Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Verbo ser (Carlos Drummond de Andrade)

O que é isto? Uma máquina de escrever...!


No dia 31 de outubro de 1902, nasceu na cidade mineira de Itabira o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade. Aqueles que gostam de ler poesia no Brasil celebram esse dia, é o Dia D (de Drummond, é claro). Nós também celebramos com a leitura destes versos.

E vocês, quando forem crescidos, o que é que querem ser? Pensem no que dizem estes versos.



VERBO SER

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.

Carlos Drummond de Andrade





jeito  1. Modo particular; maneira de ser ou de agir. = FEIÇÃO. (Dicionário Priberam)




Maria (Xutos e Pontapés)



Os Xutos e Pontapés são uma banda de rock portuguesa imensamente popular no país vizinho, que se formou em 1979 (!). Uma longa carreira, não acham?  Cá os vemos ao vivo no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, no dia 8 de Outubro de 2004 aquando do Tour que eles fizeram por ocasião dos 25 anos da banda. E continuam em força! Para outro dia trazemos mais música dos Xutos.


PARA TI, MARIA

De Bragança a Lisboa
São 9 Horas de distância
Q'ria ter um avião
P'ra lá ir mais amiúde
Dei cabo da tolerância
Rebentei com três radares
Só para te ter mais perto
Só para tu te dares

E saio agora!
E vou correndo!
E vou-me embora!
E vou correndo!
Já não demora!
E vou correndo p'ra ti...Maria!!

Outra vez vim de Lisboa
Num comboio azarado
Nem máquina tinha ainda
E já estava atrasado
Dei comigo agarrado
Ao porteiro mais pequeno
E tu de certeza à espera
Rebolando-te no feno

E saio agora!
E vou correndo!
E vou-me embora!
E vou correndo!
Já não demora!
E vou correndo p'ra ti...Maria!!

Seja de noite ou de dia
Trago sempre na lembrança
A cor da tua alegria
O cheiro da tua trança
De Bragança a Lisboa
São 9 Horas de distância
Q'ria ter um avião
P'ra lá ir mais amiúde

E saio Agora!
E vou correndo!
E vou-me embora!
E vou correndo!
E vou-me embora!
E vou correndo p'ra ti...Maria!!

Maria!! Maria!! Maria!!


Site oficial dos Xutos.



"De Bragança a Lisboa  / são 9 horas de distância..."








Morena (Bau)



Rufino Almeida, músico cabo-verdiano conhecido como Bau, é um virtuoso dos instrumentos de cordas, nomeadamente viola, cavaquinho e violino. O que acham os alunos que tocam "guitarra" (quer dizer, viola)? Digam-me lá: quantos instrumentos é que toca Bau nesta canção? Ele nasceu na iha de São Vicente, berço dos grandes representantes da música de Cabo Verde, como Cesária Évora.

Da páginada FNAC, retiramos estas palavras sobre o músico cabo-verdiano

"Bau não é apenas um mago da guitarra acústica, é também um perito no cavaquinho e violino. Com 6 álbums editados, Bau segue a linha de artistas como Al Di Meola, Stéphane Grappelli, Jean-Luc Ponty ou Didier Lockwood. Para este novo projeto, Bau escolheu colaborar com Vasco Martins – músico ecléctico e compositor iconoclasta, autor de uma significativa obra para orquestras sinfónicas. Neste disco, Bau (guitarra, cavaquinho e violino) e Vasco Martins, compositor, arranjador e produtor, que assegura ainda as sábias passagens de piano, contam Cabo Verde à sua maneira: uma música original enraizada em sonoridades ocidentais, cabo-verdianas, africanas, árabes e orientais"

Bela música africana para o dia de hoje...






quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Poesia na Biblioteca da EBI João Roiz



Poesia recitada pela professora Ana Romãozinho na Biblioteca da EBI João Roiz, agora parte do Agrupamento Escolar Amato Lusitano:


Estive pensando hoje de manhã

Estive pensando hoje de manhã
que fino trabalho fez o céu?
para amanhecer com cara de romã?
Estive pensando hoje de manhã
onde será que nascem os ventos?
para viverem assim de déu em déu?
que nuvem é como pensamento
sai andando sem poder parar.
Estive pensando hoje de manhã
enganoso pensar que o mar
vive sozinho parado sonhando.
Estive pensando hoje de manhã
que tudo na terra vive amando:
mar, nuvem, vento, idéia, romã.

