Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Quem é que concorda com o Filipe?



Não sei porquê, mas acho que haverá por aí muito aluno a concordar com o Filipe, o amigo da Mafalda, que Quino criou há muitos anos. Mas Quino é um clássico.




terça-feira, 28 de abril de 2015

Sem 'f' não há festa, meus caros alunos!



Pois é, se tirarmos o f da palavra festa, ficamos com um simples demonstrativo: esta.


Reparem na expressão Ora esta! (ou Ora essa!). Em espanhol diríamos "¡esta sí que es buena!" (Infopédia)





Eu DISSE e ele/ela DISSE



"Eu diz", "Ela diz" [dˈiʃ]. É isso Perfeito Simples? Não, não, não... É a 3ª pessoa do singular do Presente do indicativo:

"Ele diz que sabe fazer isso", "Ela diz que tem a certeza disso", etc.

A 1ª e a 3ª pessoas do singular do Perfeito Simples de dizer são iguais: disse [dˈisɘ].

Eu disse; Ele / Ela / Você / O senhor / A senhora disse.


Reparem na pronúncia, na transcrição fonética, e não voltem a enganar-se...







segunda-feira, 27 de abril de 2015

Vhils esculpiu rosto de Zeca Afonso em escola do Seixal (2014)


Achei esta notícia do ano passado, quando se comemoraram os 40 anos da Revolução dos Cravos, mas não faz mal. Chega hoje ao nosso blogue.


O artista português Alexandre Farto, que assina Vhils, voltou na semana passada à escola secundária onde estudou, no Seixal, para criar numa das paredes, com a ajuda de alunos daquele estabelecimento, um retrato do cantor Zeca Afonso.

O convite para fazer uma intervenção no edifício partiu da escola, da professora Maria Dâmaso, que deu aulas a Alexandre Farto quando este frequentava a secundária José Afonso, na área de Artes, mas a ideia de fazer o trabalho em conjunto com alunos partiu do artista, recordou o próprio em declarações à agência Lusa.

Vhils voltou à escola, onde estudou entre 2001 e 2005, nos dias 26 e 27 de março para esculpir o retrato de Zeca Afonso numa das paredes, participando assim nas atividades do cinquentenário daquele estabelecimento de ensino.

A experiência foi "super interessante". Os alunos, de Artes, "já conheciam o trabalho" do artista que esculpiu rostos em paredes um pouco por todo o mundo.

"Mostraram-se muito à vontade e quase fizeram a peça sozinhos. Não estava à espera que (a atividade) tivesse tanta adesão inicial e os alunos tivessem tanto à vontade para criar aquele tipo de peça", contou.

O rosto de José Afonso foi escolhido pela escola, "não só porque se trata do patrono" daquele estabelecimento de ensino, "mas também porque se integra no espírito das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril de1974", de acordo com os responsáveis pela iniciativa.

Alexandre Farto deixou a José Afonso há nove anos, quando a escola começou a ser remodelada". Este regresso, aos 27 anos, foi encarado pelo artista como "um contributo" para uma escola que lhe "deu bastante, não só em termos de escola de ensino, mas também de um 'background' que é muito particular" naquele estabelecimento de ensino.

"Era uma escola bastante aberta. Tinha pessoas de mundos diferentes, de sítios completamente diferentes, era muito multicultural", disse.

Alexandre Farto recordou que nem sempre foi "o aluno mais fácil", e nem sempre teve "as melhores médias", no entanto, a secundária José Afonso deu-lhe "uma noção do que é crescer e viver num subúrbio de Lisboa".

"Sem dúvida que isso se reflete no trabalho e na consciência que eu ganhei no trabalho que faço hoje", afirmou.

Alexandre Farto começou por pintar paredes com 13 anos, mas foi a escavá-las com retratos que captou a atenção do mundo. A técnica consiste em criar imagens em paredes ou murais através da remoção de camadas de materiais de construção, criando uma imagem em negativo.

Os últimos anos têm sido para este artista português "uma roda-viva de viagens constantes", com participações em festivais, exposições e trabalhos pela Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia e Oceânia.

Lusa


(SIC Notícias. 40 anos / 25 de Abril. 04.04.2014)


Alexandre Farto já cá esteve em março de 2013.



