Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Montanhas de Moçambique

O Monte Lema, na província de Nampula



A Serra Mitucué (1803 m) fica perto da vila de Cuamba na província de Niassa.


(Fotografias de Andreas Martin)



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Có (stêvz)


Estêvão Vieira, que assina como stêvz, desenha no Rio de Janeiro. Ele já é conhecido deste blogue.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Sara joga futebol de salão

A Sara, aluna da turma de 4º B, joga  futebol de salão. Será que ela sabe que esta modalidade nasceu no Uruguai, na América do Sul? Leiam, leiam... (nota: desporto é esporte no Brasil, e basquetebol, basquete)


A origem do futebol de salão remete ao Uruguai de 1930. Era uma época feliz graças à conquista da primeira Copa do Mundo da FIFA, e uma bola rolava em cada campo de Montevidéu. Juan Carlos Ceriani, um professor de educação física argentino que morava na cidade, notou que, por causa da falta de campos de futebol, as crianças praticavam o esporte em quadras de basquete. O conceito da nova modalidade estava diante de seus olhos...

Usando regras de pólo aquático, handebol e basquete, Ceriani deu forma às regras do jogo, que rapidamente se expandiu pela América do Sul. Em 1965, a Confederação Sul-Americana de Futebol de Salão foi fundada. Seus membros eram Uruguai, Paraguai, Peru, Argentina e Brasil, país onde o esporte era uma paixão.

O futebol de salão chegou à Europa graças aos numerosos imigrantes espanhóis e portugueses que habitavam a região. Em 1971 é fundada em São Paulo, Brasil, a Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA), composta por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, Peru, Portugal e Uruguai.

(Quem quiser, pode continuar a ler aqui).

No Brasil também se emprega o acrônimo futsal.






segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Eleições presidenciais em Portugal



Assim é que vê a imprensa portuguesa de hoje os resultados das eleições presidenciais celebradas ontem, dia 23, em Portugal. Aníbal Cavaco Silva, do PSD, foi reeleito Presidente.


Notícia no jornal Público :

Cavaco é o Presidente eleito com menos votos

Era o seu objectivo expresso durante a campanha e atingiu-o. Cavaco Silva foi reeleito Presidente da República, fugindo a uma segunda volta. Obteve 52,94% dos votos, ultrapassando a percentagem com que foi eleito há cinco anos, 50,54%. Mas não terá atingido os 2.773.431 votos de há cinco anos, ficou-se pelos 2.230.104, quando estavam apuradas todas as freguesias, perdendo assim mais de meio milhão de votos.

No Expresso:

Cavaco vence. Alegre desilude. Nobre surpreende




No Diário de Notícias:

 Cavaco é o Presidente do País da gigantesca abstenção

Cavaco esmagou em todos os distritos, mas é o PR menos votado da História. Alegre desiludiu em toda a linha, tendo menos votos com apoios partidários do que sozinho.

Cartoon da web



A quinta história (Clarice Lispector)



Mais Clarice Lispector. É um fraco do professor. Para aqueles alunos do 4º ano que fizeram a viagem a Roma na semana passada, eis este inquietante conto da escritora brasileira que puderam ler os 3 colegas que ficaram em Badajoz.  Felicidade clandestina, o outro conto dela que lemos na sexta-feira, podem encontrar no blogue dos alunos mais velhos da escola, Um reino maravilhoso.

O que se passa na primeira história que ela conta de A quinta história? Parece que nada, não parece? Mas vão lendo. Quando o conto acaba, está na hora de pedir ajuda aos professores de Filosofia. É pena muita gente não conhecer esta maravilhosa escritora que tem tantas e tantas páginas espantosas. Pois, espantosas. Como é isso? Maravilhoso e espantoso junto? Não se esqueçam dos falsos amigos... Em português dizem espantoso o que em espanhol dizemos "asombroso", vejam lá!


A QUINTA HISTÓRIA

Esta história poderia chamar-se “As Está­tuas”. Outro nome possível é “O Assassi­nato”. E também “Como Matar Baratas”. Farei então pelo menos três histórias, ver­dadeiras, porque nenhuma delas mente a outra. Embora uma única, seriam mil e uma, se mil e uma noites me dessem.

