Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

“Tu não me leves a mal, amiga...”



Reparem, alunos do 3º ano, e porque não, do 4º também: “pareço mais velha, não diz "pareço maior", como dizem vocês por causa do espanhol: "Eu sou maior do que ele."  Não. 

É assim, se eu tenho mais anos do que ele, "eu sou mais velho do que ele."



terça-feira, 29 de novembro de 2011

O fado já é património mundial


Lemos no diário Público de ontem a seguinte notícia:


A notícia chegou via SMS: “O Fado já é património imaterial da humanidade”. Sara Pereira, directora do Museu do Fado, estava sentada na sala onde o comité intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) esteve a votar as candidaturas a património cultural imaterial da humanidade, em Bali, na Indonésia, quando o resultado da votação foi anunciado e enviou a mensagem.

Eu sei que o fado não é uma música de que vocês gostem muito, mas o fado pertence à história da música e da cultura portuguesa e não podemos deixar de saber este importante facto.

Acho que vocês não gostam de fado, como a maioria dos portugueses da vossa idade, mas não podemos deixar de trazer aqui esta notícia pela importância que o fado tem na história da música e da cultura portuguesa.

Alguém se anima? Lá vai um fado, mas não cantado, instrumental.







segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Tire-me esse dente aí, por favor



Assim se fazia na Idade Média, sem anestesia (cuidado com esta palavra, leva o acento no i final e em espanhol no e) nem nada. O que acham?

Anestesia (do grego antigo αν-, an-, "ausência"; e αἲσθησις, aisthēsis, "sensação") tradicionalmente significa a condição de ter a sensibilidade (incluindo a dor) bloqueada ou temporariamente removida. Isso permite que os pacientes passem por cirurgias e outros procedimentos sem a angústia e a dor que experimentariam de outra maneira. A palavra foi cunhada por Sr. Oliver Wendell Holmes em 1846.




sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"Sem que tenhas atravessado todo o rio..."

 Jacaré boiando (Fotografia de N. Vitorino)

Mais África nesta semana. Agora é um provérbio que li num livro do poeta moçambicano Rui Knopfli:

Sem que tenhas atravessado todo o rio, não te rias das mandíbulas do jacaré. 


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Hoje, dia 24, greve geral em Portugal


Outro dia falamos aqui desta palavra, greve,  que não se parece com a palavra espanhola, "huelga", devido ao facto de aquela ter passado do francês para o português.

Fotografia publicada no diário Público

"Greve pára transportes e torna trânsito caótico. Trânsito caótico, estações ferroviárias sem comboios, 121 voos da TAP cancelados. Os efeitos da greve geral, convocada pela CGTP e UGT em protesto contra as medidas de austeridade, fazem-se sentir sobretudo no sector dos transportes, no qual a adesão está a ser elevada." (Lido no diário Público)




Fotografia de Patrícia de Melo



Faces coloridas?

Cavalo numa paisagem (1910), de Franz Marc

Esta mensagem não tem nada a ver com a matéria deste blogue, mas como diz uma das nossas etiqueta Saber é bom, e é por causa de uma coisa que o professor comentou na sala de aula da turma do 4º ano no outro dia, que são publicados aqui estes retratos e este cavalo do pintor alemão Franz Marc.

Uma coisa é a realidade e outra as circunstâncias da vida nesse momento e o modo em que os artistas veeem as coisas.

Sera que algum aluno vai dizer que é impossível existir um cavalo ou uns rostos como estes? Existem, pois os pintores assim os viram.

Para aprender, os mais velhos dos alunos acho eu, ou pelo menos aqueles que gostam de desenhar, eis algumas palavras sobre esta arte chamada expressionismo (mais o link da Wikipédia):

O expressionismo foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos primórdios do século XX, de indivíduos que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que na sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. Ou seja, a obra de arte é reflexo direto do mundo interior do artista expressionista. O expressionismo plasmou-se num grande número de campos: arquitetura, artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança, fotografia, etc.


Ernst Ludwig Kirchner 


Karl Schmidt-Rottluf  (1910)


George Grosz (1918)



O grito, do pintor norueguês Edvard Munch, que inspirou o expressionismo do século XX.



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Campanha de Defesa da Língua Portuguesa


Se você é daquelas pessoas que escrevem assim, não espere que eu leia aquilo que escreve.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O que é BUALA?


Há mais ou menos um ano pus um link na seção INTERESSANTE E PRÁTICO do nosso blogue: Buala - cultura contemporânea africana, "o primeiro portal multidisciplinar de reflexão, crítica e documentação das culturas africanas contemporâneas em língua portuguesa, com produção de textos e traduções em francês e inglês (...) A língua portuguesa, celebrada na diversidade de Portugal, Brasil e Áfricas, dialoga com o mundo. 
 "

Agora por causa do aniversário acho bem chamar a atenção sobre esta associação, quer dos alunos mais velhos e curiosos, quer de qualquer visitante de Ao pé da Raia.

