Do Brasil chega esta tirinha de Heitor Isoda.
Blogue dos alunos de português de 3º e 4º de ESO do IES 'M. DOMINGO CÁCERES', em Badajoz, Espanha (De 2010-09-01 a 2020-01-17)
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Hoje é o Dia D, de Drummond
E celebramo-lo aqui, como todos estes anos, lendo um poema de Carlos Drummond de Andrade, que nasceu no dia 31 de outubro de 1902.
O Dia D
CANTO ESPONJOSO
Bela
esta manhã sem carência de mito,
e mel sorvido sem blasfémia.
Bela
esta manhã ou outra possível,
esta vida ou outra invenção,
sem, na sombra, fantasmas.
Umidade de areia adere ao pé.
Engulo o mar, que me engole.
Valvas, curvos pensamentos, matizes da luz
azul
completa
sobre formas constituídas.
Bela
a passagem do corpo, sua fusão
no corpo geral do mundo.
Vontade de cantar. Mas tão absoluta
que me calo, repleto.
Carlos Drummond de Andrade
O Dia D
CANTO ESPONJOSO
Bela
esta manhã sem carência de mito,
e mel sorvido sem blasfémia.
Bela
esta manhã ou outra possível,
esta vida ou outra invenção,
sem, na sombra, fantasmas.
Umidade de areia adere ao pé.
Engulo o mar, que me engole.
Valvas, curvos pensamentos, matizes da luz
azul
completa
sobre formas constituídas.
Bela
a passagem do corpo, sua fusão
no corpo geral do mundo.
Vontade de cantar. Mas tão absoluta
que me calo, repleto.
Carlos Drummond de Andrade
Pedro L. Cuadrado
terça-feira, 29 de outubro de 2019
A palavra portuguesa é "pessoa"
Pois é: nem "persona", nem "pessõa".
"O latim persona, que dá na nossa língua "persona", dá em português pessoa. Não se enganem! E lembrem-se do grande poeta português Fernando Pessoa, um poeta que era muitos poetas, principalmente, para além dele, Fernando Pessoa, os heterónimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos; mas havia mais. Já falámos disso alguma vez e lemos poemas dele na sala de aula.
E vamos ler um interessante post do blogue "Máscara (A palavra 'persona')"
"O latim persona, que dá na nossa língua "persona", dá em português pessoa. Não se enganem! E lembrem-se do grande poeta português Fernando Pessoa, um poeta que era muitos poetas, principalmente, para além dele, Fernando Pessoa, os heterónimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos; mas havia mais. Já falámos disso alguma vez e lemos poemas dele na sala de aula.
E vamos ler um interessante post do blogue "Máscara (A palavra 'persona')"
Pedro L. Cuadrado
Byung-Chul Han e as 'selfies'
A adição às selfies não tem muito a ver com um saudável amor de si mesmo: não é mais do que a marcha no vazio de um eu narcísico que ficou só. Perante o vazio interior, o sujeito tenta em vão produzir-se a si mesmo. Mas é só o vazio que se reproduz. As selfies são o eu em formas vazias. A adição às selfies intensifica a sensação de vazio. O que leva a uma adição assim não é o saudável amor de si mesmo, mas uma autorreferência narcísica. As selfies são belas superfícies lisas e lustrosas de um eu esvaziado e que se sente inseguro. Hoje, para se escapar ao vazio atormentador, deita-se mão ou à lâmina de barbear ou ao smartphone. As selfies são superfícies lisas e lustrosas que ocultam por um breve tempo o eu vazio. Mas se as virarmos da frente para trás, deparamos com o reverso coberto de feridas e que sangra. As feridas são o reverso das selfies.
Byung-Chul Han, A Expulsão do Outro, Lisboa, Relógio D’Água, 2018, p.35.
Byung-Chul Han, A Expulsão do Outro, Lisboa, Relógio D’Água, 2018, p.35.
