Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Balancê (Sara Tavares)



Sara Tavares é uma cantora e compositora portuguesa com ascendência cabo-verdiana.Temos duas versões desta canção, Balancê: um videoclip e uma atuação ao vivo. Podem escolher...


BALANCÊ

Como vi dançar no Zimbabué
Quero também contigo gingar ue
Uma dança nova
Mistura de Semba com Samba
De Mambo com Rumba
Tua mão na minha
E a minha na tuaaa

Balancê yeee
Balança yaa
Swinga para lá
Swinga pra cá yee

Balancê yeee
Balança yaa
Maria José
Swing no pé
Senão chega pra lá yee

Somos livres para celebrar
Somos livres para nos libertar
Como crianças brincando
Crianças sorrindo
Crianças sendo crianças... ah!
Como crianças brincando
Crianças sorrindo
Crianças...

Balancê yeee
Balança yaa
Swinga para lá
Swinga para cá yee

Balancê yeee
Balança yaa
Maria José
Swing no pé
Se não chega pra lá yee

Adoro quando te deixas levar assim
Fechas os olhos e danças só para mim
Uma dança tua
Mistura de não vem que não tem
Com um sorriso porém que me diz que o teu desdém
É só a manha de alguém
Que diz que vai mas que vem
Me engana que eu gosto

Balancê yeee
Balança yaa
Swinga para lá
Swinga para cá yee

Balancê yeee
Balança yaa
Maria José
Swing no pé
Se não chega pra lá yee

Balancê yeee
Balança yaa
Swinga para lá
Swinga para cá yee
Yee anda ca

Balancê yeee
Balança yaa
Maria José
Swing no pé
Se não chega pra lá yee
Yyeeeeyyy









terça-feira, 29 de abril de 2014

Andar de bicicleta na água



Não gostariam de praticar este desporto? Deve ser muito refrescante no verão...




segunda-feira, 28 de abril de 2014

Cartaz da Associação 25 de Abril,



O Cartaz da Associação 25 de Abril, comemorativo dos 40 anos do 25 de Abril, é da autoria de Júlio Pomar e Henrique Cayatte.


Júlio Pomar (Lisboa, 1926) é pintor, um dos grandes nomes da pintura portuguesa.

Henrique Cayatte (Lisboa, 1957) é escultor e designer.






sexta-feira, 25 de abril de 2014

40 anos do 25 de Abril na RTP




Página da RTP (Rádio Televisão Portuguesa)

E depois de Abril

25 heróis

Arquivo

Programação

Cronologia





Celeste Caeiro: A flor que deu o nome à Revolução

D. Celeste Caeiro

Fizemos este belo achado no blogue Vamos falar de Abril, da Escola Básica nº 75 da Madalena, em Lisboa: a história de como o cravo se tornou o símbolo da Revolução que fizeram os chamados Capitães de Abril, e como deste modo ficou conhecida mundialmente como a Revolução dos Cravos.


"No dia 25 de Abril de 1974, o restaurante onde eu trabalhava festejava o seu primeiro aniversário", relembrava D. Celeste. "Como os patrões queriam fazer uma festa, o gerente foi até ao Mercado da Ribeira no dia anterior para comprar flores. Podia ter comprado rosas, mas não. Comprou cravos".

Este é o início de uma das histórias mais bonitas da nossa Revolução que, por mero acaso, tornou-se num símbolo de esperança, paz e amizade, hoje acarinhado por todos os portugueses.

Escutada com atenção pelos curiosos alunos, D. Celeste continuou:

“No dia 25 de Abril desse ano, como era habitual, apanhei o transporte para a Rua Braamcamp, a rua do restaurante. A casa nesse dia não abriu. Dizia o gerente que não sabia o que estava a acontecer, talvez um golpe de Estado e que, por ser perigoso, ninguém saía.

- Vão para casa, mas antes, passem pelo restaurante para buscar as flores. É uma pena ficarem ali e murcharem, pediu o dono.

E assim foi. Juntas, a D. Celeste e a sua colega Conceição foram até ao armazém, apanharam um molhinho de cravos brancos e vermelhos, colocaram-no debaixo do braço e saíram.

Indignada com este aparato, D. Celeste pensou para si mesma: “ Está a dar-se uma revolução e eu vou para casa?”. Apanhou o metro para o Rossio e dirigiu-se ao Chiado onde se cruzou imediatamente com as chaimites das Forças Armadas.

