sexta-feira, 29 de março de 2019

O que significa "NIMAS"?



nimas
(talvez redução e alteração de cinema)
substantivo masculino de dois números

[Informal] Estabelecimento ou sala de .projeções cinematográficas. = CINEMA

(Dicionário Priberam)




"Ao longo de várias décadas, esta sala localizada na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, foi o palco de alguns dos mais significativos acontecimentos culturais da cidade, nomeadamente na área do Cinema. A partir de Fevereiro de 1993, a Medeia Filmes passou a organizar a programação do Nimas, através de estreias comerciais, reposição de clássicos incontornáveis da 7ª Arte e de ciclos especiais. Nos últimos meses, estiveram em exibição exclusiva no Espaço Nimas vários filmes aclamados internacionalmente"



Última sessão (Sérgio Godinho)

Cinema Europa, Lisboa (Fotografia de Estúdio Mário Novais)


Uma canção do grande contador de histórias Sérgio Godinho, cantor portuense. E o protagonista é o cinema, são os filmes. O mundo da ficção cinematográfica e a "realidade" onde nós habitamos...


ÚLTIMA SESSÃO

Come umas cerejas que são boas
Vamos ver o filme que hoje passa
Hoje não há sombras da desgraça
Hoje nem morreram nem pessoas

Só no filme há sangue verdadeiro
já que a verdade é coisa enganosa
só na vida há sonhos cor-de-rosa
só na noite o amor é curandeiro

Não há nem resposta p'rá pergunta
será que a paixão agora finda
será que de amor se move ainda
e assim o desenho à cor se junta?

Será que finda
será que ainda
temos enredo
pra tanto gosto
pra tanto medo
pra tanto susto
a vida é um doido brinquedo

Lá fora os obuses não descansam
vão em busca das realidades
negra é a madrugada das cidades
quando os vivos com os mortos dançam

A guerra, é puxar só por um fio
e enrola o novelo no soldado
passa do papel ao empedrado
junta a tinta e o sangue num só rio

Busca a caixa negra dos amores
estão lá todas as frases em saldo
o vermelho-cinza do rescaldo
e o vermelho – fogo multi-cores

Será que finda
será que ainda
temos enredo
pra tanto gosto
pra tanto medo
pra tanto susto
a vida é um doido brinquedo

Come umas cerejas. O que sentes?
morde com ciência e com afinco
conta pelos dedos de um a cinco
quantos são na terra os continentes?

Pássaros de ferro cruzam ares
largam suas unhas nos países
pelas ruas riscam cicatrizes
e nos jardins desenham só esgares

Será que finda
será que ainda
temos enredo
pra tanto gosto
pra tanto medo
pra tanto susto
a vida é um doido brinquedo

Vimos todo o filme de rajada
sempre de olhos postos no desfecho
do happy-end, eu nem sequer me queixo
só que a vida é mais emaranhada.






Concurso de Doçaria Portuguesa do Dia da Escola

1

Estas são as sobremesas apresentadas ao Concurso de Doçaria Portuguesa do nosso Dia da Escola. Os números correspondem-se com a ordem de entrega. Os vencedores, vencedoras, desculpem, visto serem todas meninas, são as seguintes:

1º prémio
Lucía Morales Vicente (4º A) - Tarta de natas e limão, nº 6

2º prémio
María Movilla Monge e Claudia Morales Martínez (1º D) - Serradura, nº 7

3º prémio
Marta Casquero Blanco e Raquel Hermoso Ruiz (1º D) - Bolas de Berlim, nº 10


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4

5

6

7

 8

 9

10

11



quinta-feira, 28 de março de 2019

O que podia fazer a censura com um filme na ditadura

Cena da curta-metragem A Caça, de Manoel de Oliveira

Só para os alunos terem uma ideia do que podia fazer a censura numa obra cultural durante uma ditadura (tanto faz portuguesa como espanhola), podem ler o texto seguinte sobre uma curta-metragem do ano 1964 do realizador Manoel de Oliveira, intitulada A Caça.

A trama desenvolve-se à volta de dois amigos que resolvem caçar sem espingardas. Enquanto caminham conversam, só que um deles cai num buraco, numa zona pantanosa. O outro colega, aflito corre em busca de auxílio, trazendo atrás de si uma cadeia humana que tenta salvar a vítima, mas não se conseguem entender.