A primeira, “Como Matar Baratas”, co­meça assim: queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re­ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A fa­rinha e o açúcar as atrairiam, o gesso estu­rricaria o de-dentro delas. Assim fiz. Morreram.

A outra história é a primeira mesmo e chama-se “O Assassinato”. Começa dizendo que eu me queixara de baratas. Uma senhora ouviu-me. Segue-se a receita. E então entra o assassinato. A verdade é que só em abstrato me havia queixado de bara­tas, que nem minhas eram: pertenciam ao andar térreo e escalavam os canos do edifí­cio até o nosso lar. Só na hora de preparar a mistura é que elas se tornaram minhas também. Em nosso nome, então, comecei a medir e pesar ingredientes numa concen­tração um pouco mais intensa. Um vago rancor me tomara, um senso de ultraje. De dia as baratas eram invisíveis e ninguém acreditaria no mal secreto que roía casa tão tranquila. Mas se elas, como os males secre­tos, dormiam de dia, ali estava eu a preparar-lhes o veneno da noite. Meticulosa, ardente, eu aviava o elixir da longa morte. Um medo excitado e meu próprio mal se­creto me guiavam. Agora eu só queria geli­damente uma coisa: matar cada barata que existe. Baratas sobem pelos canos enquanto a gente, cansada, sonha. E eis que a receita estava pronta, tão branca. Como para bara­tas espertas como eu, espalhei habilmente o pó até que este mais parecia formar parte da natureza. De minha cama, no silêncio do apartamento, eu as imaginava subindo uma a uma até a área de serviço onde o escuro dormia, só uma toalha alerta no varal. Acordei horas depois em sobressalto de atraso. Já era de madrugada. Atravessei a cozinha. No chão da área lá estavam elas, duras, grandes. Durante a noite eu matara. Em nosso nome amanhecia. No morro um galo cantou.

A terceira história que ora se inicia é a das “Estátuas”. Começa dizendo que eu me queixara de baratas. Depois vem a mesma senhora. Vai indo até o ponto em que, de madrugada, acordo e ainda sonolenta atra­vesso a cozinha. Mais sonolenta que eu está a área na sua perspectiva de ladrilhos. E na escuridão da aurora, um arroxeado que dis­tancia tudo, distingo a meus pés sombras e brancuras: dezenas de estátuas se espalham rígidas. As baratas que haviam endurecido de dentro para fora. Algumas de barriga para cima. Outras no meio de um gesto que não se completaria jamais. Na boca de umas um pouco da comida branca. Sou a primeira testemunha do alvorecer em Pompéia. Sei como foi esta última noite, sei da orgia no escuro. Em algumas o gesso terá endurecido tão lentamente como num processo vital, e elas, com movimentos cada vez mais peno­sos, terão sofregamente intensificado as alegrias da noite, tentando fugir de dentro de si mesmas. Até que de pedra se tornam, em espanto de inocência, e com tal, tal olhar de censura magoada. Outras — subitamente assaltadas pelo próprio âmago, sem nem sequer ter tido a intuição de um molde in­terno que se petrificava! — essas de súbito se cristalizam, assim como a palavra é cor­tada da boca: eu te... Elas que, usando o nome de amor em vão, na noite de verão cantavam. Enquanto aquela ali, a de antena marrom suja de branco, terá adivinhado tarde demais que se mumificara exacta­mente por não ter sabido usar as coisas com a graça gratuita do em vão: “é que olhei demais para dentro de...” — de minha fria altura de gente olho a derrocada de um mundo. Amanhece. Uma ou outra antena de barata morta freme seca à brisa. Da história anterior canta o galo.

A quarta narrativa inaugura nova era no lar. Começa como se sabe: queixei-me de bara­tas. Vai até o momento em que vejo os mo­numentos de gesso. Mortas, sim. Mas olho para os canos, por onde essa mesma noite renovar-se-á uma população lenta e viva em fila indiana. Eu iria então renovar todas as noites o açúcar letal como quem já não dorme sem a avidez de um rito? E todas as madrugadas me conduziria sonâmbula até o pavilhão no vício de ir ao encontro das estátuas que a minha noite suada erguia? Estremeci de mau prazer à visão daquela vida dupla de feiticiera. E estremeci tam­bém ao aviso do gesso que seca: o vício de viver que rebentaria meu molde interno. Áspero instante de escolha entre dois caminhos que, pensava eu, se dizem adeus, e certa de que qualquer escolha seria a do sacrifício: eu ou a minha alma. Escolhi. E hoje ostento secretamente no coração uma placa de vir­tude: “Esta casa foi dedetizada”.

