Reparem nisto: a versão original desta fábula foi criada pelo grego Esopo há quase 3000 anos (ele viveu entre o século VII e o VI a.C.) Os autores gregos e romanos, os clássicos, continuam vivos e a dar-nos lições muitos séculos depois.
A RÃ E O ESCORPIÃO
O rio transbordava e a sua corrente era de tal maneira forte que o escorpião jamais se atreveria a atravessá-lo. Porém, no sítio onde se encontrava, eram escassas as suas possibilidades de sobrevivência. Só um animal habituado a lidar com a corrente poderia salvar o escorpião. Mas quem se atreveria a confiar nele? O escorpião medita e percebe que só um milagre impedirá que esteja perdido.
Nisto o escorpião vê uma rã que se prepara para atravessar este caudal violento e, na sua aflição, não hesita em pedir-lhe socorro. A rã acede sob condição do escorpião respeitar o seu gesto altruísta e não a ferrar com o seu letal veneno. O escorpião aceita o pedido da rã, mais que legítimo, e monta-se sobre o seu dorso podendo assim atravessar o rio.
Porém, já perto da outra margem, o escorpião cravou o ferrão na bem-intencionada rã que em voz débil lhe perguntou: “Como foste capaz de me fazer isto depois de tudo o que eu fiz para te ajudar? Não vês que vou morrer?"
O escorpião fita a rã e diz-lhe: “Que queres? Está na minha natureza!..”
Agora, acrescento parte do comentário que fez a autora do blogue onde achei este texto. Leiam e pensem um bocado, reflitam...
"Eu própria me remonto à minha infância quando um dia perante a insistência duma garota pobre, com quem brincava, lhe ofereci um dos meus melhores vestidos que deixei que ela escolhesse entre os que tinha no meu roupeiro. Ela agradeceu-me e levou-o pressurosa para casa. Depois reuniu-se a mais uns garotos de rua e esperou-me num sítio por onde eu passava e deram-me uma tareia. Isto porque, segundo dizia a Carmo (assim se chamava a garota), eu tinha vários vestidos e apenas lhe tinha dado aquele.
Eu era criança e na altura senti uma mágoa sem limites que me marcou por toda a vida embora hoje até me dê com a Carmo e até compreenda o ponto de vista dela. Porém e apesar da mágoa, isso não me afastou daquilo que considero correcto."
(Versão e comentários lidos no blogue Silêncio culpado: "A fábula e a vida" )
Esopo na Infopédia
A RÃ E O ESCORPIÃO
O rio transbordava e a sua corrente era de tal maneira forte que o escorpião jamais se atreveria a atravessá-lo. Porém, no sítio onde se encontrava, eram escassas as suas possibilidades de sobrevivência. Só um animal habituado a lidar com a corrente poderia salvar o escorpião. Mas quem se atreveria a confiar nele? O escorpião medita e percebe que só um milagre impedirá que esteja perdido.
Nisto o escorpião vê uma rã que se prepara para atravessar este caudal violento e, na sua aflição, não hesita em pedir-lhe socorro. A rã acede sob condição do escorpião respeitar o seu gesto altruísta e não a ferrar com o seu letal veneno. O escorpião aceita o pedido da rã, mais que legítimo, e monta-se sobre o seu dorso podendo assim atravessar o rio.
Porém, já perto da outra margem, o escorpião cravou o ferrão na bem-intencionada rã que em voz débil lhe perguntou: “Como foste capaz de me fazer isto depois de tudo o que eu fiz para te ajudar? Não vês que vou morrer?"
O escorpião fita a rã e diz-lhe: “Que queres? Está na minha natureza!..”
Agora, acrescento parte do comentário que fez a autora do blogue onde achei este texto. Leiam e pensem um bocado, reflitam...
"Eu própria me remonto à minha infância quando um dia perante a insistência duma garota pobre, com quem brincava, lhe ofereci um dos meus melhores vestidos que deixei que ela escolhesse entre os que tinha no meu roupeiro. Ela agradeceu-me e levou-o pressurosa para casa. Depois reuniu-se a mais uns garotos de rua e esperou-me num sítio por onde eu passava e deram-me uma tareia. Isto porque, segundo dizia a Carmo (assim se chamava a garota), eu tinha vários vestidos e apenas lhe tinha dado aquele.
Eu era criança e na altura senti uma mágoa sem limites que me marcou por toda a vida embora hoje até me dê com a Carmo e até compreenda o ponto de vista dela. Porém e apesar da mágoa, isso não me afastou daquilo que considero correcto."
(Versão e comentários lidos no blogue Silêncio culpado: "A fábula e a vida" )
Esopo na Infopédia
1 comentário:
Há pessoas assim...
às vezes...
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