sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Soneto da fidelidade (Vinícius de Moraes)



SONETO DA FIDELIDADE

De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinícius de Moraes (Rio de Janeiro, 1913-1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro. Hoje vem aqui enquanto poeta. Outro dia será enquanto cantor que nos fará uma visita.

Podem comprovar no vídeo como a pronúncia do português do Brasil é diferente da do português de Portugal. Não faz mal, claro, é português também!


Vinícius visto por Osvalter



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