Este filme obteve uma Menção Especial do Júri da Federação Internacional de Cine-Clubes reunido em Toulon, que o considerou a melhor curta metragem. 

"Em 1963, quando A Caça foi presente à Censura, o filme terminava com a morte de José. Os censores acharam esse final muito pessimista e colocaram a Oliveira o dilema: ou o filme não passava, ou Oliveira filmava mais um plano em que o rapaz, afinal, se salvava. E com esse happy end (afinal bem pouco happy) o filme foi visto entre 1963 e 1988. Por essa altura, e quando se organizou a Mostra de Cinema Português em Pesaro, propôs-se a Oliveira que refizesse a montagem, eliminando o plano espúrio. Oliveira fê-lo e a versão original (ou seja a versão conforme ao desejo de Oliveira) foi vista, pela primeira vez, em Pesaro, em 1988. Em Portugal, contudo, permaneceu inédita até Outubro de 1993, quando foi apresentada pela primeira vez na Cinemateca no Ciclo "Oliveira, o Culto e o Oculto".

João Bénard da Costa (retirado do site amordeperdicao-dot-pt)

No entanto, no livro "Contemporary Film Directors: Manoel de Oliveira", de Randal Johnson, diz que o próprio Manoel de Oliveira resolveu manter a cena imposta, embora seja apenas visível depois do genérico final. O autor, mesmo podendo apagar essa cena, resolveu absorvê-la.

A curta pode ser vista aqui, em Cinema Domingos.


Recorda-vos alguém esta personagem de BD?


Enki Bilal (batizado como Enes Bilalović) é um cineasta, desenhista e roteirista de banda desenhada francês.

Nasceu em Belgrado, Sérvia (antiga Iugoslávia), em 7 de outubro de 1951, e mudou-se para Paris com nove anos de idade.

Estas imagens pertencem à trilogia A Feira dos Imortais, publicada em 1980.






Uma citação de Aristóteles



Aristóteles (em grego clássico: Ἀριστοτέλης; transl.: Aristotélēs; Estagira, 384 a.C. — Atenas, 322 a.C.) foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedónia, na época com treze anos de idade, que será o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em 335 a.C. Alexandre assume o trono e Aristóteles volta para Atenas onde funda o Liceu.

(Continua na Wikipédia)




terça-feira, 26 de março de 2019

Saudade?



Recordo aos alunos do 4º ano que dentro em breve vamos falar na sala de aula da saudade e da sua importância na língua e na cultura portuguesa. Será matéria para o teste do terceiro período.

Há alguém que nunca tenha ouvido esta palavra? Sabem todos, mais ou menos, o que significa?





segunda-feira, 25 de março de 2019

"Nem tudo o que vês na TV é verdade



Fotografia de Edson Chilundo, O nem tudo. Eu acho que todos vocês concordarão com o que aí se diz...





As mãos do meu pai (Mário Quintana)

Fotografia de Maurita



AS MÃOS DO MEU PAI

As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos…

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas…

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...ia
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...

Mário Quintana



sexta-feira, 22 de março de 2019

Estas "Señoritas" são portuguesas!



Alinhamento: 00:00 Acho que é meu dever não gostar / 03:28 Ciática / 07:40 A mão armada / 1:.48 Alice / 16:34 Solta-me

"Quem são as Señoritas?" na Revista Blitz.






Cuidado com o Perfeito Simples de VIR


O Perfeito Simples de ver é fácil, não é?, mas o de vir... Cuidadinho com ele, muita cautela!






Uma versão mais recente (2013) de Eu vim da Bahia, composta originalmente por Gilberto Gil na década de 70 do passado século. As coisas boas permanecem...

Fotografia de Amanda Oliveira em Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia.



Perfeito Simples de VER


Como já disse, o Perfeito Simples do verbo ver é irregular porque, sendo este verbo da 2ª conjugação, segue as terminações da 3ª conjugação. É por isso que vos pedi para associarem ver com abrir, por exemplo.









quinta-feira, 21 de março de 2019

Gostam de Bach?


Este allegro, do Concerto para Violino em Lá menor, BWV 1041, não é uma beleza? Esta música tem vitaminas para o espírito!

