Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Morreu Mário Soares


No passado dia 7 morreu em Lisboa uma figura muito importante da política portuguesa contemporânea, Mário Soares. Temos cá uma breve introdução tirada da Wikipédia e, a seguir, um excerto da notícia publicada no diário Público.


Mário Alberto Nobre Lopes Soares (Lisboa, 7 de dezembro de 1924 – Lisboa, 7 de janeiro de 2017) foi um político português.

Político de profissão e vocação, co-fundador do Partido Socialista, a 19 de abril de 1973, o percurso de Mário Soares inicia-se nos grupos de oposição ao Estado Novo, atividades que levariam o governo de Salazar a deportá-lo para São Tomé, onde permaneceu até o governo de Marcello Caetano lhe permitir o exílio em França.

No processo de transição democrática subsequente ao 25 de abril de 1974 afirma-se como líder partidário no campo democrático, sendo ainda Ministro de alguns dos governos provisórios. Em seguida foi Primeiro-Ministro dos I, II e IX governos constitucionais, acompanhando o processo de construção de políticas sociais pré-adesão às Comunidades Europeias.

Foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1986 e 1996.

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Morreu Mário Soares. Adeus a um português maior

Ex-Presidente da República tinha 92 anos.

Hugo Daniel Sousa
7 de Janeiro de 2017

Lutou como poucos contra a ditadura, foi preso, casou na prisão, teve de deixar o país. Regressou depois do 25 de Abril para ser um pouco de tudo na política (deputado, ministro, primeiro-ministro, Presidente da República e eurodeputado). Mário Soares, o rosto maior da democracia portuguesa, morreu neste sábado aos 92 anos, avançou a Lusa.

(...)

Quem olhar para os últimos 50 anos da história de Portugal vai encontrar sempre Mário Soares: no ataque à ditadura, na libertação democrática, na resistência ao comunismo, na opção europeia, na solidez democrática. Foi, nos momentos decisivos, o líder de que Portugal precisava – e é por isso que hoje o país lhe deve muito.

As suas exéquias fúnebres decorrem segunda e terça-feira. (...)


Mário Soares destacou-se desde cedo na política. Ainda como estudante universitário (licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas em 1951 e em Direito em 1957), foi secretário da Comissão Central da Candidatura do General Norton de Matos à Presidência da República, em 1949, e estaria 11 anos depois na Comissão da Candidatura do General Humberto Delgado à Presidência da República.

Fez parte de vários movimentos de oposição à ditadura do Estado Novo, o que lhe valeu ser preso 12 vezes pela PIDE, a polícia política do regime. Cumpriu quase três anos de prisão e foi na cadeia, em 1949, que casou com Maria de Jesus Barroso. Foi deportado para São Tomé em 1968 e dois anos depois obrigado a exilar-se em França.

Foi no exílio que se tornou um dos fundadores do Partido Socialista, em 1973, e assumiu o cargo de secretário-geral dos socialistas durante praticamente 13 anos.

Regressou a Portugal três dias depois da revolução de 25 de Abril de 1974 para uma intensa actividade política, que o levou a ser uma espécie de farol da democracia portuguesa.

(Notícia completa no diário Público, 7-1-2016)


Retrato oficial do Presidente Mário Soares (1992), por Júlio Pomar.


Mário Soares em Lisboa, em maio de 1974, no mês seguinte à Revolução dos Cravos


1968 - Mário Soares detido e deportado (Entre as brumas da memória)




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