda, cavalinhos...

Depois cresci,
tornei-me do tamanho que hoje tenho.
Os brinquedos perdi-os, os meus bibes
deixaram de servir-me.
Mas nem tudo se foi:
ficou-me,
dos tempos de menino,
esta alegria ingénua
perante as coisas novas
e esta vontade de brincar.

Vida!
não me venhas roubar o meu tesoiro:
não te importes que eu ria,
que eu salte como dantes.
E se riscar os muros
ou quebrar algum vidro
ralha, ralha comigo, mas de manso...

(Eu tinha um bibe azul...
Tinha berlindes,
tinha bolas, cavalos, papagaios...

A minha Mãe ralhava assim como quem beija...
E quantas vezes eu, só pra ouvi-la
ralhar, parti os vidros da janela
e desenhei bonecos na parede...)

Vida!, ralha também,
ralha, se eu te fizer maldades, mas de manso,
como se fosse ainda a minha Mãe...

Sebastião da Gama (1924-1952), poeta português


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"Nós não vemos as coisas como elas são..." (Kant)


"Nós não vemos as coisas como elas são, nós as vemos como nós somos."

Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão.



Futebol brasileiro (Gilmar Fraga)



Futebol brasileiro é uma ilustração de Gilmar Fraga para o jornal Zero Hora de Porto Alegre, que foi publicado ontem.

Para aqueles que gostam de desenhar, estes pormenores que o próprio autor nos dá: o material utilizado foi lápis, lápis de cor, caneta hidrocor, pastel seco e oleoso sobre papel.



terça-feira, 15 de novembro de 2011

O que acham desta notícia?



Digam-me lá o que acham desta notícia de ontem, dia 14. Ponham-se no lugar dos vossos colegas portugueses. E se fizessem no nosso país a mesma coisa? Será que os espanhóis devemos pôr as barbas de molho? Se não se lembram do significado desta expressão idiomática de que já falamos, terei de lhe dedicar uma mensagem.


Governo corta quatro feriados mas não cola restantes aos fins-de-semana

O Governo quer mesmo avançar com a eliminação de quatro feriados - dois civis e dois religiosos - como anunciado na semana passada, mas deverá deixar cair a ideia de colar os restantes aos fins-de-semana

À margem do debate na especialidade do Orçamento de Estado para o próximo ano, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, confirmou aos jornalistas a intenção de acabar com quatro feriados, mas afirmou que o Governo não "está a pensar introduzir ainda mais elementos de mobilidade, porque a maior parte dos feriados que restarão não são móveis".

"À primeira vista podiamos pensar que a mobilidade dos feriados seria solução. O problema é que muitos feriados em Portugal não são passíveis de mudar", esclareceu o ministro da Economia.

O Executivo parece assim deixar cair a ideia de colar aos fins-de-semana os feriados propícios às "pontes".


(Notícia lida na Revista Visão)