José Afonso, conhecido também como Zeca Afonso, o grande cantor português





domingo, 26 de abril de 2015

25 de Abril: As linhas da liberdade



As linhas da liberdade

Até que se pudesse gritar "Vitória!" no Largo do Carmo, em Lisboa, as voltas e os caminhos que a Revolução tomou foram muitos. Uns previsíveis (e planeados), outros nem tanto. Quando se comemoraram os 25 anos do 25 de Abril, em 1999, o ex-jornalista do PÚBLICO Adelino Gomes (um dos repórteres de Abril) trabalhou num suplemento, onde para além de uma notável reconstituição dos factos dos dias quentes da Revolução se revelaram os soldados da coluna de Salgueiro Maia que derrubaram a ditadura. Nessa altura, o PÚBLICO proporcionou o reencontro em Lisboa da maioria desses 240 militares, que fizeram parte da coluna que rumou a Lisboa para derrubar o regime. Fomos ao arquivo rever esse trabalho e demos-lhe outra vida, actualizando dados recentemente vindos a lume, outra vez pela mão de Adelino Gomes e agora também pela objectiva de Alfredo Cunha, um dos fotógrafos de Abril. É o caso da descoberta do cabo apontador que recusou "dar fogo" contra os tanques dos revoltosos na Rua do Arsenal. Chama-se José Alves Costa e foi um dos muitos protagonistas destas linhas da liberdade.


Uma completíssima visão (inclui vídeos e muita infografia) do que aconteceu naquele dia: As linhas da liberdade - diário Público.






M47 leais ao regime vs. blindados da EPC, na Rua do Arsenal (Fotografía de Alfredo Cunha)




sábado, 25 de abril de 2015

“Quem não tem pão não tem liberdade. E há cada vez menos pão na mesa dos portugueses”



Reportagem
“Quem não tem pão não tem liberdade. E há cada vez menos pão na mesa dos portugueses”

Maria João Lopes (Texto) e Enric Vives-Rubio (Fotos)
25/04/2015 - 21:52

Apesar do dia cinzento, pessoas de todas as idades desceram a Avenida da Liberdade, em Lisboa. Protestou-se contra o Governo, contra a austeridade, contra o desemprego. E também houve quem lembrasse que a liberdade de imprensa é um valor de Abril.

Álvaro Faria, 68 anos, tem um cravo na lapela e um autocolante, também com um cravo, no casaco. A mulher brinca: “Só te faltou trazer um cravo testa”. O director- geral de uma multinacional, ramo de software, faz questão de sair à rua no 25 de Abril. Mas não esconde algum desencanto: “Este Governo está a recuar em relação aos valores que foram conquistados por Abril, na saúde, na educação, na liberdade. Quem não tem pão, não tem liberdade. E há cada vez menos pão na mesa dos portugueses.”

Foi um entre os “muitos milhares”, segundo a Associação 25 de Abril, que se concentraram no Marquês de Pombal para desfilar pela Avenida da Liberdade. Apesar da tarde cinzenta e de uns pequenos pingos de chuva, os cartazes mantêm-se erguidos e as músicas de intervenção misturam-se com as palavras de ordem.

Reportagem completa no diário Público








 

De cravo vermelho na mão




Lisboa. Quarta-feira, 2012, marcha em comemoração ao 38º aniversário do 25 de Abril.





sexta-feira, 24 de abril de 2015

“O que é o 25 de abril?”







Uma ilustração de André Carrilho sobre o 25 de Abril


 
Esta ilustração do português André Carrilho, pertence ao seu livro 40 x Abril, que tem ilustrações e textos de 40 artistas.


De uma página dele são estas palavras (em inglês). Como podem comprovar, ele tem publicado em publicações muito importantes de nível internacional.

André Carrilho is a designer, illustrator, cartoonist, animator and caricature artist, based in Lisbon, Portugal.
He has won several national and international prizes and has shown his work in group and solo exhibitions in Portugal, Spain, Brazil, France, Czech Republic and USA.

In 2002 he was awarded the Gold Award for illustrator's portfolio by the Society for News Design (USA).