(Obrigado ao Luís, que descobriu)
____________________________________________________
Sobre a fotografia usada para ilustrar as palavras de Byung-Chul Han:
"Selfies mataram mais que ataques de tubarão em 2015
O principal tipo de acidente ligado às selfies é a queda; pelo menos três das 12 mortes registradas estão ligadas a isso
As aparentemente inofensivas selfies já mataram mais que os temidos tubarões em 2015. Até o início de setembro, 12 pessoas morreram em acidentes envolvendo selfies no ano. Enquanto isso, no mesmo período, os ataques de tubarões foram responsáveis por oito mortes. O levantamento foi feito pelo site de tecnologia Mashable."
(Correio - Bahia)
Pedro L. Cuadrado
A regra é "clara"!
Duplo sentido da palavra "clara"... Vê-se logo, não é? É mais grave roubar livros para estudar ou matar alguém por excesso de velocidade? O que acham?
Isto pode acontecer de uma maneira ou doutra no nosso país?
Isto pode acontecer de uma maneira ou doutra no nosso país?
Pedro L. Cuadrado
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
Utopia e "Para que serve a utopia"?
A palavra utopia na Infopédia:
utopia
utuˈpiɐ
nome feminino
1. LITERATURA [com maiúscula] ilha imaginária, idealizada por Thomas More (1477-1535), onde se desenvolvera um modelo social e político perfeito
2. POLÍTICA, FILOSOFIA modelo de sociedade ideal, geralmente concebido como oposição à ordem política existente no momento da sua criação, cuja realização se considera impossível ou pelo menos difícil de concretizar no prazo de poucas gerações
3. ideal de justiça e perfeição inatingível
4. figurado quimera; fantasia
Do grego ou, «não» + tópos, «lugar», pelo latim Utopĭa-, «utopia, lugar que não existe»
A palavra utopia na Wikipédia.
“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Fernando Birri, citado por Eduardo Galeano in ‘Las palabras andantes’ de Eduardo Galeano. publicado por Siglo XXI, 1994.
(Fonte: Revista Prosa Verso e Arte)
utopia
utuˈpiɐ
nome feminino
1. LITERATURA [com maiúscula] ilha imaginária, idealizada por Thomas More (1477-1535), onde se desenvolvera um modelo social e político perfeito
2. POLÍTICA, FILOSOFIA modelo de sociedade ideal, geralmente concebido como oposição à ordem política existente no momento da sua criação, cuja realização se considera impossível ou pelo menos difícil de concretizar no prazo de poucas gerações
3. ideal de justiça e perfeição inatingível
4. figurado quimera; fantasia
Do grego ou, «não» + tópos, «lugar», pelo latim Utopĭa-, «utopia, lugar que não existe»
A palavra utopia na Wikipédia.
“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Fernando Birri, citado por Eduardo Galeano in ‘Las palabras andantes’ de Eduardo Galeano. publicado por Siglo XXI, 1994.
(Fonte: Revista Prosa Verso e Arte)
Sir Thomas More (1478 - 1535), retratado por Hans Holbein, o Jovem
Pedro L. Cuadrado
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
Chávena para o café, não taça
Uma chávena de café e um pastel de nata
Lemos no dicionário Priberam:
chávena
substantivo feminino
1. Recipiente com uma pega, onde se serve leite, chá ou qualquer outra bebida
taça
substantivo feminino
1. Vaso para beber, com pouco fundo e boca larga; copo.
2. [Desporto] Troféu atribuído ao vencedor ou à equipa vitoriosa numa prova desportiva.
3. [Desporto] Essa competição desportiva (ex.: Taça das Confederações). [Geralmente com inicial maiúscula.]
chávena
substantivo feminino
1. Recipiente com uma pega, onde se serve leite, chá ou qualquer outra bebida
taça
substantivo feminino
1. Vaso para beber, com pouco fundo e boca larga; copo.
2. [Desporto] Troféu atribuído ao vencedor ou à equipa vitoriosa numa prova desportiva.
