Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Máquina zero (Rui Veloso)



Hoje temos no 4º ano a nossa última aula deste segundo período. E vem ter connosco o cantor portuense Rui Veloso a falar de uns tempos que,  felizmente para vocês, já passaram.


MÁQUINA ZERO

Fui à inspecção ao quartel de infantaria
Estava no edital da junta de freguesia
Depois de inspeccionado deram-me uma guia
Com um carimbo chapado dizendo que servia

Ainda argumentei e disse que não ouvia
Não regulava bem e que tinha miopia
O capitão mirou-me no seu ar de comando
E o sargento mandou-me um sorriso de malandro
Do bolso tirou a velha máquina zero
E tugindo gozou pró ano cá te espero

Eu não quero ir à máquina zero
Eu não quero ir à máquina zero

Um dia na recruta fui limpar a latrina
O rancho veio-me à boca e faltei à faxina
O sargento de dia não me deixou impune
Levou-me à companhia e aplicou-me o rdm
Aqui nada se aprende odeio espingardas
Não fui feito para isto e tenho horror a fardas

Eu não quero ir à máquina zero
Eu não quero ir à máquina zero

Não me façam guerreiro eu nunca fui audaz
Sou um gajo porreiro só quero viver em paz

Eu não quero ir á máquina zero
Eu não quero ir à máquina zero

Nunca fiz inimigos em nenhum continente
Não dividam o mundo em leste e ocidente
Pactos e alianças são um bom remédio
Para entreter marechais e lhes combater o tédio
Pactos e alianças são um bom remédio
Para entreter marechais e lhes combater o tédio

Eu não quero ir à máquina zero
Eu não quero ir à máquina zero







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