His work has been published by the New York Times, The New Yorker, Vanity Fair, New York Magazine, Standpoint, Independent on Sunday, NZZ am Sonntag, Word Magazine, Harper's Magazine and Diário de Notícias, among other publications.



quinta-feira, 23 de abril de 2015

Almada Negreiros para o Dia do Livro




José Sobral de Almada Negreiros (1893 - 1970) foi um artista multidisciplinar português que se dedicou fundamentalmente às artes plásticas e à escrita, ocupando uma posição central na primeira geração de modernistas portugueses.



Auto-retrato de Almada Negreiros




Mais uma pintura do autor.






Por não estarem distraídos (Clarice Lispector)

 Fotografia de Alek Lindus


Para celebrar o Dia do Livro vamos ler Clarice Lispector, uma grande amiga do nosso blogue.


POR NÃO ESTAREM DISTRAÍDOS

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. 

Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. 

Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. 

No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. 

Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. 

Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.


Clarice Lispector, escritora brasileira


NB. Apesar do que se diz no vídeo, "Por não estarem distraídos" não é escrita poética, poesia... Há muito de poesia e poético em Clarice Lispector, mas ela sempre escreveu em prosa. Leem-nos desde "Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas..."








Exposição «Olhar e sentir a Revolução» pelos jovens de Almada






Exposição «Olhar e sentir a Revolução» pelos jovens de Almada

Câmara Municipal de Almada inaugura dia 20 de abril, às 18 horas, a exposição Olhar e Sentir a Revolução, sobre o mural evocativo do 25 de Abril, na Oficina de Cultura.

A exposição apresenta o projeto artístico coletivo desenvolvido, ao longo do ano letivo 2014/2015, por mais de uma centena de alunos das escolas públicas do concelho de Almada, com o apoio do município.

O mural executado no Centro Cultural Juvenil de Santo Amaro, no Laranjeiro, recupera a história e a memória do 25 de abril, através de técnicas e temáticas e (re)constroem imagens simbólicas dos valores defendidos pelos Almadenses ao longo destes últimos 41 anos de democracia e liberdade.

A inauguração terá um momento musical protagonizados por alguns alunos da Escola Secundária do Monte da Caparica, que interpretaram temas da sua autoria e de Zeca Afonso, Poesia em Movimento, com poemas de António Gedeão, pelo Grupo de Teatro da Escola Secundária António Gedeão, e a apresentação de Por um mural. Pelo 25 de Abril, integrado no projeto «Eskrítica», do Agrupamento de Escolas Elias Garcia.

Entre 21 e 30 de abril serão realizadas oficinas para as escolas do pré-escolar, 1.º e 2.º ciclo do concelho sobre a Liberdade (programa completo em anexo).

A exposição estará patente até 3 de maio, na Oficina de Cultura.
CMAlmada/Zoomonline









quarta-feira, 22 de abril de 2015

Pão ou banquete? Depende...

Esopo imaginado por Diego Velázquez


Um pedaço de pão comido em paz, é melhor do que um banquete comido com ansiedade.

Esopo (séc.VII-VI a.C.)





terça-feira, 21 de abril de 2015

Uma rupia portuguesa










Duas letras de Rui Veloso

Os saltimbancos, fotografia de Robert Grant


Os tempos de que fala o cantor português Rui Veloso já ficaram para trás. É pena, não contamos com a música, mas não faz mal, o que nos importa é a letra. Fica claro o contraste entre o que queria o Rui Veloso menino antes e depois das palavras da professora?

Por outro lado: será que alguém se anima a contar o que quer ser quando for grande?



O QUE EU QUERO SER QUANDO FOR GRANDE

Andava eu na quarta classe e fiz uma redacção
sobre o que eu queria ser um dia quando crescesse

Quero ser um marinheiro, sulcar o azul do mar
vaguear de porto em porto até um dia me cansar
quero ser um saltimbanco, saber truques e cantigas
ser um dos que sobe ao palco e encanta as raparigas

A sessôra chamou-me ao quadro e deixou-me descomposto
Ó menino atolambado, que gracinha de mau gosto

Lá fiz outra redacção, quero ser um funcionário
ser zeloso, ter patrão, deitar cedo e ter horário
ser um barquinho apagado sem prazer em navegar
humilde, bem comportado, sem fazer ondas no mar

A sessôra bateu palmas e deu-me muitos louvores
apontou-me como exemplo e passou-me com quinze valores


Mais uma canção de Rui Veloso, mas ficamos com a letra. Há um link para ouvir a canção.