3. [Desporto] Essa competição desportiva (ex.: Taça das Confederações). [Geralmente com inicial maiúscula.]
Taça para champanhe
Taça para vinho
Diferentes taças
A Taça da Champions
Pedro L. Cuadrado
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
Portugal: Distritos
"Em Portugal um distrito administrativo ou, simplesmente, distrito, é um território e uma divisão administrativa com um nível autárquico regional, ou supramunicipal, desde 1835. Até então o país estava dividido em províncias que se subdividiam em comarcas. "
Pedro L. Cuadrado
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
O tenente Seixas e os refugiados de Barrancos
"De este sello personalizado de emisión privada, se ha realizado una tirada de 75 ejemplares, con fecha de solicitud de 17/01/2009 y fecha de aprobación de 19/01/2009." (Blogue Sellos personalizados de Extremadura)
Quem foi o tenente António Augusto de Seixas e o que é que ele fez? Não aparece na Wikipédia em português, e sim nas versões espanhola e catalã desta enciclopédia.
Do primeiro link em baixo, retiramos estas palavras em português:
"Um democrata português que salvou centenas de vidas de refugiados espanhóis. O Tenente Seixas, comandante da Guarda fiscal na fronteira, em 1936, evitou o massacre de grupos de refugiados espanhóis e organizou, manteve e ocultou um campo de refugiados com centenas de pessoas num lugar do concelho de Barrancos, evitando também que vários elementos constantes de “listas negras”, políticos e intelectuais republicanos espanhóis, fossem encaminhados para Badajoz, onde seriam fuzilados."
Nesta mensagem podemos ler sobre a sua figura em português e em espanhol
“Hoje vamos falar de um Herói Nacional, o Tenente Seixas, homenageado em Espanha e esquecido em Portugal”, no blogue Ruas com história (24-12-2016)
"El Schindler de la Raya", de J.R. Alonso de la Torre (Hoy, 16-03-2015)
"La lista de refugiados del teniente Seixas", de García Longás (Público, 02-08-2016 )
El oficial de la Guardia fiscal portuguesa maniobró ante las autoridades su país para conseguir salvar de la cárcel o de la muerte a un millar de republicanos extremeños y andaluces que cruzaron la frontera después de la caída de Badajoz en agosto de 1936. Este reportaje es la sexta entrega de la serie 'Senderos Públicos' , que recupera rutas que merecen ser recordadas como memoria histórica.
"Los refugiados de Barrancos", documental de Producciones Mórrimer.
Sinopsis:
Septiembre de 1936. Los últimos pueblos republicanos situados junto a Portugal son conquistados por las tropas del general Franco. Al igual que en Badajoz y otras poblaciones, la represión que desatan es brutal. El apoyo del dictador portugués Salazar a los golpistas no hace aconsejable huir hacia Portugal, pero para muchos es su única salida. De esta manera, cientos de personas deciden cruzar la frontera perseguidos de cerca por los sublevados. El procedimiento habitual de las autoridades portuguesas es entregarlos a sus aliados franquistas, que proceden a fusilarlos sin tardanza. Sin embargo, gracias a la humanitaria intervención del teniente portugués António Augusto de Seixas, se crean dos campos de refugiados junto a la localidad de Barrancos para alojar y proteger a este grupo de españoles.
Dirección: Ángel Hernández García, Antonio Navarro Millán, Fernando Ramos Mena, Paco Freire Magariños y Pedro J. Martín Millán.
Quem foi o tenente António Augusto de Seixas e o que é que ele fez? Não aparece na Wikipédia em português, e sim nas versões espanhola e catalã desta enciclopédia.
