segunda-feira, 11 de abril de 2016

Saudades das minhas férias de criança! (Miska)




Saudades das minhas férias de criança!

O verão com crise, ou sem crise, é sempre uma das melhores coisas da vida! Então quando se está de férias .... não há melhor!

Há toda uma alegria no ar que aquece a alma, nos torna mais leves,mais tolerantes e nos faz pôr todos os problemas de lado: "Hospital? O que é isso? É onde trabalho? Ah... pois é ...claro! Agora assim de repente... não estava a ver!"

Se fechar os olhos quase consigo rever todos os verões da minha vida!

Que alegria era quando, no Alentejo ou no Algarve, se juntavam os primos todos e, num abrir e fechar de olhos, passávamos a ser uma família enorme.

Um quarto de duas crianças (na altura nós) se transformava, por magia, num quarto para 6 ou para 8 (dependia). Ainda hoje me ponho a pensar como é que cabíamos todas lá dentro e, mesmo assim, o quarto nos continuava a parecer enorme ?!!!

Ainda me lembro de à noite, no Alentejo, já adolescentes, a entrada para o nosso quarto se fazer pela janela, para não incomodarmos os pais, sempre que chegávamos a casa às duas ou três da manhã, vindas das nossas festas.

Depois ... a risota era tanta... que o efeito pretendido era posto em causa e...mais valia termos entrado pela porta.

E nos carros? Éramos sempre imensos os que iam no banco de trás! Não havia ainda cintos, nem regras de segurança a cortar- nos "o barato", e isso fazia de cada viagem a maior excitação do mundo!

Mas férias era isso mesmo!

Ouço ainda ao longe o barulho e a confusão das nossas vozes, as brincadeiras sem fim, a risota pegada, as sestas obrigatórias (que na altura eram a maior seca da vida), os passeios de carro, os dias na praia (enormes), os banhos na lagoa (hoje transformada numa moderna praia fluvial), os desejos pedidos a cada estrela cadente que víamos cruzar os céus (Deus queira que o... me peça namoro), os geladinhos que íamos comer todas as noites (chocolate, sempre), as partidas que pregávamos, os nossos passeios de bicicleta, as noites quentes e estreladas no Alentejo, o som dos grilos, as taças de tomate com açúcar (invenção da minha mãe para nos fazer comer tomate e que se transformou rapidamente numa gulodice obrigatória para todas nós, até a Maria não a dispensa hoje), os passeios até Espanha (já que estávamos ali tão perto), a choradeira que era de cada vez que vez que as férias acabavam e tínhamos de regressar a Lisboa!

As saudades instalavam-se e a única coisa a fazer para as abrandar um pouco era iniciar a contagem decrescente para as férias do ano seguinte....

por Miska, em 18.08.14




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