José Godoy Garcia (poeta brasileiro)

*****************************

POEMA DO AFINAL

No mesmo instante em que eu, aqui e agora,
limpo o suor e fujo ao Sol ardente,
outros, outros como eu, além e agora,
estremecem de frio e em roupas se agasalham.

Enquanto o Sol assoma, aqui, no horizonte,
e as aves cantam e as flores em cores se exaltam,
além, no mesmo instante, o mesmo Sol se esconde,
as aves emudecem e as flores cerram as pétalas.

Enquanto eu me levanto e aqui começo o dia,
outros, no mesmo instante, exatamente o acabam.
Eu trabalho, eles dormem; eu durmo, eles trabalham.
Sempre no mesmo instante.

Aqui é primavera. Além é verão.
Mais além é outono. Além, inverno.
E nos relógios igualmente certos,
aqui e agora,
o meu marca meio-dia e o de além meia-noite.

Olho o céu e contemplo as estrelas que fulgem.
Busco as constelações, balbucio os seus nomes.
Nasci a olhá-las, conheço-as uma a uma.
São sempre as mesmas, aqui, agora e sempre.

Mas além, mais além, o céu é outro,
outras são as estrelas, reunidas
noutras constelações.
Eu nunca vi as deles;
eles,
nunca viram as minhas.

A Natureza separa-nos.
E as naturezas.
A cor da pele, a altura, a envergadura,
as mãos, os pés, as bocas, os narizes,
a maneira de olhar, o modo de sorrir,
os tiques, as manias, as línguas, as certezas.

Tudo.

Afinal
que haverá de comum entre nós?

Um ponto, no infinito.

António Gedeão

*****************************

o tempo, subitamente solto

o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.

José Luís Peixoto

*********************************************************************************

Ángel Campos Pámpano (1957-2008)


Poesia de Ángel Campos Pámpano e duas traduções dele, lidas pela professora Helena Almeida:

De La ciudad blanca (1983 – 1987)

Lisboa, bajo el celaje del otoño, es casi un cuadro cubista tendido en la ladera.

Me llegué a la ciudad con el frío de las mañanas de viaje para ver los colores de las casas: la lentitud del rosa ensombrecido de sus fachadas, la luz blanca o dorada de las plazas vacías tras la lluvia, en la tarde. Buscaba mi lugar, perseguía un texto que había perdido (leído) en algún sitio. Anduve hasta el muelle. Lloviznaba. Y, allí, solo, en el muelle sin nadie, recordé en voz alta el comienzo de la Oda Marítima.


Rossio

1

Flores de invernadero. Taxis
y palomas.
Las mujeres pregonan
frambuesas, frutos secos.
Vocerío de gente que vende lotería,
periódicos, pañuelos.
Y en las terrazas,
el aroma a café del desayuno...


(Recuerdos de un viaje
y de un cuarto de hotel
entre dos plazas).


2

Volverás en noviembre,
con las lluvias, a las mañanas
ruidosas del Rossio.


 Praça de D. Pedro IV, mais conhecida como o Rossio, em Lisboa


*****************************


Así traduce a Alberto Caeiro, uno de los heterónimos de Fernando Pessoa:

VII

Desde mi aldea veo cuanto desde la tierra se puede ver del universo…
Por eso mi aldea es tan grande como cualquier otra tierra
porque soy del tamaño de lo que veo
y no del tamaño de mi altura…

En las ciudades, la vida es más pequeña
que aquí en mi casa en lo alto de este otero.
En la ciudad, las grandes casas encierran la vista con llave,
esconden el horizonte, empujan nuestra mirada lejos de todo el cielo,
Nos vuelven pequeños porque nos quitan todo y tampoco podemos mirar
y nos vuelven pobres porque nuestra única riqueza es ver.


*****************************


De Eugénio de Andrade:

De la manera más sencilla
Es sólo el comienzo. Más tarde duele.
Y se le pone nombre.
A veces le llaman pasión. Que puede
Ocurrir de la manera más simple:
Unas gotas de lluvia en el cabello.
Acercas la mano, los dedos
Se desatan ardiendo inesperadamente,
Retrocedes por miedo. Esos cabellos,
Sus gotas de agua son el comienzo,
sólo el comienzo. Antes
de que acabe tendrás que coger el fuego
y hacer del invierno
la más ardiente de las estaciones.


