sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Feliz Natal e Próspero Ano Novo

Imagem: Eduardo Denne

Termina mais um ano, 2019. Dentro de onze dias, daremos as boas-vindas a 2020. Oxalá ele fosse bom para todos. Lembremo-nos de quem passa dificuldades de qualquer género.

Despedimo-nos até ao dia 8 de janeiro. Aproveitem o tempo! Deixo-vos umas palavras do escritor brasileiro Raduan Nassar sobre o tempo, que servem não só para estes dias, mas para a vida toda:

O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor; embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento; sem medida que o conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza: não tem começo, não tem fim; o tempo está em tudo.



quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

A música de Natal da Rádio Comercial de 2019



E aqui, de 2018 mais 2014 e 2016.



Felicidade (Seu Jorge)



...

FELICIDADE

Felicidade, é viver na sua companhia    (Portugal:  na tua companhia)
Felicidade, é estar contigo todo dia
Felicidade, é sentir o cheiro dessa flor
Felicidade, é saber que eu tenho seu amor  (Portugal:  o teu amor)
(x2)

Felicidade, é saber de verdade
Que a gente sente saudade
Quando não consegue se ver

Felicidade, é acordar do seu lado  (Portugal:  do teu lado)
Tomar um café reforçado
Depois sair pra correr com você  (Portugal:  contigo)

Felicidade, é poder jogar um pano
Colar no show do Caetano
Cantar 'Odara' até o dia raiar

Felicidade, é num fim de semana
Curtir uma praia bacana
Um pôr do sol de arrasar



Tenho uma maçã ratada



Tenho uma maçã ratada

Primeiro tens um telemóvel porque foste viver para longe dos teus pais, e passar meia hora na fila da cabine pública não é fixe. Habituaste a trocar mensagens para combinar cafés e jantares com o pessoal e começas a perceber que viver sem telemóvel é fatel. O primeiro telefone móvel morre e compras um com ecrã a cores. O delírio. O passo seguinte é um básico smartphone que te permite acesso ao email e redes sociais. É aqui que tudo se estraga. O smartphone já não te basta. Passas ao iPhone e sentes que agora andas com o mundo no bolso. E a miúda da aldeia virou cidadã universal.

Maria Eva

(fevereiro 2014)

Do blogue A minha leveza, que já não existe.


Dois dos significados da palavra ratar em português no dicionário da Infopédia:

1. roer à maneira de rato

2. mordiscar



Resista ao consumismo (vimos em 2014)



E podemos voltar a ler neste dezembro de 2019.

Difícil, mas difícil mesmo. Será possível diminuir um bocado, pelo menos, o consumismo?








quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Minha amada (Dino Ferraz)


Dino Ferraz é um cantor angolano.




terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Menina de outrora dança como agora!


Esta rapariga francesa de há muitos anos parece que se mexe de uma maneira um bocado moderna, não acham?




Greta Thunberg, "pirralha", disse Bolsonaro


Desenho de César Krash


O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, chamou pirralha à ativista sueca Greta Thunberg há poucos dias (v. Sábado).

Alguém me diz a palavra espanhola equivalente da terceira acepção da palavra no dicionário da Infopédia?

1. criança; garoto
2. indivíduo de pequena estatura
3. pejorativo criança ou jovem atrevido ou com pretensões de adulto; fedelho.



Conhecer um Instrumento da Orquestra Gulbenkian: A Percussão


Bem-vindos ao mundo da percussão! Marimba, Xilofone, Claves, Castanholas, Reco-reco e o Happy Drum são alguns dos instrumentos desta vasta família, apresentados por Abel Cardoso, percussionista da Orquestra Gulbenkian.



Olhos verdes cor do mar... (Fernando Pessoa)

Fotografia de Breno César


Olhos verdes cor do mar,
Tão cheios de vago qu’rer...
Oh, que eu pudesse dizer
O que me sinto pensar!
Poder-me-eis vós amar,
Olhos verdes, cor do mar.