- O que é que se passa?, perguntou a D. Celeste quando se aproximou de um dos tanques.
- Nós vamos a caminho do Quartel do Carmo para fazer render o Governo, respondeu-lhe o soldado.
- Então, e já estão aqui há muito tempo?, voltou a interpelar.
- Estamos desde as duas ou três horas da manhã. E o militar pede-lhe um cigarro.

D. Celeste, que já tinha trabalhado numa Tabacaria, sabia perfeitamente a sensação de querer fumar um cigarro. Triste por não ter nenhum consigo, apesar de não fumar, respondeu-lhe:

- Não tenho nenhum cigarro, mas tenho um cravinho, estendendo-lhe a flor, que o soldado colocou cuidadosamente no cano da sua espingarda.

Foi o primeiro.

D. Celeste foi distribuindo os cravos pelos militares que encontrava pelo caminho até à Igreja dos Mártires, espalhando assim, na sua ingenuidade de menina, a cor vermelha de Abril por Lisboa.

Chegou a casa. A sua mãe, preocupada, perguntou-lhe o que estava a fazer na rua. D. Celeste foi até janela e mostrou-lhe como lindas ficaram as ruas com os seus cravos.

Também este ano, a história que acabaste de ler comemora os seus 40 anos. 40 anos de confiança entre o movimento militar e os desejos do povo português para derrubar o regime fascista. Mas mais importante, é que foi graças ao simples mas grandioso acto de D. Celeste que, ao oferecer as flores aos militares, impediu as espingardas de disparar, transformando o cravo vermelho numa palavra de ordem visual, expressão da vontade popular pela revolução pacífica, a Revolução dos Cravos.


**********************************************************




Por outro lado, no Jornal de Notícias, com data de 25 de abril de 2013, podemos ver um vídeo em que Celeste Caeiro conta a sua história: A mulher que fez do cravo o símbolo da revolução.





"Graffiters" criam mural dedicado à revolução de Abril




"Graffiters" criam mural dedicado à revolução de Abril

Marisa Soares

12/04/2014 - 20:09

Mural na Avenida de Berna, em Lisboa, evoca os principais símbolos da Revolução dos Cravos, numa abordagem contemporânea feita por quatro artistas da plataforma Underdogs.

Na parede branca onde em tempos houve rabiscos, estão agora desenhados os ícones de Abril. O retrato de Salgueiro Maia é a peça central do mural que foi ganhando vida nos últimos dias no exterior da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa. É como se o capitão voltasse à rua, 40 anos depois, através do olhar de quatro jovens artistas de rua.

Não há quem passe pela Avenida de Berna sem olhar para os graffiti que ocupam 15 metros de muro, com as cores da bandeira portuguesa a sobressaírem num fundo negro. No meio, o olhar firme de Salgueiro Maia – eternizado numa das mais conhecidas fotografias de 25 de Abril de 1974, tirada pelo fotojornalista Alfredo Cunha – prende a atenção. De boina militar na cabeça e farda vestida, parece estar novamente pronto para a luta.

Foi naquela fotografia que Frederico Draw se inspirou. “Esta é a minha interpretação dessa imagem de 1974, um pouco mais carregada, com uns traços mais pesados”, explica o graffiter do Porto, de 25 anos, um dos quatro da galeria Underdogs convidados para concretizar este projecto. Draw quis usar o seu estilo “riscado e com tramas” para reforçar a expressão do rosto, simbolizando “o Portugal de hoje, mais pesado” do que há 40 anos. “É altura de haver uma nova mudança”, defende.

O desafio lançado pela FCSH à Underdogs, dirigida por Alexandre Farto (mais conhecido como Vhils), era fixar o testemunho da geração actual sobre a revolução que ditou o fim do Estado Novo e, simultaneamente, deixar mensagens para o futuro. A ideia surgiu a propósito do ciclo de conferências A Revolução de Abril – Portugal 1974-1975, organizado pela Universidade Nova no Teatro D. Maria II, de 21 a 24 de Abril.

“Não fazia sentido estarmos a trabalhar sobre este tema sem termos uma actividade junto da comunidade académica. Pensámos nos murais como uma marca do imaginário próprio da revolução”, argumenta Carlos Vargas, investigador do Instituto de História Contemporânea da FSCH e administrador do Teatro D. Maria II. Mas este não é um mural igual aos que nasceram com a revolução. “Não queríamos fazer um pastiche de um tempo que já passou”, justifica Vargas, sublinhando que “é possível fazer um mural político mas com o olhar da geração que hoje tem 25 ou 30 anos”.

