Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Sobre o Dia Internacional das Mulheres


Um post de ontem, Dia Internacional das Mulheres, lido no blogue O linguado. Para ler e refletir um pouco. A sério.


O Dia Internacional das Mulheres existe como jornada de luta contra a desigualdade social. (Contra a desigualdade, não contra a diferença entre homens e mulheres!)

Fazer dele uma espécie de dia dos namorados em versão alargada, ou de dia de ofertas especiais no comércio, ou até um dia de comiseração por uma minoria indefesa e desfavorecida, parece-me indigno.

Mas é isso que vejo fazer, aparentemente com boas intenções, na imprensa, nos restaurantes e cafés, nas redes sociais...

As próprias mulheres (ou grande parte delas) alinham nesta atitude, numa admissão implícita de uma estranha inferioridade e confirmando que ainda há muito para fazer neste domínio.


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De um artigo publicado ontem no semanário Expresso, "Faz sentido um Dia Internacional da Mulher?", escrito por Paula Cosme Pinto, retiramos os dois primeiros parágrafos. Para pensarem também, vocês todos, rapazes e raparigas.


Hoje não se celebra o Dia Internacional da Mulher. Hoje assinala-se este dia. No dia em que for possível simplesmente celebrar, ele deixa de fazer sentido. E quando ele deixar de fazer sentido é sinal de que estamos a viver num mundo muito mais justo e equilibrado, onde os seres humanos são celebrados de igual forma todos os dias. Onde uma pessoa não é menor, ou menosprezável, simplesmente por ter nascido com determinado género. Neste caso, o feminino.

Ainda vamos esperar 70 anos para elas serem tratadas como eles, lia-se ontem no Expresso, num texto baseado nos dados mais recentes da Organização Internacional do Trabalho. Por cá, a diferença do salário médio entre um homem uma mulher ainda ronda os 20%, sem explicação clara para tal. Além destes – que tanta gente diz serem um capricho das feministas –, os números que comprovam o que disse anteriormente são tantos e tão graves que sei vários de cabeça. Por exemplo, no ano passado morreram 42 mulheres em contexto de violência doméstica em Portugal (...) No mundo inteiro, quase 14 milhões de crianças são obrigadas a casar todos os anos antes de atingirem a maioridade. Mais 80% destas crianças são meninas. Dados das Nações Unidas revelaram também recentemente que pelo menos 200 milhões de meninas, raparigas e mulheres foram vítimas de mutilação genital.





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