Do primeiro link em baixo, retiramos estas palavras em português:
"Um democrata português que salvou centenas de vidas de refugiados espanhóis. O Tenente Seixas, comandante da Guarda fiscal na fronteira, em 1936, evitou o massacre de grupos de refugiados espanhóis e organizou, manteve e ocultou um campo de refugiados com centenas de pessoas num lugar do concelho de Barrancos, evitando também que vários elementos constantes de “listas negras”, políticos e intelectuais republicanos espanhóis, fossem encaminhados para Badajoz, onde seriam fuzilados."
Nesta mensagem podemos ler sobre a sua figura em português e em espanhol
“Hoje vamos falar de um Herói Nacional, o Tenente Seixas, homenageado em Espanha e esquecido em Portugal”, no blogue Ruas com história (24-12-2016)
"El Schindler de la Raya", de J.R. Alonso de la Torre (Hoy, 16-03-2015)
"La lista de refugiados del teniente Seixas", de García Longás (Público, 02-08-2016 )
El oficial de la Guardia fiscal portuguesa maniobró ante las autoridades su país para conseguir salvar de la cárcel o de la muerte a un millar de republicanos extremeños y andaluces que cruzaron la frontera después de la caída de Badajoz en agosto de 1936. Este reportaje es la sexta entrega de la serie 'Senderos Públicos' , que recupera rutas que merecen ser recordadas como memoria histórica.
Homenagem da vila de Barrancos ao tenente Seixas
Sinopsis:
Septiembre de 1936. Los últimos pueblos republicanos situados junto a Portugal son conquistados por las tropas del general Franco. Al igual que en Badajoz y otras poblaciones, la represión que desatan es brutal. El apoyo del dictador portugués Salazar a los golpistas no hace aconsejable huir hacia Portugal, pero para muchos es su única salida. De esta manera, cientos de personas deciden cruzar la frontera perseguidos de cerca por los sublevados. El procedimiento habitual de las autoridades portuguesas es entregarlos a sus aliados franquistas, que proceden a fusilarlos sin tardanza. Sin embargo, gracias a la humanitaria intervención del teniente portugués António Augusto de Seixas, se crean dos campos de refugiados junto a la localidad de Barrancos para alojar y proteger a este grupo de españoles.
Dirección: Ángel Hernández García, Antonio Navarro Millán, Fernando Ramos Mena, Paco Freire Magariños y Pedro J. Martín Millán.
Chegamos a Barrancos...
Pedro L. Cuadrado
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
Todas as palavras (Manuel António Pina)
O jornalista e escritor português Manuel António Pina morreu a 19 de outubro de 2012. El e recebeu o Prémio Camões, equivalente do nosso Premio Cervantes, em 2011.
TODAS AS PALAVRAS
As que procurei em vão,
principalmente as que estiveram muito perto,
como uma respiração,
e não reconheci,
ou desistiram e
partiram para sempre,
deixando no poema uma espécie de mágoa
como uma marca de água impresente;
as que (lembras-te?) não fui capaz de dizer-te
nem foram capazes de dizer-me;
as que calei por serem muito cedo,
e as que calei por serem muito tarde,
e agora, sem tempo, me ardem;
as que troquei por outras (como poderei
esquecê-las desprendendo-se longamente de mim?);
as que perdi, verbos e
substantivos de que
por um momento foi feito o mundo
e se foram levando o mundo.
E também aquelas que ficaram,
por cansaço, por inércia, por acaso,
e com quem agora, como velhos amantes sem
desejo, desfio memórias,
as minhas últimas palavras.
Poema de Manuel António Pina, dito por ele mesmo extraído do documentário em sua homenagem "Um sítio onde pousar a cabeça" vídeo rtp2 - 2012
TODAS AS PALAVRAS
As que procurei em vão,
principalmente as que estiveram muito perto,
como uma respiração,
e não reconheci,
ou desistiram e
partiram para sempre,
deixando no poema uma espécie de mágoa
como uma marca de água impresente;
as que (lembras-te?) não fui capaz de dizer-te
nem foram capazes de dizer-me;
as que calei por serem muito cedo,
e as que calei por serem muito tarde,
e agora, sem tempo, me ardem;
as que troquei por outras (como poderei
esquecê-las desprendendo-se longamente de mim?);
as que perdi, verbos e
substantivos de que
por um momento foi feito o mundo
e se foram levando o mundo.