Das palavras da apresentação deste portal pronunciadas por Marta Lança nas V Jornadas de Língua Portuguesa e Cultura Lusófona da APPEX (Asociación de Profesores de Portugués en Extremadura), celebradas ontem em Mérida, salientamos estas: "A valorização da língua portuguesa na sua pluralidade". Marta Lança, mais Marta Mestre, Francisca Bugalho e Guillerme Cartaxo são os fazedores de BUALA.
Em Sobre nós, lemos o seguinte:

A Associação BUALA actua na criação e fortalecimento de pontes culturais entre África, Portugal e Brasil. Criámos uma rede de trabalho que se materializa num portal online de reflexão, crítica e documentação das culturas africanas contemporâneas, com produção de textos sobretudo em língua portuguesa e traduções em francês e inglês, de abordagem multissectorial e interdisciplinar. Do significado de BUALA (casa, aldeia, comunidade na língua quimbundo) retemos esse ponto de encontro entre várias geografias e contribuições, de todos os países de língua portuguesa, celebrada na sua diversidade. O conceito de África é aqui entendido no diálogo com o mundo, e vai do Rio de Janeiro a Lisboa, com várias bases no continente africano e nas ilhas.

(...)

Interessa-nos o património cultural africano de uma forma abrangente, na sua vertente contemporânea, contribuindo para o seu revitalizar constante, em termos de produção e intercâmbio cultural. (...)

Para fortalecer esta dinâmica apostamos também na formação, na ligação entre os núcleos de colaboradores: artistas, agentes culturais, investigadores, jornalistas, programadores, estudantes. Para isso promovemos módulos de formação em jornalismo cultural e produção nas cidades onde o BUALA está implantado. Fazemos debates mensais sobre assuntos ligados à representação de África em vários contextos culturais (em Lisboa, no Chapitô).

Os textos, inéditos ou não, sobre as culturas africanas contemporâneas, estão distribuídos nas seguintes secções: vou lá visitar – exposições, bienais, festivais, viagens; cara a cara – autores, objectos; afroscreen – cinema e multimédia; a ler - ensaios e reportagens; mukanda – divulgação do pensamento de autores africanos, manifestos, textos políticos e literários; palcos – artes do palco, dança, teatro e música; cidade – pensar a cidade e a urbanização; preparamos um arquivo onde se disponibilizarão materiais da autoria de Ruy Duarte de Carvalho e sobre a sua obra. Pode ainda encontrar o blog Dá Fala recheado de divulgação cultural e académica, imagens, sons e video, a secção Galeria com 15 exposições virtuais. Disponibilizamos ainda biografias dos autores.

O BUALA iniciou actividade a 25 de Maio de 2010, dia de África (...)

BUALA concentra e disponibiliza materiais, imagens, projectos, intenções, afectos e memórias. É uma plataforma construída para as pessoas. Uma rede de trabalho para profissionais da cultura e do pensamento. Artistas, agentes culturais, investigadores, jornalistas, curiosos, viajantes e autores, todos se podem encontrar e habitar este BUALA.


 Vamos lá mergulhar em BUALA!


Fotografia de J.D. Ojeikere retirada da Galeria de Buala



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Lindo telemóvel!



Este telemóvel é bem antigo, não é?, mas tanto faz o modelo. Se calhar, o dono ficou cansado dele e foi por isso que pegou num martelo, num prego e... pronto!


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O menino grande (Sebastião da Gama)

Sebastião da Gama

O MENINO GRANDE

Também eu, também eu,
joguei às escondidas, fiz baloiços,
tive bolas, berlindes, papagaios,
automóveis de corda, cavalinhos...

Depois cresci,
tornei-me do tamanho que hoje tenho.
Os brinquedos perdi-os, os meus bibes
deixaram de servir-me.
Mas nem tudo se foi:
ficou-me,
dos tempos de menino,
esta alegria ingénua
perante as coisas novas
e esta vontade de brincar.

Vida!
não me venhas roubar o meu tesoiro:
não te importes que eu ria,
que eu salte como dantes.
E se riscar os muros
ou quebrar algum vidro
ralha, ralha comigo, mas de manso...

(Eu tinha um bibe azul...
Tinha berlindes,
tinha bolas, cavalos, papagaios...

A minha Mãe ralhava assim como quem beija...
E quantas vezes eu, só pra ouvi-la
ralhar, parti os vidros da janela
e desenhei bonecos na parede...)

Vida!, ralha também,
ralha, se eu te fizer maldades, mas de manso,
como se fosse ainda a minha Mãe...

Sebastião da Gama (1924-1952), poeta português