Fernando Pessoa


In Poesia 1931-1935 e não datada, Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006




Um carro experimental do ano 1939, o Schlörwagen


Parece um carro muito antigo ou não parece? É claro que, quando comparado com os carros daquela época, evidentemente, não parece.

Estamos em 1939.

(Der Schlörwagen, auch Göttinger Ei genannt, war eine Entwicklung des deutschen Ingenieurs Karl Schlör von Westhofen-Dirmstein (1911−1997). Der 1939 an der Aerodynamischen Versuchsanstalt in Göttingen entwickelte Prototyp mit einer Karosserie aus Aluminium)









segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O Zé Povinho numa rua de Portimão



Toma!, fotografia de Bruno Mailindo numa rua de Portimão, cidade do Algarve.

V. aqui 



Mais uma citação de Jean Cocteau



No original francês, as palavras de Jean Cocteau são estas:

Le poète est un mensonge qui dit toujours la vérité.



Como passa um rapaz do 7º ano os seus os tempos livres



Vejamos o que nos conta um aluno do 7º ano português do Agrupamento de Escolas D. Lourenço Vicente a respeito de como é que ele passa os tempos livre; ou passava, visto ele ter escrito estas palavras há 7 anos.

Tempos Livres

Um dos meus tempos preferidos é jogar futebol, mas não sei porquê! Acho que é pela intensidade do jogo, da pressão, da maravilha que é este desporto, dos jogadores ou simplesmente porque sim.

Pode ter altos e baixos, apesar disso continuo a gostar do futebol.

Outro dos meus passatempos é andar de bicicleta, não aquele modo de andar de bicicleta que envolve truques, até pelo contrário, eu gosto de fazer BTT calmamente e andar pelas estradas a conhecer o desconhecido com amigos e familiares.

Também gosto de ir ao computador do mesmo modo que quase todas as crianças da minha idade. Normalmente, vou lá por causa de quê? Dos jogos, claro está. Jogo quase tudo desde jogos online a jogos de tabuleiro (mas no computador, lá está), RPG a First-Player-Shooter (FPS e muitos outros). Também vou ao computador para ir ver cifras, isto é, ver que notas de viola toco numa música e é daí que surge o meu outro passatempo: tocar viola.

Eu gosto de tocar viola por uma simples razão: pela paixão. Quando agarro aquela viola parece que entro num mundo de fantasia, que não existe mais do que eu, aquela viola e a música que sai de lá.

Também vejo, claro está, alguma televisão (e com alguma eu quero dizer muita...), mas é só mesmo quando não tenho nada para fazer.

Pronto, e isto foram as minhas atividades favoritas.

Francisco Marques


Blog Arquivo. Um espaço de memórias (25-01-2012)





Três macacos sábios



Os Três Macacos Sábios (em japonês: 三猿, sanzaru/san’en ou 三匹の猿, sanbiki no saru) ilustram a porta do Estábulo Sagrado, um templo do século XVII localizado no Santuário Toshogu, na cidade de Nikkō, Japão. Sua origem é baseada em um provérbio japonês. Seus nomes são mizaru (o que cobre os olhos), kikazaru (o que tapa os ouvidos) e iwazaru (o que tapa a boca), que é traduzido como não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal. A palavra saru, em japonês, significa macaco, e tem o mesmo som da terminação verbal zaru, que está ligado à negação.

Existem vários significados atribuídos aos macacos e ao provérbio que incluem associações com estar de boa mente, fala e ação. No mundo ocidental a frase é muitas vezes usada para se referir àqueles que lidam com impropriedade por fazer vista grossa

(Wikipédia)




Ilustração para a seção "Ciência Maluca" da Revista Superinteressante (Desenho de Ed Arruda)




Perfeitamente atual...



No blogue onde encontrei esta história de Quino, havia, em jeito de nota, estas palavras: 

(uma das melhores representações que alguma vez vi acerca da realidade do nosso mundo…)

Reparem no mês em que estamos, e o que temos pela frente...O que acham? Concordam ou não?