Eugénio de Andrade, Todo el oro del día, versión de Ángel Campos Pámpano


*****************************


Y para terminar una vez más la poesía de Ángel Campos:

VII

A veces
sólo un gesto es suficiente para salvar el día.
Y escribir tal vez es ese gesto
que prolonga el latido de los pulsos
hasta la sed secreta de los párpados.

Escribir tal vez sea extraviarse en el canto más oscuro,
en la memoria extrema
de la noche adentro,
donde el hombre ignora su derrota,
las formas del cansancio,
el cuerpo del amor que ya no reconoce.

Escribir tal vez sea comparecer ante los otros
con los ojos más limpios,
indefenso, y vacías las manos,
sin dispersar la voz,
respirar con sosiego bajo el agua.

No hay otro modo de mirar las cosas
sin perderlas del todo.

(de La voz en espiral, 1998)


Caligrafía

Caligrafía
de lluvia
sobre el papel
metálico
del río.


Las gaviotas
Puntean
-mudas-
el agua
escrita.







quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Lembranças da viagem a Castelo Branco



Estes dois marcadores foram oferecidos a todos os alunos e professores no fim do recebimento na EBI João Roiz, que faz parte do Agrupamento Escolar Amato Lusitano, em Castelo Branco.










segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A equipa vencedora do foto paper em Castelo Branco


Mais uma imagem da nossa viagem a Castelo Branco. Prometo que nesta semana será publicado o resumo, com fotografias, de tudo o que lá fizemos.

Eis uma das equipas mistas de alunos portugueses e espanhóis, uma vez terminado o foto paper na parte histórica da cidade. E não é uma equipa qualquer, mas a equipa vencedora! Eles são o Daniel Escaso, o Alberto Vera e o Aitor Galán pela parte espanhola; desconheço os nomes da parte portuguesa da equipa.

Os membros espanhóis das equipas que ficaram no 2º e no 3º  lugar são, respetivamente: a Marina Hormigo, a Nagore Meléndez e a Elena Torrado; mais o José Mª Guerrero, o Carlos Benítez e o Daniel Piris.

Estamos à espera de algumas das fotografias que tiraram naquela tarde para as publicar aqui e que os vossos colegas fiquem a saber o que fizeram nesse foto paper. Vamos lá com isso!



(A fotografia é da professora Helena Almeida)



Assim é que foi a nossa viagem a Castelo Branco

Viagem sob a chuva



No passado dia 15 de outubro, 29 alunos de todas as turmas do 3º ano da ESO  da nossa escola (foi pena ter faltado uma aluna) fizeram uma viagem a Castelo Branco para visitar a escola com a qual fizemos um intercâmbio escolar nos anos 2012 e 2013: a EBI João Roiz de Castelo Branco.

É preciso acrescentar que recentemente houve uma mudança na situação desta escola. Agora faz parte de um agrupamento escolar com a Escola Secundária/3 de Amato Lusitano, e que o nome de ambas as duas é Agrupamento Escolar Amato Lusitano.

Eis o resumo da nossa visita:

Apanhámos um pouco de chuva na viagem até Castelo Branco. Chegámos lá por volta das 10:30 (hora portuguesa). Fomos recebidos na Biblioteca da escola João Roiz. Dois professores interpretaram várias peças musicais. A seguir, a professora Ana Romãozinho declamou versos em português. Depois, o Dr. João Belém, diretor do Agrupamento Escolar Amato Lusitano, deu-nos as boas-vindas. Houve mais poesia, desta vez declamada pela professora Helena Almeida: a surpresa é que o poeta escolhido era Ángel Campos Pámpano, professor muito ligado à difusão da poesia portuguesa na nossa língua e também à nossa Escola, cuja Biblioteca leva o nome dele. A professora leu poesia de Campos Pámpano em espanhol e dois poemas de poetas portugueses na versão realizada por ele. Finalmente, mais um pouco de música, e a seguir um pequeno beberete para alunos e professores.



O Diretor do Agrupamento Escolar Amato Lusitano a dar-nos as boas-vindas


A professora Ana Romãozinho


A professora Helena Almeida


Todos os poemas lidos serão publicados numa mensagem à parte.

Até à hora de almoço, os alunos espanhóis, divididos em 9 equipas de 3 alunos e 1 de 2, uniram-se aos parceiros portugueses, também divididos em equipas, para participar em numerosos jogos tradicionais. O palco foi o maravilhoso Pavilhão de desportos desta escola que, sempre que cá temos vindo, nos faz crescer água na boca. Podem ter uma ideia de como é que foi tudo pelas fotografias.

