E também aquelas que ficaram,
por cansaço, por inércia, por acaso,
e com quem agora, como velhos amantes sem
desejo, desfio memórias,
as minhas últimas palavras.
Poema de Manuel António Pina, dito por ele mesmo extraído do documentário em sua homenagem "Um sítio onde pousar a cabeça" vídeo rtp2 - 2012
Pedro L. Cuadrado
quinta-feira, 17 de outubro de 2019
O guru (Rui Zink)
Desenho de Nick Alston
O GURU
Convidaram-no porque tinham ouvido dizer que era uma pessoa de opiniões fortes e solução para tudo. Tinha até página no Facebook.
Quando chegou foram-no esperar à estação.
Levaram-no ao hotel.
Esperaram que se refrescasse.
Levaram-no a almoçar. Levaram-no a ver as vistas.
Levaram-no, por fim, ao salão de conferências.
O anfiteatro estava cheio.
Ao vê-lo, uma ovação.
O guru sorriu modestamente, com a modéstia própria das pessoas importantes.
Não tinha propriamente um discurso a fazer, disse, porque o mundo precisa de acções, não de palavras.
Houve um arremedo de aplauso.
A primeira pergunta veio de um jovem estudante:
Mestre, boas ou más acções?
O guru respondeu:
Todas as acções são boas.
Houve um segundo aplauso.
Um braço levantou-se:
Mestre, por que há guerras?
Porque há humanos, respondeu o guru.
Outro braço, este de uma moça bonita:
O que é o amor?
O guru arrotou:
Anda cá, filha que eu mostro-te.
A moça corou, constrangida.
Houve um vago aplauso.
Outra pergunta, de uma estudante com ar intelectual:
Mestre, como terminar com uma guerra?
Vence o teu inimigo.
Só isso?
Ou então deixa-te vencer por ele. Se for misericordioso, até é o mais prático.
Na sala ninguém bateu palmas.
Um braço no ar:
Como acabar com as guerras?
Simples. Mata os teus inimigos.
A sala ficou fria.
Ou morre, acrescentou o guru.
Como ser feliz, mestre, e deixar de ter preocupações?
Morre.
Quando levaram o guru de novo ao hotel, a dúvida geral era se não seria um impostor.
E no entanto não havia razão para isso. Quando no dia seguinte viram as soluções no jornal, verificaram que as respostas estavam todas certas.
Rui Zink
Definiçao de guru no dicionário da Infopédia:
nome masculino
1. mestre espiritual hindu
2. líder de um movimento religioso
nome de 2 géneros
1. coloquial pessoa que guia ou orienta; conselheiro espiritual
2. figurado pessoa muito influente em determinada área de atividade (sobretudo económica ou de gestão)
Do sânscrito guru, «pessoa grave»
Convidaram-no porque tinham ouvido dizer que era uma pessoa de opiniões fortes e solução para tudo. Tinha até página no Facebook.
Quando chegou foram-no esperar à estação.
Levaram-no ao hotel.
Esperaram que se refrescasse.
Levaram-no a almoçar. Levaram-no a ver as vistas.
Levaram-no, por fim, ao salão de conferências.
O anfiteatro estava cheio.
Ao vê-lo, uma ovação.
O guru sorriu modestamente, com a modéstia própria das pessoas importantes.
Não tinha propriamente um discurso a fazer, disse, porque o mundo precisa de acções, não de palavras.
Houve um arremedo de aplauso.
A primeira pergunta veio de um jovem estudante:
Mestre, boas ou más acções?
O guru respondeu:
Todas as acções são boas.
Houve um segundo aplauso.
Um braço levantou-se:
Mestre, por que há guerras?