É TRISTE SER-SE CRESCIDO

É triste ser-se crescido
E não ter mais rédea solta
Ir descobrir o sentido
Do mundo à nossa volta

É triste dizer adeus
Aos nossos velhos cantinhos
E ouvir a nossa mãe
A mandar-nos ir sózinhos

Triste é trocar os calções
Por colarinho apertado
Ter cartão de identidade
Já com outro penteado

É triste ser responsável
Guardar horas na cabeça
Ter tantas obrigações
Que fazem andar depressa

Ai como é bom recordar
Esse tempo de criança
Às vezes queria parar
Crescer muito também cansa.


Aqui pode ser ouvida a canção.


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Será Portugal?


Onde foi tirada esta fotografia? Vocês, ou muitos de vocês, sabem como são os passeios em Portugal. Será Portugal?

Não, é a cidade de Curitiba, capital do estado brasileiro do Paraná. E a fotografia é de Mathieu Struck. É claro que podemos encontrar a famosa calçada portuguesa fora de Portugal, como podem ver.





Mais um exemplo de calçada portuguesa no Brasil:
a praia de Copacabana no Rio de Janeiro
(no Brasil é chamada pedra portuguesa)



Vejam "Primeiro QR Code em calçada portuguesa" (em Lisboa)



sexta-feira, 17 de abril de 2015

Guia (António Zambujo)



Uma das melhores novas vozes do fado é a de António Zambujo. Da biografia dele na Wikipédia, retiramos o início:

"Cresceu a ouvir o cante alentejano. A harmonia das vozes, a cadência das frases e o tempo de cada andamento, foram para sempre uma influência. Nascido em Beja, em 1975, António Zambujo começou a estudar clarinete com 8 anos, estreando-se no Conservatório Regional do Baixo Alentejo. Ainda pequeno, apaixonou-se pelo Fado e pelas vozes de Amália Rodrigues, Maria Teresa de Noronha, Alfredo Marceneiro, João Ferreira Rosa, Max entre muitos outros. Estava habituado a cantar em família e entre amigos, e aos 16 anos chegou mesmo a ganhar um concurso de fado."

Aqui podemos escutá-lo a cantar ao vivo o seu sucesso, Guia


GUIA

Atravessei o oceano
Sem o teu amor de guia
Só o tempo no meu bolso
E o vento que me seguia

Venci colinas de lágrimas
Desertos de água fria
Tempestades de lembranças
Mas tu já não me querias mais, mais
Tu já não me querias mais

Procurei a terra firme
Em cada onda que subia
O sol cegava meus olhos
Toda a noite eu te perdia

Lá dentro no pensamento
Virou tudo nostalgia
Água, sal e sofrimento
Porque tu não me querias mais
Tu não me querias mais

Já era Agosto, quando acordei na praia
E vi chegar a primavera, fiz nova cama de flores
Lembrei de todas as cores, cantei baixinho pra elas

Hoje falo em segredo, nessa paixão esquecida
Pra não acordar saudade, pra não despertar o medo,
Pois um amor de verdade, sonha pró resto da vida.

Mas tu já não me querias mais,
Tu já não me querias mais...
Tu já não me querias mais...



Página de António Zamubujo



Adaptação (Ed Arruda)





pacato
adjectivo e substantivo masculino
Que ou aquele que é amigo da paz; pacífico; ordeiro, sossegado, calmo.


metrópole
4. Cidade de grande importância ou que ocupa uma grande área.

(Priberam)





Saudade



Esta palavra e o seu significado já têm aparecido várias vezes no blogue. Agora lemos o que nos diz a Infopédia:


saudade
nome feminino 1. sentimento melancólico causado pela ausência ou pelo desaparecimento de pessoas ou coisas a que se estava afetivamente muito ligado, pelo afastamento de um lugar ou de uma época, ou pela privação de experiências agradáveis vividas anteriormente.

2. plural cumprimentos a uma pessoa ausente; lembranças.

3. plural BOTÂNICA nome de várias plantas da família das Dipsacáceas e das Compostas, e das flores respetivas.


morrer de saudades: sentir muito a falta (de)

(Infopédia)





quarta-feira, 15 de abril de 2015

As melhores sombras são as das árvores


Para além do conselho, mais uma coisa: reparem no plural da palavra verão: é verões. Atenção! Embora exista verãos, a mais frequente é verões.