O convite feito aos Underdogs apelava à renovação. “Queríamos conhecer o olhar contemporâneo de uma geração que não viveu o 25 de Abril”, afirma. O desafio era também construir um mural colectivo e não blocos separados, apesar dos estilos diferentes que caracterizam o trabalho de cada um.

Como que a suportar o retrato de Salgueiro Maia, Gonçalo Ribeiro (que assina como Mar) desenhou os punhos cerrados do povo que grita “amor” e “luta”. Diogo Machado (Add Fuel), de 33 anos, criou um padrão para inserir dentro da silhueta de duas espingardas, com cravos nas pontas. “O meu trabalho é reinterpretar a azulejaria portuguesa, o antigo”, o que encaixa nesta tentativa de “dar uma nova visão do 25 de Abril”, diz Add Fuel.

O mural fica completo com as duas peças simbólicas de Miguel Januário, conhecido pelos projectos maismenos e kissmywalls. À esquerda de Salgueiro Maia, o “pré-25 de Abril” com o escudo de Portugal entre ossos e correntes, quebradas numa ponta. “Representa o corte com o antigo regime”, explica. À direita, o “pós-25 de Abril” com um coração e duas G3 (com os canos virados para baixo, em jeito de provocação), que representam “a necessidade de sentirmos e agirmos”. Para este graffiter de 32 anos, Portugal vive hoje um momento semelhante ao que vivia em 1974, perante a necessidade de "ruptura com o sistema" e de "encontrar uma saída, uma solução que venha de dentro”. Junto ao coração, numa faixa escrita em latim, lê-se: “Ou encontramos uma via, ou fazemos uma”.


Notícia do diario Público (12/04/2014)






O Capitão Salgueiro Maia no dia 25 de abril de 1974 (Fotografia de Alfredo Cunha)




40 anos - Cravos de abril















quinta-feira, 24 de abril de 2014

Umas fotografias de Alfredo Cunha

Fotografia emblemática do Capitão Salgueiro Maia


Alfredo Cunha era muito novo quando tirou estas fotografias no dia 25 de Abril de 1974: tinha 21 anos. E as imagens que muitos têm daquele dia tão importante para a história contemporânea de Portugal foram realizadas por ele.














quarta-feira, 23 de abril de 2014

Palavras de Saramago para o Dia do Livro



"O leitor também escreve o livro quando lhe penetra o sentido, o interroga"

José Saramago

 
José Saramago (1922-2010) foi um escritor portugués, Prémio Nobel da Literatura em 1998.









O amor e o grito (Clarice Lispector)



O amor e o grito

Um dia um mestre perguntou aos seus discípulos:
- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
Os homens pensaram por alguns momentos.
- Porque perdemos a calma - disse um deles. - Por isso gritamos.
- Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao teu lado? Não é possível falar-lhe em voz baixa? Por que gritas a uma pessoa quando estás aborrecido?
Os homens deram algumas respostas, mas nenhuma delas satisfez o mestre. Finalmente ele explicou:
- Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poder escutar-se. Quanto mais aborrecidas estejam, mais forte terão que gritar para se escutar um ao outro através desta grande distância.
Em seguida perguntou:
- O que sucede quando duas pessoas se enamoram? Elas não gritam, mas se falam suavemente. Por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Quando se enamoram, acontece mais alguma coisa? Notem que quase não falam, somente sussurram, e ficam cada vez mais perto do seu amor. Finalmente, não necessitam sequer sussurrar, somente se olham e isto é tudo. Assim é quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Portanto, quando discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais. Chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.

Clarice Lispector

aborrecido: 4. Que está contrariado ou maldisposto. = ARRELIADO, ZANGADO.


(Fotografia de Henri Cartier-Bresson)



A vontade e o mundo (José Luís Peixoto)



José Luís Peixoto (1974) é um narrador, poeta e dramaturgo português, um autor de referência na literatura portuguesa atual. Fica para outro dia conhecermos um trecho de algum dos seus romances, ou alguns dos seus versos.

Hoje trazemos um artigo dele numa revista de viagens, porque é bom ler de tudo, não só "obras literárias", e porque toda a gente gosta de viajar, mais ou menos, não é?