Porque há humanos, respondeu o guru.
Outro braço, este de uma moça bonita:
O que é o amor?
O guru arrotou:
Anda cá, filha que eu mostro-te.
A moça corou, constrangida.
Houve um vago aplauso.
Outra pergunta, de uma estudante com ar intelectual:
Mestre, como terminar com uma guerra?
Vence o teu inimigo.
Só isso?
Ou então deixa-te vencer por ele. Se for misericordioso, até é o mais prático.
Na sala ninguém bateu palmas.
Um braço no ar:
Como acabar com as guerras?
Simples. Mata os teus inimigos.
A sala ficou fria.
Ou morre, acrescentou o guru.
Como ser feliz, mestre, e deixar de ter preocupações?
Morre.
Quando levaram o guru de novo ao hotel, a dúvida geral era se não seria um impostor.
E no entanto não havia razão para isso. Quando no dia seguinte viram as soluções no jornal, verificaram que as respostas estavam todas certas.
Rui Zink
Definiçao de guru no dicionário da Infopédia:
nome masculino
1. mestre espiritual hindu
2. líder de um movimento religioso
nome de 2 géneros
1. coloquial pessoa que guia ou orienta; conselheiro espiritual
2. figurado pessoa muito influente em determinada área de atividade (sobretudo económica ou de gestão)
Do sânscrito guru, «pessoa grave»
Pedro L. Cuadrado
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
terça-feira, 15 de outubro de 2019
Filho de peixe sabe nadar
Filho de peixe sabe nadar é um provérbio português.
O que significa? "diz-se dos filhos que herdaram boas qualidades dos pais."
Reparem neste provébio espanhol, que seria o equivalente (é possivel haver mais):
"El hijo de la gata, ratones mata."
O que significa? "diz-se dos filhos que herdaram boas qualidades dos pais."
Reparem neste provébio espanhol, que seria o equivalente (é possivel haver mais):
"El hijo de la gata, ratones mata."
Pedro L. Cuadrado
segunda-feira, 14 de outubro de 2019
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
Rupias portuguesas
Os Portugueses estiveram na Índia.
O Estado Português da Índia, também conhecido por Estado da Índia ou Índia Portuguesa, foi o governo constituido para administrar todos os territórios dependentes de Portugal nas costas do Oceano Índico à época do Império Português. De 1505 a 1752, abrangeu todos os territórios no Índico - desde a África austral ao sudeste Asiático - com capital em Goa desde 1510, e só mais tarde se restringiu aos territórios da costa de Malabar, na Índia.
A rupia da Índia Portuguesa foi a moeda da Índia Portuguesa até 1958.
Wikipédia: Índia PortuguesaA rupia da Índia Portuguesa foi a moeda da Índia Portuguesa até 1958.
Wikipédia: Rupia da Índia Portuguesa
Pedro L. Cuadrado
quarta-feira, 9 de outubro de 2019
Português em Timor Leste
Fotografia e composição da autoria de João Paulo T. Esperança. Esta fotografia foi usada como ilustração num curso de língua portuguesa em tétum cujas lições eram publicadas no jornal timorense Lia Foun.
O tétum é língua nacional e uma das línguas oficiais (juntamente com o português) de Timor-Leste;
Já publicado aqui:
Leia livros! (João Paulo Esperança)
Timor e timorenses
E do blogue dos vossos colegas mais novos: Um letreiro em Timor-Leste
O tétum é língua nacional e uma das línguas oficiais (juntamente com o português) de Timor-Leste;
Já publicado aqui:
Leia livros! (João Paulo Esperança)
Timor e timorenses
E do blogue dos vossos colegas mais novos: Um letreiro em Timor-Leste
Pedro L. Cuadrado
terça-feira, 8 de outubro de 2019
Uma lanterna chinesa
lanterna
1. peça de iluminação portátil ou fixa, cuja luz é resguardada por uma proteção de vidro
2. objeto portátil de iluminação alimentado a pilhas
3. parte superior do farol onde se encontra o foco de iluminação
Dicionário da Infopédia
1. peça de iluminação portátil ou fixa, cuja luz é resguardada por uma proteção de vidro
2. objeto portátil de iluminação alimentado a pilhas
3. parte superior do farol onde se encontra o foco de iluminação
Dicionário da Infopédia
Pedro L. Cuadrado
segunda-feira, 7 de outubro de 2019
As arrecadas de Viana
Acredita-se que as arrecadas de Viana têm poder amulético: protegem contra maus olhados, invejas e bruxarias.