Lemos no Ciberdúvidas: "O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa também regista Verãos, mas indicando que esta forma é menos usada."



terça-feira, 14 de abril de 2015

"Espelho meu..."



 "Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?"


Estas são as palavras pronunciadas pela rainha má na versão portuguesa do conto Branca de Neve, de que dou o início de uma adaptação deste conto:

Há muito tempo, num reino distante, viviam um rei, uma rainha e sua filhinha, a princesa Branca de Neve. Sua pele era branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e os cabelos pretos como o ébano.
Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei, sentindo-se muito sozinho, casou-se novamente.
O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira cruel, invejosa e muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico, para o qual perguntava todos os dias:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?
— És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha! — Respondia ele.
Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita, encantadora e meiga. Todos gostavam muito dela, excepto a rainha, pois tinha medo que Branca de Neve se tornasse mais bonita que ela.
Depois do rei morrer, a rainha obrigava a princesa a vestir-se com trapos e a trabalhar na limpeza e na arrumação de todo o castelo. Branca de Neve passava os dias lavando, passando e esfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada por todos.
Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?
— Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais bela!
A rainha ficou furiosa, pois queria ser a mais bela para sempre. Imediatamente mandou chamar seu melhor caçador e ordenou que ele matasse a princesa e trouxesse seu coração numa caixa.



Branca de Neve (em alemão Schneewittchen) é um conto de fadas originário da tradição oral alemã, que foi compilado pelos Irmãos Grimm e publicado entre os anos de 1812 e 1822, num livro com várias outras fábulas, intitulado Kinder- und Hausmärchen (Contos para Crianças e para o Lar).





A poesia que ficou por ler no dia 8




Poesia em espanhol e em português para receber os alunos e professoras albicastrenses que ficou por ler. Ai, o tempo a correr contra nós!

Eis os versos de um poeta mexicano, dois espanhóis e quatro portugueses.


Visitas

A través de la noche urbana de piedra y sequía
entra el campo a mi cuarto.
Alarga brazos verdes con pulseras de pájaros,
con pulseras de hojas.
Lleva un río de la mano.
El cielo del campo también entra,
con su cesta de joyas acabadas de cortar.
Y el mar se sienta junto a mí,
extendiendo su cola blanquísima en el suelo.
Del silencio brota un árbol de música.
Del árbol cuelgan todas las palabras hermosas
que brillan, maduran, caen.
En mi frente, cueva que habita un relámpago...
Pero todo se ha poblado de alas.

Octavio Paz



Vals de los enamorados y unidos hasta siempre

No salieron jamás
del vergel del abrazo.
Y ante el rojo rosal
de los besos rodaron.

Huracanes quisieron
con rencor separarlos.
Y las hachas tajantes
y los rígidos rayos.

Aumentaron la tierra
de las pálidas manos.
Precipicios midieron,
por el viento impulsados
entre bocas deshechas.
Recorrieron naufragios,
cada vez más profundos
en sus cuerpos, en sus brazos.
Perseguidos, hundidos
por un gran desamparo
de recuerdos y lunas,
de noviembres y marzos,
aventados se vieron
como polvo liviano:
aventados se vieron,
pero siempre abrazados.

Miguel Hernández



Cuando tú pasas por la calle,
¿qué más puede pasar
que le importe a nadie?


Ahora que no te quiero,
de lo mucho que te quería
¡cuánto me acuerdo!


Por mucho que corra
la corza blanca,
su negra sombra
siempre la alcanza.


Isabel Escudero


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Aos amigos

Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.

Herberto Helder



Bucólica

A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;

De casas de moradia
Caiadas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;

De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.

Miguel Torga



Diz tu por mim, silêncio

Não era hoje um dia de palavras,
Intenções de poemas ou discursos,
Nem qualquer dos caminhos era nosso.
A definir-nos bastava um acto só,
E já que nas palavras me não salvo,
Diz tu por mim, silêncio, o que não posso.

José Saramago



Valverde del Fresno

A cerejeira o muro
uma criança canta
contemporânea apenas
das águas lentas.

É verão onde canta
de ramo em ramo
ou pedra
em pedra essa criança?

Diz-me diz-me
branca cerejeira branca.