Ah, devemos ter em conta que Peixoto é uma pessoa que tem viajado muito por todo o mundo, como podemos comprovar, e também em baixo.


A vontade e o mundo

Um dia, vou cansar-me de querer conhecer o mundo. Nessa altura, talvez me pareça estranho que alguém saia de casa, deixe o morninho, para discutir preços com taxistas ou olhar para ementas de restaurantes onde não percebe uma única palavra.

Às vezes, parece-me que conheço demasiados caminhos. Para ir a certos lugares, não tenho de pensar. Entro no carro e a minha cabeça ocupa-se de qualquer assunto que, naquele momento me pareça importante. Conheço tão bem esses caminhos que quase me surpreendo quando chego ao destino. Às vezes, quero ir a lugares ligeiramente diferentes, distraio-me por um momento e, quando reparo, já estou a fazer esses caminhos de novo. O hábito enganou-me. Então, preciso de voltar atrás, raramente necessito de GPS para encontrar a direcção certa.

Viajar seja para onde for, querer conhecer o mundo, é acreditar que todas as ruas fazem parte de um labirinto mas que não é possível perdermo-nos nele. Está-se sempre em algum lugar. A rosa dos ventos pode ser colocada em qualquer sentido, continuará sempre a ser uma rosa dos ventos.

Na Tailândia, nenhuma comida tem o sabor das sopas da minha mãe. Na Amazónia, nenhuma paisagem se parece com os campos à volta da terra onde nasci. Nas ruas de Helsínquia, ninguém entende a língua em que penso e eu, estrangeiro, tenho dificuldade até de distinguir palavras na amálgama de sons que essas pessoas dizem quando vão, por exemplo, a conversar nos transportes públicos.

Um dia vou cansar-me dessa surpresa. Conheço bem o conforto do meu sofá, com mantas em fevereiro, onde poderia passar tardes inteiras a ver programas da televisão portuguesa, com anúncios portugueses, com as notícias portuguesas a começarem à hora certa: pip, pip, piiii. Sei bem o que é atender o telefonema de um amigo que me diz: vem cá. Sei bem o que é poder ir ter com ele naquele momento, estar ao lado dele depois de minutos. Também sei o que é sentir que os amigos deixaram de ligam. A pouco e pouco, convencem-se de que nunca estou, nunca posso, não vale a pena ligar, não vale a pena insistir.

Sim, um dia vou cansar-me de querer conhecer o mundo, mas hoje ainda não é esse dia. Sinto uma espécie de tontura só de começar a conceber todos os lugares onde posso ir. Tenho os sentidos ávidos por tudo aquilo que me espera. Não tenho qualquer receio de estar sozinho, sem mapa, no centro de Singapura, numa avenida de Caracas, diante de uma paisagem do Alasca. Anseio por esse momento.

Quero aterrar em todos os aeroportos do mundo, quero conversar por gestos com gente de todos os países, quero provar o sal de todos os oceanos, senti-lo a cristalizar-se na pele. É muito fácil que chegue um dia em que deixe de acreditar em tudo o que acredito agora. A vida é composta por materiais bastante mais transitórios do que estamos dispostos a admitir. Mas, até lá, sempre que esteja diante de uma ementa onde não perceba uma palavra, continuarei a fechar os olhos e a pedir a primeira coisa onde deixe cair o meu indicador.

José Luís Peixoto, in Revista Volta ao Mundo (Abril 2014)

Lido na página de José Luís Peixoto


****************************************


"Separadas pelo tempo e pelo espaço, a cidade de Istambul e a região da Capadócia são dois pilares fundamentais para entender o fascínio da Turquia. José Luís Peixoto voltou rendido, sem se importar com as perguntas que ficaram por responder." (ver vídeo neste link)






Morre Gabriel García Márquez



No dia 17 de abril morreu no México o escritor e jornalista colombiano Gabriel García Márquez, um dos maiores autores da língua espanhola, e Prémio Nobel da Literatura em 1982. É claro que os autores que aqui são publicados escrevem ou escreveram em português, mas também temos uma secção dedicada a Outras literaturas. Ler é bom, e estamos a ler em português também. É por isso que vos trago o começo do livro mais conhecido deste autor, Cem anos de solidão. Não me engano se penso que será a primeira vez que leiam estas linhas... e vão lê-las em português! Espero que algum dia leiam o livro completo em espanhol. Realmente vale a pena.

Vamos ler! (não só neste Dia do Livro, claro...)


Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo. Todos os anos, pelo mês de março, uma família de ciganos esfarrapados plantava a sua tenda perto da aldeia e, com um grande alvoroço de apitos e tambores, dava a conhecer os novos inventos.

Primeiro trouxeram o ímã. Um cigano corpulento, de barba rude e mãos de pardal, que se apresentou com o nome de Melquíades, fez uma truculenta demonstração pública daquilo que ele mesmo chamava de a oitava maravilha dos sábios alquimistas da Macedônia. Foi de casa em casa arrastando dois lingotes metálicos, e todo o mundo se espantou ao ver que os caldeirões, os tachos, as tenazes e os fogareiros caíam do lugar, e as madeiras estalavam com o desespero dos pregos e dos parafusos tentando se desencravar, e até os objetos perdidos há muito tempo apareciam onde mais tinham sido procurados, e se arrastavam em debandada turbulenta atrás dos ferros mágicos de Melquíades. "As coisas têm vida própria", apregoava o cigano com áspero sotaque, "tudo é questão de despertar a sua alma." José Arcadio Buendía, cuja desatada imaginação ia sempre mais longe que o engenho da natureza, e até mesmo além do milagre e da magia, pensou que era possível se servir daquela invenção inútil para desentranhar o ouro da terra.







O gosto pela leitura no Dia do Livro


Os livros eletrónicos cheiram? Parece que não. É agradavel tocar neles? Faz barulho qundo passamos a página? O que acham? E o que acham destas palavras de Martha Medeiros?


“Eu, por exemplo, gosto do cheiro dos livros. Gosto de interromper a leitura num trecho especialmente bonito e encostá-lo contra o peito, fechado, enquanto penso no que foi lido. Depois reabro e continuo a viagem (…) Gosto do barulho das páginas sendo folheadas. Gosto das marcas de velhice que o livro vai ganhando: (…) a lombada descascando, o volume ficando meio ondulado com o manuseio. Tem gente que diz que uma casa sem cortinas é uma casa nua. Eu penso o mesmo de uma casa sem livros.” 


Lido no blogue Balcão de Biblioteca



O prazer de ler


No Dia do Livro vamos ler as palavras que escreveu sobre o prazer da leitura uma aluna do 9º ano português. Como já sabem, é o equivalente do nosso 3º ano da ESO.


O PRAZER DE LER 

Oh, como é bom ler! Não sabem os jovens o que perdem quando dizem que não querem ler, que não gostam, que é aborrecido e que preferem ver televisão, jogar Playstation ou ficar no computador.

Ler é um grande passo para aprender, adquirir conhecimento e novas experiências! Ajuda também no desempenho escolar: enriquece o vocabulário, damos menos erros ortográficos, desenvolve a capacidade para argumentar, dar opiniões e a escrita. Ler ajuda à formação de uma pessoa.

Se és um daqueles jovens que nunca conseguiu retirar prazer de uma boa leitura, não desistas já, começa por ler revistas ou jornais, lê num sítio calmo, onde não haja barulho, para conseguires concentrar-te. Tenta ganhar o hábito.

Um livro não ajuda apenas no desempenho escolar, um livro pode ser nosso amigo, como disse Charles Elliot - "Os livros são os mais silenciosos e constantes amigos; os mais acessíveis e sábios conselheiros; e os mais pacientes professores."

Ler leva-nos a outro mundo, não queres conhecê-lo?

Marta Gonçalves
nº13 9ºA


Lido no blogue Brigada das Letras

terça-feira, 22 de abril de 2014

40 anos da Revolução dos Cravos



O professor deu um pulo até Lisboa nas férias da Páscoa e tirou estas fotografias do Arco de Triunfo da Rua Augusta. Reparem: na próxima sexta-feira, dia 25, é o 40º aniversário do dia 25 de Abril, da Revolução dos Cravos, episódio marcante da história contemporânea de Portugal, quando passou de uma longa ditadura de 41 anos, vejam bem, para a democracia (o fim da ditadura no nosso país foi de uma maneira bem diferente...). Já falaremos mais nisto ao longo da semana.







