Adriana Mosquera
Não, isto não é normal
Os direitos das mulheres são direitos humanos. Esta frase é tão simples e tão óbvia e, no entanto, ainda há quem queira fazer de conta que não a percebe.
8 de Março de 2018
Diogo Queiroz de Andrade
Os direitos das mulheres são direitos humanos. Esta frase é tão simples e tão óbvia e, no entanto, ainda há quem queira fazer de conta que não a percebe. Lutar pelos direitos das mulheres, ser feminista, é defender a dignidade da nossa sociedade — e não é normal que não seja assim.
Só não vê quem não quer: as notícias que temos hoje mostram outra vez quão escandalosa ainda é a diferença de tratamento das mulheres. Saber que em Portugal a crise foi aproveitada para aumentar a desigualdade nos salários em função do género ou que somos recordistas na diferença de pagamento a mulheres com mais de 65 anos deveria envergonhar-nos a todos, a começar pelos homens que mandam. Porque são sempre homens que mandam e isso é parte importante do problema – não porque são homens, mas porque são homens que não entendem o feminismo como uma causa de todos os seres humanos.
A custo, lá se vai conseguindo fazer passar legislação que promove a igualdade. Falta o resto: falta mudar as mentalidades, algo que só se conseguirá com a educação para a cidadania. E se há algo que justifica que ainda hoje exista um dia da mulher, é precisamente o risco de que esses direitos adquiridos nos últimos anos ainda sejam revertidos – porque ainda vivemos numa sociedade em que se acha normal e racional remeter as mulheres a um papel menor.
Mas não, não é normal. Não é normal que se aceite que as mulheres recebam menos. Não é normal que se acolha como natural a ausência de mulheres no topo das empresas do PSI 20. Não é normal que se encolham os ombros com as vergonhosas estatísticas de violência doméstica que temos para mostrar. Não é normal que se aceitem as alarvidades de algumas sentenças que saem dos tribunais deste país.
Quem pactua com este estado de coisas não é humanista. E em Portugal, infelizmente, ainda há algumas pessoas assim. Este problema tem pouco a ver com a direita e com a esquerda e muito a ver com a postura de cada um face à sociedade. E passa por todos nós, cidadãos, sermos muito mais exigentes com os nossos representantes sociais. Temos de aumentar a nossa cultura de exigência face aos servidores públicos, de forma a melhorar o ar que respiramos em democracia. Seremos todos melhores numa sociedade mais justa, mais igual, mais paritária. Porquê? Voltamos ao início: porque os direitos das mulheres são direitos humanos.
Os direitos das mulheres são direitos humanos. Esta frase é tão simples e tão óbvia e, no entanto, ainda há quem queira fazer de conta que não a percebe.
8 de Março de 2018
Diogo Queiroz de Andrade
Os direitos das mulheres são direitos humanos. Esta frase é tão simples e tão óbvia e, no entanto, ainda há quem queira fazer de conta que não a percebe. Lutar pelos direitos das mulheres, ser feminista, é defender a dignidade da nossa sociedade — e não é normal que não seja assim.
Só não vê quem não quer: as notícias que temos hoje mostram outra vez quão escandalosa ainda é a diferença de tratamento das mulheres. Saber que em Portugal a crise foi aproveitada para aumentar a desigualdade nos salários em função do género ou que somos recordistas na diferença de pagamento a mulheres com mais de 65 anos deveria envergonhar-nos a todos, a começar pelos homens que mandam. Porque são sempre homens que mandam e isso é parte importante do problema – não porque são homens, mas porque são homens que não entendem o feminismo como uma causa de todos os seres humanos.
A custo, lá se vai conseguindo fazer passar legislação que promove a igualdade. Falta o resto: falta mudar as mentalidades, algo que só se conseguirá com a educação para a cidadania. E se há algo que justifica que ainda hoje exista um dia da mulher, é precisamente o risco de que esses direitos adquiridos nos últimos anos ainda sejam revertidos – porque ainda vivemos numa sociedade em que se acha normal e racional remeter as mulheres a um papel menor.
Mas não, não é normal. Não é normal que se aceite que as mulheres recebam menos. Não é normal que se acolha como natural a ausência de mulheres no topo das empresas do PSI 20. Não é normal que se encolham os ombros com as vergonhosas estatísticas de violência doméstica que temos para mostrar. Não é normal que se aceitem as alarvidades de algumas sentenças que saem dos tribunais deste país.
Quem pactua com este estado de coisas não é humanista. E em Portugal, infelizmente, ainda há algumas pessoas assim. Este problema tem pouco a ver com a direita e com a esquerda e muito a ver com a postura de cada um face à sociedade. E passa por todos nós, cidadãos, sermos muito mais exigentes com os nossos representantes sociais. Temos de aumentar a nossa cultura de exigência face aos servidores públicos, de forma a melhorar o ar que respiramos em democracia. Seremos todos melhores numa sociedade mais justa, mais igual, mais paritária. Porquê? Voltamos ao início: porque os direitos das mulheres são direitos humanos.
Diogo Queiroz de Andrade
(Jornal Público, 8 de março de 2008)
Firoozeh Mozzafari, do Irão
Cristina Sampaio
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O dia de hoje em Espanha, visto desde o jornal português Público:
Em Espanha quase cinco milhões de trabalhadores pararam
No ano dos movimentos #metoo e Time's Up, o Dia Internacional da Mulher suscita um debate global sobre as mudanças que ainda são urgentes e o fim da linha das agendas sexistas.
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