A quinta história chama-se “Leibnitz e a Transcendência do Amor na Polinésia”. Começa assim: queixei-me de baratas.

Clarice Lispector




sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mário Vitória





Mário Vitória nasceu em Coimbra em 1983. Vive e trabalha em Sheffield (Inglaterra). Durante o percurso académico realizou estudos intermédios em Lyon (França) e Bolonha (Itália). Licenciou-se na faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto onde actualmente é discente do Mestrado em Práticas e Teorias do Desenho. Das suas exposições individuais recentes destacam-se a exposição na Galeria Minimal (Porto 2007), Galeria do Museu Nogueira da Silva (nomes novos para coisas antigas, Braga 2007), e na galeria Nuno Sacramento (O guardador de rebanhos, Aveiro, 2008).


(Fonte. Mário Vitória. Aí podem ver mais obras deste artista português)



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Velas e electricidade



Li isto num blogue de que não me lembro. São coisas que acontecem. Espero que gostem.

Hoje tenho uma historia para vocês se rirem uma beca...

Estavam, há alguns anos para trás, a minha mãe, a minha avó, a minha tia, a vizinha e mais umas quantas pessoas a jantar...

A luz foi-se e não tiveram outra solução senão acender velas para poder jantar! Acabando o jantar começaram a jogar as cartas. Como isto se está a passar no verão estava calor, e com as velas acesas ainda aquecia mais o ambiente... Pois alguém teve a brilhante ideia de querer ligar a ventoinha!!! Mas a minha avó disse que era melhor não o fazer porque se não as velas apagavam-se!!!!!!! Todos concordaram e continuaram a jogar as cartas. Ai a minha tia parte-se a rir, às mil gargalhadas e ninguém sabe porque. Então ela teve de explicar a barbaridade que todos tinham acabado de dizer...

Ora para os que ficaram à nora: As ventoinhas costumam funcionar com electricidade... e se estavam a jogar às cartas com a luz das velas é porque não havia electricidade, nem para ventoinha nem nada...



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

"Respeite o sinal vermelho"

Fotografia de Martin Lazarev

Uma breve revisão do Imperativo neste letreiro do Rio de Janeiro, no Brasil (esta fotografia foi tirada em dezembro do ano passado; já sabem, lá é verão).

Nota. Pedestre diz-se peão em Portugal.


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Algumas letras do Webcedário




Porque será que o ç diz isso?




Serão publicadas no blogue mais letras deste curioso Webcedário.



sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Pigmalião e Galatéia

 Pintura de Ernest Normand (1886)

Fizemos no 4º ano um exercício do livro que tratava de uma peça de teatro escrita por George Bernard Shaw, My Fair Lady, numa versão em português, Minha linda Senhora.

Esta peça é baseada no mito de Pigmalião. Há várias versões deste mito. Dou uma, e se alguém tiver curiosidade pode consultar mais duas nos linques em baixo.



A lenda de Pigmalião e Galatéia é originária da ilha de Chipre, onde havia um importante santuário dedicado a Afrodite, em Palea Pafos ("a antiga Pafos"), ativo até o século IV. "Pigmalião" é a versão grega de Pumayyaton, nome de um rei fenício que viveu em Tiro, entre -820 e -774.

No mito, Pigmalião (gr. Πυγμαλίων) era um exímio escultor cipriota que, horrorizado pelo comportamento indecente das mulheres de Chipre, optou por viver isolado e imerso em seu trabalho. Mas, como não era insensível à beleza feminina, esculpiu uma imagem de mulher, em marfim, para fazer-lhe companhia.