Johann Sebastian Bach (Eisenach, 21 de março de 1685 — Leipzig, 28 de julho de 1750) foi um compositor, cravista, Kapellmeister, regente, organista, professor, violinista e violista oriundo do Sacro Império Romano-Germânico, atual Alemanha.

(Wikipédia)


Caricatura de Bach por Gilmar Fraga



Busto de Bach na cidade alemã de Weimar (Fotografia de Peter)



Eu pus e ele pôs

Fotografia de Lilian Higa no carnaval de São Paulo





Fica bem claro, não fica?




E as pessoas que faltam, sem problema, meninas e meninos! Acrescentamos as terminações regulares -este, -emos e -eram à raiz irregular pus-: Tu puseste - Nós pusemos - Vocês puseram - Eles, elas puseram.




"O sorriso é a única curva que endireita as coisas..."


O sorriso é a única curva que endireita as coisas... é o titulo desta fotografia de simply_joana.





Café Orfeu (Manuel António Pina)

Fotografia de Sandra A.


Hoje é o Dia Mundial da Poesia e é por isso que vamos ler este poema de Manuel António Pina:


CAFÉ ORFEU

Nunca tinha caído
de tamanha altura em mim
antes de ter subido
às alturas do teu sorriso.
Regressava do teu sorriso
como de uma súbita ausência
ou como se tivesse lá ficado
e outro é que tivesse regressado.
Fora do teu sorriso
a minha vida parecia
a vida de outra pessoa
que fora de mim a vivia.
E a que eu regressava lentamente
como se antes do teu sorriso
alguém (eu provavelmente)
nunca tivesse existido.

Manuel António Pina


quarta-feira, 20 de março de 2019

"Quem vê caras, não vê corações"

Fotografia de Herr Benini

Lembram-se daquele provérbio, "Quem vê caras, não vê corações", que vimos na canção Com um brilhozinho nos olhos da passada sexta-feira?  Ora bem, qual o significado dele? Vamos lá aprender, e a partir de agora podemos utilizá-lo quando chegar a ocasião ou ocasiões...


No provérbio pretende dizer-se que quem vê caras vê apenas o exterior, vê apenas a aparência, vê apenas o que está à mostra ou lhe querem mostrar, mas não vê corações, ou seja, não sabe o que a pessoa realmente pensa ou sente, não sabe, por exemplo, se a pessoa tem uma doença, pode não se aperceber até da verdadeira natureza, da verdadeira maneira de ser de quem está à sua frente.

Este provérbio pode ser utilizado em diversas situações. Dois exemplos:

(1) Se, na sequência do cumprimento «Que bonita estás tu hoje!», se obtém a resposta «Quem vê caras não vê corações», isso quer dizer que a pessoa interpelada se sente mal, física ou psicologicamente.

(2) Se, num diálogo, alguém faz um comentário positivo a respeito de uma terceira pessoa (por causa do sorriso, do olhar ou de uma atitude que interpretou positivamente) e o seu interlocutor comenta «olha que quem vê caras não vê corações», significa isto o seguinte: «olha que ele é falso, não mostra o que pensa ou o que sente».

Maria Regina Rocha em Ciberdúvidas


E mais um provérbio, Longe dos olhos, longe do coração. Vamos lá clicar!




A primavera chegou!

Fotografia de Kay Fochtmann

Celebramos a chegada oficial da primavera no dia de hoje, 20 de março, às 21h 58m (hora portuguesa) com uns versos de Alberto Caeiro, heterónimo do poeta Fernando Pessoa, e estas fotografias.

E amanhã, é o Dia Mundial da Poesia!

Vai alta no céu a lua da Primavera
Penso em ti e dentro de mim estou completo.

Corre pelos vagos campos até mim uma brisa ligeira.
Penso em ti, murmuro o teu nome; e não sou eu: sou feliz.

Amanhã virás, andarás comigo a colher flores pelo campo,
E eu andarei contigo pelos campos ver-te colher flores.
Eu já te vejo amanhã a colher flores comigo pelos campos,
Pois quando vieres amanhã e andares comigo no campo a colher flores,
Isso será uma alegria e uma verdade para mim.


Fotografia de Eduardo Hanazaki: Papoula

Fotografia de letsletslets

Fotografia de Ronai Rocha: Saí-andorinha

Fotografia de Santiago Aves. Cavalos em Trujillo (Cáceres)