À hora de almoço, por volta das 13:15, deslocámo-nos até a Escola Secundária/3 de Amato Lusitano, em cuja cantina almoçamos alunos e professores.

A seguir, os alunos participaram numa atividade com os colegas portugueses, um foto paper na parte histórica da cidade e ainda estamos à espera de que nos mostrem as fotografias que tiraram com máquinas ou telemóveis. Vamos lá com isso, meninos e meninas! Podem enviar, e publicamos no blogue. É preciso dizer que esta atividade esteve para ser suspensa por causa da chuva, mas afinal o tempo melhorou. Ainda bem!

O regresso para Badajoz demorou-se um pouco. Os “culpados” foram os nossos amigos portugueses, que prepararam um ótimo lanche com salgados e doces. Reparem no bolo com as bandeiras dos dois países.


"Doce ou salgado? Não sei o que vou escolher... "


São servidos?


Uns matraquilhos na Escola Amato Lusitano para os alunos jogarem nos intervalos


Alunas a posarem para o repórter gráfico, pouco antes da despedida


Esta é a terceira viagem que a nossa escola faz a Castelo Branco. As outras duas foram em 2012, um intercâmbio escolar de cinco dias, e em 2013, mais um intercâmbio, desta vez de três dias. Quando nos devolverem a visita, à partida no dia 8 de abril de 2015, será a terceira vez deles na nossa cidade de Badajoz, ao pé da Raia.

Ca esperamos por vocês!



Queria sublinhar que a nossa participação nestes Encuentros escolares 2014: “Creciendo juntos. La vida sin fronteras”, foi possível pelas ajudas recebidas do Projeto GIT EUROACE do POPTEC (FEDER)





sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Musiquinha (Deolinda)



Sabem o que significa em português abanar o capacete? Não sei se conhecem uma expressão espanhola que diz "Mover el esqueleto". Lá isso é abanar o capacete.

Eles são Deolinda!, que já cá têm estado mais vezes?


MUSIQUINHA

Está tudo morto, não?
Não há motivação!
Nada acontece,
Está tudo à espera,
Está tudo encerrado, não?

Não há mais vibração,
Ninguém se mexe.
Que grande seca, pois...

Já que a ninguém espanta ver
Q' isto já não anda,
Põe a musiquinha e abana essa anca.

Já que a ninguém espanta ver,
Q' isto não avança,
Ouve a musiquinha e abana, abana, abana.

Está tudo em ruínas, não?
Não há renovação!
Ninguém se inquieta,
Tudo embrutece,
Está tudo inquinado pá.
Não temos salvação,
E esta conversa já me aborrece, e...

Já que a ninguém espanta ver
Q' isto já não anda
Põe a musiquinha e abana essa anca.

Já que a ninguém espanta ver,
Q' isto não avança,
Ouve a musiquinha e abana, abana, abana.

Abana quem pode,
Abana quem deve,
Abana quem sabe,
Abana quem esquece,
Abana quem pensa ou evita pensar,
Abana o bem para se pôr a abanar.

Abana o pai,
Abana o mãe,
Abana o velho,
O novo também,
Abana por bem,
Abana por mal,
Abana quem diz,
Que abanar é banal.

Abana o da frente,
Abana o de trás,
Abana o dali,
Abana os de cá,
Abana também se me vires abrandar,
Abana-me bem para eu te abanar.

Já que a ninguém espanta ver,
Q' isto já não anda,
Põe a musiquinha e abana essa anca.

Já que a ninguém espanta ver,
Que isto não avança,
Ouve  a musiquinha e abana, abana, abana.

Já que a ninguém espanta ver,
Q' isto já não anda,
Põe a musiquinha e abana essa anca.

Já que a ninguém espanta ver,
Q' isto não avança,
Ouve  a musiquinha e abana, abana, abana.





quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Como é que os outros nos veem?

Fonte: Literatorura


Como é que os outros nos veem? Como nós somos realmente? Isso é muito difícil, como alguns de vocês podem já saber e todos vão aprender no decurso da vida.

"Poucos conseguem ver-me assim", como eu sou, diz esta personagem.





quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Seja paciente na estrada...



Estão a ver? Paciente é adjetivo, mas também é substantivo. Acontece assim com muitas palavras.

Será que alguém escreve nos comentários qual o imperativo para tu do verbo ser?