Cena da curta-metragem A Caça, de Manoel de Oliveira
Só para os alunos terem uma ideia do que podia fazer a censura numa obra cultural durante uma ditadura (tanto faz portuguesa como espanhola), podem ler o texto seguinte sobre uma curta-metragem do ano 1964 do realizador Manoel de Oliveira, intitulada
A Caça.
A trama desenvolve-se à volta de dois amigos que resolvem caçar sem espingardas. Enquanto caminham conversam, só que um deles cai num buraco, numa zona pantanosa. O outro colega, aflito corre em busca de auxílio, trazendo atrás de si uma cadeia humana que tenta salvar a vítima, mas não se conseguem entender.
Este filme obteve uma Menção Especial do Júri da Federação Internacional de Cine-Clubes reunido em Toulon, que o considerou a melhor curta metragem.
"Em 1963, quando A Caça foi presente à Censura, o filme terminava com a morte de José. Os censores acharam esse final muito pessimista e colocaram a Oliveira o dilema: ou o filme não passava, ou Oliveira filmava mais um plano em que o rapaz, afinal, se salvava. E com esse happy end (afinal bem pouco happy) o filme foi visto entre 1963 e 1988. Por essa altura, e quando se organizou a Mostra de Cinema Português em Pesaro, propôs-se a Oliveira que refizesse a montagem, eliminando o plano espúrio. Oliveira fê-lo e a versão original (ou seja a versão conforme ao desejo de Oliveira) foi vista, pela primeira vez, em Pesaro, em 1988. Em Portugal, contudo, permaneceu inédita até Outubro de 1993, quando foi apresentada pela primeira vez na Cinemateca no Ciclo "Oliveira, o Culto e o Oculto".
João Bénard da Costa (retirado do site amordeperdicao-dot-pt)
No entanto, no livro "Contemporary Film Directors: Manoel de Oliveira", de Randal Johnson, diz que o próprio Manoel de Oliveira resolveu manter a cena imposta, embora seja apenas visível depois do genérico final. O autor, mesmo podendo apagar essa cena, resolveu absorvê-la.
A curta pode ser vista aqui, em Cinema Domingos.
A trama desenvolve-se à volta de dois amigos que resolvem caçar sem espingardas. Enquanto caminham conversam, só que um deles cai num buraco, numa zona pantanosa. O outro colega, aflito corre em busca de auxílio, trazendo atrás de si uma cadeia humana que tenta salvar a vítima, mas não se conseguem entender.
Este filme obteve uma Menção Especial do Júri da Federação Internacional de Cine-Clubes reunido em Toulon, que o considerou a melhor curta metragem.
"Em 1963, quando A Caça foi presente à Censura, o filme terminava com a morte de José. Os censores acharam esse final muito pessimista e colocaram a Oliveira o dilema: ou o filme não passava, ou Oliveira filmava mais um plano em que o rapaz, afinal, se salvava. E com esse happy end (afinal bem pouco happy) o filme foi visto entre 1963 e 1988. Por essa altura, e quando se organizou a Mostra de Cinema Português em Pesaro, propôs-se a Oliveira que refizesse a montagem, eliminando o plano espúrio. Oliveira fê-lo e a versão original (ou seja a versão conforme ao desejo de Oliveira) foi vista, pela primeira vez, em Pesaro, em 1988. Em Portugal, contudo, permaneceu inédita até Outubro de 1993, quando foi apresentada pela primeira vez na Cinemateca no Ciclo "Oliveira, o Culto e o Oculto".
João Bénard da Costa (retirado do site amordeperdicao-dot-pt)
No entanto, no livro "Contemporary Film Directors: Manoel de Oliveira", de Randal Johnson, diz que o próprio Manoel de Oliveira resolveu manter a cena imposta, embora seja apenas visível depois do genérico final. O autor, mesmo podendo apagar essa cena, resolveu absorvê-la.
A curta pode ser vista aqui, em Cinema Domingos.