Não esquecer que os ouvidos são os únicos orifícios que não têm válvulas e estão permanentemente abertos ao exterior e vulneráveis, quer à entrada nos maus espíritos como à saída dos bons. Por isso, é que a mulher do Minho tem obrigatoriamente de usar brincos ou arrecadas, mesmo a dormir, pois tem sempre receio do mal pior: ser estéril.
(Via)
(Via)
(Fonte: Casa na aldeia)
Pedro L. Cuadrado
"Viajou o mundo inteiro..." (Bianca Pinheiro)
Bianca Pinheiro Cristaldi da Silva (Rio de Janeiro, 1987) é uma quadrinhista e ilustradora brasileira.
Pedro L. Cuadrado
sexta-feira, 4 de outubro de 2019
LIBERDADE, não "libertade", por favor
Uma palavra bem importante e que devemos saber dizer bem em português sem esse t do espanhol: liberdade.
CARBONÁRIAS
Liberdade, liberdade,
Quem a tem chama-lhe sua,
Já não tenho liberdade
Nem de pôr o pé na rua.
Liberdade, liberdade,
Quem a tem chama-lhe dela,
Já não tenho liberdade
Nem de me pôr à janela.
São tão bonitas as Carbonárias,
São tão catitas as Libertárias,
Oh que lindo rancho da mocidade,
Cantai raparigas, viva a Liberdade!
O adjetivo catita na Infopédia:
1. bem arranjado; bem vestido
2. airoso
CARBONÁRIAS
Liberdade, liberdade,
Quem a tem chama-lhe sua,
Já não tenho liberdade
Nem de pôr o pé na rua.
Liberdade, liberdade,
Quem a tem chama-lhe dela,
Já não tenho liberdade
Nem de me pôr à janela.
São tão bonitas as Carbonárias,
São tão catitas as Libertárias,
Oh que lindo rancho da mocidade,
Cantai raparigas, viva a Liberdade!
O adjetivo catita na Infopédia:
1. bem arranjado; bem vestido
2. airoso
A Carbonária foi uma sociedade secreta e revolucionária que atuou na Itália, França, Portugal, Espanha, Brasil e Uruguai nos séculos XIX e XX. Fundada na Itália por volta de 1810, a sua ideologia assentava-se em valores patrióticos e liberais, além de se distinguir por um marcado anticlericalismo.
Pedro L. Cuadrado
quinta-feira, 3 de outubro de 2019
O que significa “se calhar”?
se calhar• [Portugal] Talvez; é possível que; provavelmente (ex.: se calhar amanhã vai chover). - Dicionário Priberam.
Usa-se com o verbo no modo indicativo.
Usa-se com o verbo no modo indicativo.
Pedro L. Cuadrado
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
terça-feira, 1 de outubro de 2019
Uma obra de Vhils em Aveiro
Arte na rua: obra de Vhils (Alexandre Farto) em Aveiro. Fotografia de Jorge Cardim.
Também no blogue:
"Um mural de Vhils no Barreiro (2018)"
"Vhils esculpiu rosto de Zeca Afonso em escola do Seixal (2014)"
Também no blogue:
"Um mural de Vhils no Barreiro (2018)"
"Vhils esculpiu rosto de Zeca Afonso em escola do Seixal (2014)"
Pedro L. Cuadrado