Eugénio de Andrade




segunda-feira, 13 de abril de 2015

O 1º de abril já passou, mas...


Recordamos o 1º de abril (nós estávamos de férias) com a ajuda da Bianca. Toda a gente sabe o que se passa em Portugal, no Brasil e montes de países nesse dia, não sabe? (É claro que no nosso país, tal acontece numa outra data)




Notas gramaticais (Brasil - Portugal)

me conte = conta-me

não existe mais = já não existe

meu coração = o meu coração



A visita dos albicastrenses no dia 8


Na passada quarta-feira, dia 8, recebemos a visita de um grupo de 30 alunos da EBI João Roiz e da Escola Secundária/3 de Amato Lusitano, integradas agora no Agrupamento Escolar Amato Lusitano de Castelo Branco. Estavam acompanhados pelas Professoras Helena Almeida e Susana Moleiro.

Nós já tínhamos lá estado no dia 15 de outubro.




Em primeiro lugar houve uma breve receção na Biblioteca Ángel Campos Pámpano da nossa escola. Após umas palavras do nosso Diretor, Isidro Palacios, que sublinhou o facto das boas relações entre as duas escolas e pediu que continuassem no futuro; um aluno da turma de 2º D, Javier Florido, interpretou duas peças à guitarra para os nossos convidados. A seguir, e por termos pouco tempo (tínhamos encontro marcado ao meio-dia um bocado longe da Escola), os alunos ficaram sem ouvir uns poemas em espanhol e português que os professores Pedro e Pilar tinham escolhido para serem lidos no ato. É por isso que serão publicadas noutra mensagem do blogue.
 

 


 O intercâmbio de prendas entre ambas as partes: livros, que ficam tão bem onde estávamos


O Javier a tocar guitarra. Bravo, Javier! Obrigado pela música!


O fim da receção foi um beberete para alunos e professores reporem forças, antes de iniciarmos o caminho para as Casas Mudéjares, onde tínhamos um encontro marcado para as visitar, mais a Alcáçova.

O céu ameaçava chuva, que acabou por cair afinal, mas felizmente só no fim da visita.

Nas Casas Mudéjares vimos um ótimo vídeo sobre a fortificação abaluartada da nossa cidade. A seguir entrámos na Alcáçova pela Puerta de Carros, onde o guia deu as primeiras explicações históricas sobre ela. A visita continuou até terminar na Torre de Espantaperros, onde os alunos portugueses puderam desfrutar das bonitas vistas da cidade, do rio Guadiana e da vizinha povoação portuguesa de Elvas ao fundo, entre as nuvens, que pouco depois nos dariam uma parte da sua água. 
 







"¡Hola, chicas!"


"Torre de Espantaperros"





Olá, meninas!



O bar da escola. É hora de almoço. Nós não temos cantina, como os alunos portugueses têm em qualquer das suas escolas. Amavelmente, os pais e mães dos alunos espanhóis prepararam ou compraram comida para todos nós, 64 pessoas! Muito obrigado!



sexta-feira, 10 de abril de 2015

"Tudo bem, Fernandes?" (Quino)



É claro que o título é da autoria do professor. Desenhos de Quino como este falam otimamente apesar de, com frequência, não terem palavras. Não precisam.





"Quando era pequeno quis ser algumas coisas"



Alguém perguntou num forum "o que é que gostavam de ser quando eram crianças e a que é que brincavam?". Eis algumas das respostas

Hmm...
Quando era pequeno quis ser algumas coisas:
Mágico (vá, riam-se LOL);
Médico (que fui perdendo o gosto e a esperança ao longo dos anos devido às médias...);
Astronauta;
Polícia;
Professor (esta não tenho a certeza...).
É capaz de haver mais, mas agora não me lembro...

Quando era canuco, brincava às escondidas, futebol humano, 7 molhinhos (ai este jogo era tão giroooo), e jogos assim de rua!

Quando brincava em casa sozinho, era com carrinhos, carrões ( Gargalhada), action mans, legos, por aí! Tongue

AAAIIIIIIIII BELOS TEMPOS!!! Cheesy


canuco: Palavra de origen angolana que significa pessoa com pouca idade; jovem; rapaz, rapariga.


Qual era a profissão que vocês queriam ter quando eram mais pequenos?