Carta
Porto, cidade sempre tão perto. Um instante mágico na minha memória, instante que se repetiu tantos anos.
Chegar de comboio, atravessando a Ponte Maria Pia, a luz tímida dentro do comboio, aquele cheiro da locomotiva ao qual posso chamar aroma.
Olhar através do vidro da janela, olhar, querer ficar com a imagem, o comboio já a abrandar num cansaço manso. E o apitar da máquina, canto roubado de agonia.
E a cidade naquele instante da janela, a cidade vista, namorada da ponte. Rosto moreno de granitos, lágrimas com risos de chuva a iluminá-la.
Rosto moreno de granito com beijos de sol em doce afago.
O rio, que se chama Douro com tanta razão.
Para mim, o Porto é chegar. Como um sonho sonhamos, mas como contar o que é, o foi o sonho?
Cidade severa e meiga, granitos que de longe se afagam.
O sonho continuado tantos anos do meu olhar a cidade, da Ponte Dona Maria Pia.
Matilde Rosa Araújo, in Com Quatro Pedras na Mão
Podem fazer uma ideia do tempo de que fala Matilde Rosa Araújo, lendo os seguintes linhas da Wikipédia, e de passagem, podem ver como é que é a ponte Maria Pia.
A Ponte Maria Pia é uma infraestrutura ferroviária, que transportava a Linha do Norte sobre o Rio Douro, entre as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, no Norte de Portugal. Foi inaugurada em 4 de Novembro de 1877, e foi encerrada em 24 de Junho de 1991, tendo sido substituída pela Ponte de São João. É considerada, junto com o Viaduto de Garabit, como as maiores obras-primas executadas pelo engenheiro Gustave Eiffel.
(Wikipédia)
Porto, cidade sempre tão perto. Um instante mágico na minha memória, instante que se repetiu tantos anos.
Chegar de comboio, atravessando a Ponte Maria Pia, a luz tímida dentro do comboio, aquele cheiro da locomotiva ao qual posso chamar aroma.
Olhar através do vidro da janela, olhar, querer ficar com a imagem, o comboio já a abrandar num cansaço manso. E o apitar da máquina, canto roubado de agonia.
E a cidade naquele instante da janela, a cidade vista, namorada da ponte. Rosto moreno de granitos, lágrimas com risos de chuva a iluminá-la.
Rosto moreno de granito com beijos de sol em doce afago.
O rio, que se chama Douro com tanta razão.
Para mim, o Porto é chegar. Como um sonho sonhamos, mas como contar o que é, o foi o sonho?
Cidade severa e meiga, granitos que de longe se afagam.
O sonho continuado tantos anos do meu olhar a cidade, da Ponte Dona Maria Pia.
Matilde Rosa Araújo, in Com Quatro Pedras na Mão
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Podem fazer uma ideia do tempo de que fala Matilde Rosa Araújo, lendo os seguintes linhas da Wikipédia, e de passagem, podem ver como é que é a ponte Maria Pia.
A Ponte Maria Pia é uma infraestrutura ferroviária, que transportava a Linha do Norte sobre o Rio Douro, entre as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, no Norte de Portugal. Foi inaugurada em 4 de Novembro de 1877, e foi encerrada em 24 de Junho de 1991, tendo sido substituída pela Ponte de São João. É considerada, junto com o Viaduto de Garabit, como as maiores obras-primas executadas pelo engenheiro Gustave Eiffel.
(Wikipédia)
Pormenor da ponte