A figura esculpida era de uma beleza tão grande, trabalhada com tanta arte e parecia tão viva, que o escultor apaixonou-se por sua obra... Beijava-a, dava-lhe roupas e jóias, e chamava-a de Galatéia. Depois de algum tempo, tão atormentado ficou que implorou a Afrodite, durante um festival em sua honra, que lhe permitisse encontrar uma mulher igual à estátua de marfim.

A deusa ouviu a súplica e, benévola, atendeu em parte o pedido. Quando Pigmalião regressou à sua casa, a estátua de marfim ganhou vida e se tornou sua esposa. Tiveram um filho, Pafos, epônimo da cidade cipriota de Pafos, e uma filha, Metarme.

Não há representações do mito em obras da Antiguidade. Muitos pintores e escultores do século XIX, no entanto, recorreram a esse tema em suas obras: Jean-Léon Gérôme, Edward Burne-Jones, Auguste Rodin, Francisco Goya, Franz von Stuck e muitos outros.

(Resumo de Graecia Antiga)


Mais duas versões: infopédia y Wikipédia.


Obra do escultor francês Auguste Rodin (1840-1917)


"Só sei que nada sei"


 Como é que são em espanhol as seguintes palavras de Sócrates citadas por Platão? Fácil, não é? Ou, como é que era esse superlativo irregular de fácil...? "Facilíssimo?"


Só sei que nada sei.


O ilustrador Eduardo Arruda é brasileiro, e virá mais vezes por este blogue.



quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quando foi inventada a @?


Vocês sabiam que o símbolo arroba,  @, existia muitíssimo antes de existir a Internet?

Símbolo @. Originário do latim "et"

Significa "at" em inglês, "em" em português. Este símbolo é utilizado nos endereços de correio electrónico e separa o nome do utilizador da denominação do site ou domínio onde se encontra alojada a sua caixa de correio electrónico, geralmente um ISP (Internet Service Provider).

O símbolo @, que existe desde a época medieval onde era utilizado pelos monges copistas, foi introduzido no contexto da Internet em 1971, pelo inventor do e-mail, o norte-americano Ray Tomlinson. Este engenheiro pretendia encontrar um caracter que não se confundisse com as restantes letras do teclado e que servisse de separação entre o nome do utilizador e o local do endereço electrónico. Foi assim que o arroba entrou no ciberespaço.

O primeiro endereço de correio electrónico utilizado para a troca de e-mails entre computadores foi: tomlinson@bbn-tenexa

Fonte: Infopédia





segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Máscara (A palavra 'persona')

Máscara de teatro romano

Lembram-se da fotografia que vimos nesta mensagem (E esses olhos?) do passado período? Era um rosto que parecia uma máscara. Escrevi que um dia haveríamos de ver qual era o significado inicial da palavra persona. Seja o dia esta segunda-feira, 10 de janeiro, em que voltamos às aulas depois das férias de Natal. Vejam como é curioso.


MÁSCARA

Hipócrita é o termo etrusco, aproveitado pelos romanos, para actor, ou seja, aquele que finge ser o que não é. Mas pessoa, segue exactamente o mesmo caminho. Também em etrusco phersu começou por se referir à máscara do actor, como na Grécia. Sucessivamente, veio a ganhar o significado do papel atribuído à máscara, as características desse papel, à própria personagem. A terminação na entrou em todas as línguas latinas (menos o romeno). Assim a palavra latina persona, que significa originalmente «a máscara usada pelos actores». O termo é formado por per (por, através de), e sonare (soar), de maneira que o sentido dessa combinação é: «o que serve para dar som».

Há autores que dizem que o significado mais arcaico desta palavra era carácter asumido, papel desempenhado.

A personalidade é «como uma máscara usada por um actor» mas... o papel ou carácter com que se deve apresentar deve ter algo que serve para dar sons, isto é: ter expressão.

Ora Webster define a palavra individual como: «não dividido; o que não deve ser dividido; o que existe como um ser ou objecto distinto, simples, um». Assim, a individualidade real está detrás da máscara da personalidade.

Isto vem a propósito das caretas que temos que fazer (ou na figura, se quiserem) para continuarmos a ser pessoa. Ou, de outra maneira, se a palavra não é audível através da máscara, teremos que gritar para que nos considerem gente.


Fonte: Elucidário de conhecimentos (quase) inúteis, de Roby Amorim.