O cérebro reptiliano


Está demonstrado que grande parte do comportamento humano se origina em zonas profundamente soterradas do cérebro. O cérebro guarda todas as estruturas das quais evoluiu. A mais antiga e primitiva delas é chamada de "Cérebro Reptiliano", que controla o lado mais animal e instintivo do ser humano. Na primeira camada temos o cérebro mamífero que está relacionado às emoções, e por último está o Neocórtex que é a camada mais externa e genuinamente humana, onde opera o raciocínio. O Cérebro Reptiliano se encarrega das funções mais básicas: Sobrevivência e Reprodução. Possui os padrões de comportamento que caracterizam os Répteis. A sobrevivência se assemelha a um "sistema binário": Fugir ou Lutar. Não aprende com seus erros, não tem capacidade de sentir e nem de pensar: Sua função é a de ATUAR.

Quando o Cérebro Reptiliano se ativa, tem total prioridade sobre os outros dois cérebros - Emocional e Racional. (...)

Solange Christtine Ventura


Continua aqui



Os livros (Eugénio de Andrade)

Fotografia de Marcello Iannotta


OS LIVROS

Os livros. A sua cálida,
terna, serena pele. Amorosa
companhia. Dispostos sempre
a partilhar o sol
das suas águas. Tão dóceis,
tão calados, tão leais.
Tão luminosos na sua
branca e vegetal e cerrada
melancolia. Amados
como nenhuns outros companheiros
da alma. Tão musicais
no fluvial e transbordante
ardor de cada dia.

Eugénio de Andrade



sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Dois perdidos (Arnaldo Antunes)


Para aqueles que ainda não sabem, a forma de tratamento informal no Brasil é você mais a terceira pessoa do singular; em Portugal, é tu mais a segunda pessoa... (e para complicar um bocado, no Brasil você funciona tambem como pronome complemento: "Quando eu quis você...")

Alguém ouviu falar de Arnaldo Antunes? Não? Deve haver alguém que conheça aquela canção, Já sei namorar, que cantavam os Tribalistas. Este grupo formou-se para lançar um álbum (há um segundo também), e os membros eram Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, que hoje está connosco a cantar ao vivo.

DOIS PERDIDOS

Quando eu quis você
Você não me quis
Quando eu fui feliz
Você foi ruim
Quando foi afim
Não soube se dar
Eu estava lá mas você não viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim

Quando eu quis você
Você desprezou
Quando se acabou
Quis voltar atrás
Quando eu fui falar
Minha voz falhou
Tudo se apagou você não me viu
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim

Mas se eu já me perdi
Como vou me perder
Se eu já me perdi
Quando perdi você
Mas se eu já te perdi
Como vou me perder
Se eu já me perdi
Quando perdi você



Arnaldo Antunes



Uma obra de Paula Rego


A Frog he would a-wooing go (1989) é o título desta gravura da pintora portuguesa Paula Rego (1935), que se encontra no Centro de Arte Moderna Manuel de Brito (CAMB), Parque Anjos, Algés, Lisboa. Pertence a uma série intitulada “Nursery Rhymes”.




Paula Rego dentro de uma das suas pinturas



A pintora portuguesa Paula Rego no Museu Reina Sofia de Madrid. Reparem como na fotografia aparece a pintora refletida numa das suas obras.


A fotografia é de ©Enric Vives-Rubio.



quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Para as Marias da nossa Escola


Como é bela a voz do Milton Nascimento, e a canção que ele compôs! E o que dizer da Elis Regina, lá em baixo? Ah, beleza...

Maria, Maria

É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta

Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que rí
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria...

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....

Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Hei! Hei! Hei! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!...

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria...

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho, sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida

Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Hei! Hei! Hei! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!...





quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

O primo pobre (Armando Caldas)


Armando Caldas é engenheiro zootécnico de profissão e um grande amador da fotografia de natureza. Partindo desta fotografia que ele tirou, escreveu o seguinte texto autobiográfico. Vale a pena ler.


O primo pobre

Todos temos um primo pobre... ou somos o primo pobre. Na minha família, eu e os meus 8 irmãos, éramos os primos pobres... por óbvias questões numéricas!