O Arco visto da Praça do Comércio, ou Terreiro do Paço, como é mais conhecido, na Wikipédia


Benefícios da bicicleta



Voltamos de bicicleta das férias, e aproveitamos para dizer que o dia 19 de abril foi o seu Dia Mundial. Já passou, mas tanto faz. E reparem quantos benefícios tem andar de bicicleta!




sexta-feira, 11 de abril de 2014

Despedida até depois das férias



Alunos do 3º e 4º anos. Hoje é o ultimo dia de aulas na escola. Depois da canção Máquina zero de Rui Veloso, que ouvimos ontem, agora sim, despeço-me mesmo.

O Entr'acte no. 3 da Rosamunde de Schubert não tem nada a ver com essas notas dançarinas que podem ver lá em cima. Aconteceu assim: lembrei-me por acaso dessa música e achei que valia a pena vocês poderem ouvi-la.


Boas férias!






(Fonte do gif: Ephemeral Films)




Vencedores do Concurso de Doçaria do Dia da Escola


Estes são os vencedores do Concurso de Doçaria  (em português) celebrado no nosso Dia da Escola. Os prémios serão entregues depois das férias. Parabéns aos vencedores e também a todos aqueles que participaram. O júri teve problemas para decidir. Tudo estava muito, muito bom!


1º prémio
Torta de laranja — María Fuentes Carozo



2º prémio
Serradura — María Centeno e Inês Castro



3º prémio
Torta de creme português — Javier Morán e Alba Caldito





Navio dos Descobrimentos portugueses encontrado na Indonésia

D. Afonso de Albuquerque, segundo governador da Índia portuguesa



Navio dos Descobrimentos portugueses encontrado na Indonésia

Lusa
09/04/2014 - 15:24

O galeão do século XVI que transportava um tesouro roubado poderá agora ter sido encontrado.


Drones subaquáticos terão encontrado, perto da Indonésia, o navio português Flor do Mar, que naufragou em 1511 no estreito de Malaca, contendo o tesouro roubado destinado a D. Manuel I de Portugal, noticiou o jornal malaio The Star Online.

O navio mercante transportava D. Afonso de Albuquerque após este ter conquistado Malaca, à época o maior centro comercial do Oriente. O Flor do Mar naufragou com um tesouro roubado, incluindo 60 toneladas de ouro do sultanato, que se tornou num dos mais míticos e cobiçados tesouros perdidos da História.

Baseando-se em imagens captadas por drones subaquáticos, duas empresas de salvamento submarino garantem ter avistado o galeão no mar de Java, perto da cidade de Seramang, na Indonésia, referiu hoje a publicação.


A notícia completa no diário  Público (9-abril-2014)




quinta-feira, 10 de abril de 2014

Resumo e fotografias da nossa vista a Évora

Igreja de São Francisco


No passado dia 26 de março um grupo formado pelos alunos de 4º A e 12 alunos de 3º D fizeram uma viagem cultural a Évora, acompanhados pelos professores Pedro Cuadrado e Catarina Lages, do Instituto Camões, que lecciona 6 horas de Português na nossa Escola.

Foi um frio dia de céu azul, um belo dia. A nossa visita começou pela Igreja de São Francisco, e a seguir, a vizinha Capela dos Ossos. O percurso seguiu até ao Templo Romano, a Universidade e, ao meio-dia, tínhamos marcada uma visita guiada à exposição na Fundação Eugenio de Almeida.

Os alunos gostaram muito desta exposição: obras da coleção do mais importante centro de arte e tecnologia do mundo, o ZKM | Zentrum für Kunst und Medientechnologie Karlsruhe [ZKM | Center of Art and Media Karlsruhe], Alemanha, de que já soubemos alguma coisa no blogue. Evidentemente, eram obras de uma arte muito diferente da que eles podem ter ouvido falar ou visto nos livros. Será que eles se lembram desta palavra, interagir?, porque é o que muitos deles fizeram com as obras expostas.

(Hei de perguntar a Catarina se tem mais alguma fotografia para o nosso blogue)


 Entrada à Capela dos Ossos


 Junto do Templo Romano




 Entrando ao Pátio da Universidade




 A Marta a interagir com uma obra de arte. Conforme tocava com o lápis na maçã, podíamos ouvir um pequeno barulho de trincadelas, e quase acabou por comer a maçã toda


 Criando kanjis ao calhas


 Estas folhinhas mexiam-se!


O Pablo e o Jorge preparados para interagiarem com a obra de arte


 A Isabel e a Elena (mais a Laura e a Maria  à direita)


Quantos objetos deixaram os nosso alunos nesta obra?


Palácio de D. Manuel e Jardins. Pouco antes de voltarmos para Badajoz