Ser os primos pobres, sobretudo numa família numerosa, é na realidade uma alegria... recordo da infância as brincadeiras que tínhamos em conjunto, as alegrias do Natal, o tão esperado dia de aniversário em que podíamos escolher a tão rara sobremesa. É verdade, que por vezes essa sobremesa tinha de ser substituída por uma tigela de marmelada virada ao contrário e com fósforos a servir de velas. Mas ainda sinto o sabor dessa marmelada na boca... e a roupa que eu usava na maior parte das vezes vinha toda coçada porque já tinha passado pelos irmãos mais velhos. Felizmente os primos ricos mandavam-me a roupa em muito melhores condições!

A brincadeira que guardo na memória como mais ilustrativa do folclórico de uma família grande era o "assalto ao castelo"! Um colchão era colocado em pé no lugar da porta de um quarto... uma equipa de 4 ou 5 ficava de um lado e outra ficava do outro (os vizinhos estavam sempre enfiados em nossa casa, porque lá é que se divertiam). Uma tentava atravessar a porta, por cima, por baixo ou pelos lados e a outra equipa tentava evitar o assalto!

Nessas brincadeiras nunca ninguém se magoava e nunca vi dois dos meus irmãos "à bulha" ou a deixarem de se falar... quanto mais não fosse porque um terceiro interviria rapidamente.

Hoje não há famílias numerosas desta dimensão ou são raríssimas... eu considero que foi a maior riqueza que tive na vida.

Tudo isto veio a propósito porque o serzino é o primo pobre do canário... vive em liberdade, respira ar puro e é feliz.

Armando Caldas



Na fotografia: Chamariz, Serzino, Milheirinha..., Macho (Serinus serinus)

Vila Real, Portugal. (23/02/09)

*************************

De serzino, lemos o seguinte na Infopédia. Reparem na quantidade de nomes do passarinho!

ORNITOLOGIA (Serinus serinus) pequeno pássaro cantador, de bico curto e plumagem amarela com riscas acastanhadas ou esverdeadas, pertencente à família dos Fringilídeos, frequente em Portugal e também conhecido por amarelinha, azegrino, milheira, milheirinha, cerejinho, cerezinho, cerezina, cerezino, sereno, serino, bico-curto, riscada, milheiriça, chamariz, serezino, etc.




terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O castelo de Evoramonte


Podem ver  na Wikipédia Évora Monte (também Évora-Monte e Evoramonte), freguesia portuguesa do concelho de Estremoz, na região do Alentejo.

Vamos lá ver este bonito castelo do céu!

Fotografia de Nmmacedo

Évora Monte - Porta Nordeste do Castelo. Fotografia de Fernando Gabriel



quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Os Açores explicados aos continentais




Alunos do 4º ano, quanto é que percebem do que aqui se diz? Vamos lá ver este vídeo!

"Tudo o que precisa de saber sobre os Açores em 3 minutos. Se não percebe o sotaque, não veja. Se não gosta de touros, não veja. Se acha a Costa da Caparica linda, não veja. Inclui lições de História, miúdas giras e imagens eventualmente chocantes de alforrecas e do Professor Cavaco Silva."


Nota. É claro que os continentais são os portugueses do território peninsular, e essas palavras introdutórias do vídeo são a pensar neles



"Senhor! O que é a vida?"



Volta ao blogue o grande Quino... 

E como escreveu alguém a respeito desta história, "Tu é que perguntaste"
😆😆😆




quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Mais uma de capoeira


Entre as possibilidades de ocupar o tempo de lazer que há no nosso  livro, uma delas era a capoeira. Leiam uma definição e têm também aí uns links do blogue.

A capoeira é uma representação cultural que mistura esporte, luta, dança, cultura popular, música e brincadeira. Caracteriza-se por movimentos ágeis e complexos, onde são utilizados os pés, as mãos e elementos ginástico-acrobáticos. Diferencia-se das outras lutas por ser acompanhada de música.

Um dos significados da palavra capoeira refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil.

A luta de defesa pessoal, que é reconhecida também como dança, foi desenvolvida por escravos africanos trazidos ao Brasil, já que o Brasil foi o maior receptor da migração de escravos, com 42% de todos os escravos enviados através do Atlântico durante o século XVI, quando Portugal enviou escravos para a América do Sul, oriundos da África Ocidental.

A capoeira é disputada por duas pessoas que se defrontam no meio de uma roda formada por outros capoeiristas, ao som de palmas e berimbaus. O objetivo do jogo é derrubar o adversário.

O berimbau, principal instrumento que proporciona o som característico, é construído por um pedaço de pau, um pedaço de arame e uma cabaça. A base do jogo é a ginga, pois essa é uma importante forma de ataque e defesa do capoeirista. Na roda de capoeira o praticante manifesta seu conhecimento e desenvolvimento sobre a atividade.

(Texto retirado de Mundo Educação)


A voar mesmo!
 
Podem ver aqui em vídeo:

"Capoeira numa praia de Angola com um berimbau"

"Gostavam de dançar capoeira como eles?"







A menina e o pássaro encantado (Rubem Alves)


Ilustração em Menina de Engenho Arte & Dessign


A menina e o pássaro encantado

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…
— Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…
E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
— Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.
Mas chegava a hora da tristeza.
— Tenho de ir — dizia.
— Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…
— Eu também terei saudades — dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.
Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”
Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…
— Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não aguentou mais.
Abriu a porta da gaiola.
— Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…
— Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…
E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
— Que bom — pensava ela — o meu pássaro está a ficar encantado de novo…
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.
— Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah!
Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.

Rubem Alves

(Lido em Contadores de histórias)

 
(Ilustração em Menina de Engenho Arte & Dessign)



terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Steve Cutts e a sua visão sobre o excessivo uso dos telemóveis





Selfie

Steve Cutts é um ilustrador e animador inglês que, embora já tenha trabalhado para grandes empresas como Coca-Cola, Sony, Toyota, Reebok, e PlayStation, é reconhecido por algumas das animações de curta duração que produziu, algumas delas criticando as grandes empresas. Combinando o uso de softwares como Adobe Flash e After Effects, seus vídeos têm em comum o tom satírico, provocador e polêmico, lidando especialmente com questões ligadas à preservação do meio ambiente e dos direitos animais.

(Wikipédia)

 


Um ‘tablet’


Primeiro tablet em Portugal lançado hoje

(Diário Público)

Aqueles tempos da escola primária...

Escola Primária de Ribeira de Alte


É claro que para vocês aqueles tempos ficam muito mais perto do que para o autor deste texto.


E quando eu andava na escola primária?!

Depois de acordar brindei o exterior do meu corpo com um banho quente.
De seguida brindei o interior do meu corpo com uns belos cereais com leite.
Seguiu-se a viagem até à fisioterapia, que agora já só acontece 3 vezes por semana. Bom, não é?!
Mas isso agora não interessa nada.
Sou vizinho da minha ex-escola primária, que já foi minha. Foi minha 4 anos.
Passo por lá todos os dias. Hoje não foi excepção.
As aulas começaram hoje. Parece-me.
Ao passar vi por lá a criançada. Estavam no tão afamado intervalo.
Depois de ver aquilo segui em direcção ao que tinha a fazer.
O meu corpo conduzia o carro e a minha mente conduzia recordações.
E quando eu andava na escola primária?!
Passei pela mão dos duros.
Professor Nogueira. Professora Maria Angelina. Professora Alcina. Professora Rosa.
Eu faço parte dos galácticos daquela escola.
A mim deram-me aulas os que deram aulas aos meus pais.
Mesmo sendo ensinado pelo núcleo duro não fui o aluno timido, calado e aterrorizado.
Nem pensar.
Em todos as minhas folhas de avalição, naquela parte do comportamento tenho: "distraído e conversador".
Eu não era fácil de gerir.
Hoje? Hoje sou pior. Em ponto grande, mas pior.
Mas o "distraído e conversador" passou com distinção por aquela escola. Sem chumbos.
Já não me lembro como foi o meu último dia dentro daquelas paredes.
Já o primeiro nunca me esquecerei.
Sete reguadas nas mãos. SETE!!!
O Eduardo teve a ideia e eu a estupidez de alinhar.
Passou-se assim:
"Oh Cris, Cris!? Vamos jogar às espadas?"
"Como?"
"Com os lápis"
O brilho nos meus olhos e o sim às reguadas na minha boca.
"Vamos!!!"
E toca a virar para trás, para vencer o duelo dos lápis.
Quem venceu? Foi o Professor Nogueira. Deu oito reguadas no Eduardo e sete aqui no menino.
Desde esse dia, em 1989, que nunca mais joguei às espadas.
E a tabuada? Porra, tinhamos que a saber todinha.
Os rios. As serras. Aquele Meio Fisico consumia-me.
Sentavamo-nos em cima do pão antes do intervalo.
Porquê?! Não sei. Talvez porque alguém disse que aquilo era fixe.
O intervalo era mítico. A barra forte. A macaca. Os elásticos. O futebol.
E o leite? Tão bem que nos sabia aquele leite simples.
Depois tinhamos o dia do fluor. Porra, aquilo até ardia na boca.
Mas giro era o dia das fotografias.
Nós a chegar carregados. Com o sono às costas. O cabelo a olhar para o ar.
"Dia de fotografias".
Azáfama total.
Lamber a mão para tombar o cabelo teimoso que não tombava.
Ajeitar a t-shirt do Vitinho.
Enfim, era como que uma preparação para um verdadeiro desfile de moda.
As festas de fim de período foram, todas elas, muito melhores que o último Rock in Rio.
Tudo era melhor. Mas tudo mesmo.
A caminho de casa havia sempre tempo para um assalto às cerejas e às maçãs do Terranão.
Depois era a fuga ao cão. Lasco, o terrível pastor alemão.
Ninguém nos ia buscar à escola.
Não havia sinais de trânsito, nem passadeiras.
Havia uma corrida louca para casa.
Despachar os deveres e arrancar na BMX.
Bons tempos esses.
Tinhamos direito a um pacote de leite por intervalo.
Um dia, na 4ª classe, a Professora Rosa deu-nos liberdade em relação ao leite.
Poderiamos beber os pacotes que quisessemos.
A parvoíce substituiu a sede e na minha mente surgiu a pergunta: "porquê bebe-los quando posso rebentá-los?"
E assim foi.
Resultado: o recinto do intervalo ficou completamente cheio de pacotes de leite rebentados.
Eu tive a coragem de rebentar o primeiro. Os meus amigos tiveram a burrice de me seguir o exemplo.
Claro está que a Professora Rosa viu e mandou-me limpar tudo. Tuuudoooo!!
Tive que denunciar mais malta. Teve mesmo que ser. Só assim tive ajuda.
E aquele dia em que chegamos à escola e nos deparamos com o primeiro grafiti das nossas vidas?
ACDC e Ironmaiden pintados a spray vermelho na parede branca da escola.
O que quererá dizer ACDC e Ironmaiden? Pensávamos nós.
Foram quatro anos fantásticos que passaram a correr.
Um dia, quando tiver um filho, vou-lhe pedir para guardar com carinho tudo o que viver na escola primária. As vitórias e as derrotas.
Nunca mais lá entrei e moro a poucos metros dela.
Um dia gostaria de lá voltar.
Tenho saudades.

Cristiano Moreira

(Retirado do seu  blogue O olho vivo)


Nota. Sexta acepção da palavra distinção na Infopédia: "classificação de nível excelente em prova ou exame"



segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Quem é o imbecil?



Tira de Quino no blogue Encontrei, de Mário Martins, que acrescenta "a moda em todas coisas da vida…"

Uma pergunta: Quem é o imbecil? (cuidado com a pronúncia, a palavra é aguda em português)



O Atlântico, Copacabana e o Rio


Vista aérea da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Já falta pouco para o verão começar no hemisfério sul: no dia 22 deste mês de dezembro, e cá começa o inverno, claro...