Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Não me mintas (Rui Veloso)



Não me mintas é uma canção composta e cantada pelo portuense Rui Veloso, que faz parte da banda sonora do filme Jaime (1999), realizado por António Pedro Vasconcelos, que vocês já conhecem como realizador de A Bela e o Paparazzo. No vídeo podemos ver algumas cenas do filme.


Sinopse: Jaime vive na cidade de Porto com sua mãe, que se separou recentemente de seu pai. Ele pensa que a separação foi causada pelo roubo da motocicleta do pai, que fez com que ele perdesse o emprego. Jaime, menor de idade, começa a trabalhar às escondidas da mãe e do pai, convencido de que o dinheiro lhe permitirá comprar a felicidade perdida. A intenção é comprar uma nova motocicleta para que os pais resolvam os seus problemas e voltem a estar juntos... (CinePt - Cinema Português)


NÃO ME MINTAS

Eu queria unir as pedras desavindas
escoras do meu mundo movediço
aquelas duas pedras perfeitas e lindas
das quais eu nasci forte e inteiriço

Eu queria ter amarra nesse cais
para quando o mar ameaça a minha proa
e queria vencer todos os vendavais
que se erguem quando o diabo se assoa

Tu querias perceber os pássaros
voar como o Jardel sobre os centrais
saber por que dão seda os casulos
mas isso já eram sonhos a mais

Conta-me os teus truques e fintas
será que os nikes fazem voar
diz-me o que sabes e não me mintas
Ao menos em ti posso confiar

Agora diz-me o que aprendeste
de tanto saltar muros e fronteiras
olha para mim e vê como cresceste
com a força bruta das trepadeiras

Põe aqui a mão e sente o deserto
tão cheio de culpas que não são minhas
e ainda que nada à volta bata certo
Eu juro ganhar o jogo sem espinhas

Tu querias perceber os pássaros
voar como o Jardel sobre os centrais
saber porque dão seda casulos
mas isso já eram sonhos a mais


(Letra em Vagalume)



 Saúl Fonseca, o ator protagonista do filme



"O problema é que quando criança machucamos..."



Não sabemos quem é que disse isto, mas cá fica. As pessoas machucam outras coisas que doem mais quando são crescidas. É a vida.


machucar
[mɐʃuˈkar]
verbo transitivo
1. (ferir) herir
2. (esmagar) machacar, aplastar
3. (cereais) desgranar
4. (amarrotar) chafar, arrugar

(Dicionários da Porto Editora)




Vista grossa (Renato Machado)



Fica bem claro nestas vinhetas de Renato Machado o significado da expressão fazer vista grossa?

E as consequências que por vezes isso pode ter?


De todas as maneiras, vamos ler o significado da expressão. Assim também se aprende. O dicionário Priberam diz-nos:

fazer vista grossa
• Ignorar deliberadamente, fingir que não se vê.


Conhecem a expressão espanhola equivalente? É muito fácil.



quarta-feira, 30 de março de 2016

Evolução da espécie (Renato Machado)




Se calhar, a evolução da nossa espécie não tem sido tão grande como parece...





A Aitana vai mascarar-se assim no próximo Carnaval



A Aitana, da turma de 4º A, escreveu que ela gosta da cultura japonesa e, se bem me lembro, ela gostava de fazer uma viagem ao Japão. Será que já se mascarou alguma vez de geisha? Se calhar, no próximo ano, a Aitana vai pelas ruas de Badajoz deste jeito.





(Fotografias de Watanabe san)





terça-feira, 29 de março de 2016

Brasileiro Dalcio Machado vence festival de cartum da Bélgica




Voltamos das férias e começamos em força:

Reparem e... digam-me o que é que veem. Há semelhanças e diferenças, não há?




(Fonte: mar à vista da ilha, 2 de março de 2016)




sexta-feira, 18 de março de 2016

Guerra Civil (Miguel Torga)



A 21 de março celebra-se o Dia Mundial da Poesia. Nós estamos de férias, e é por isso que cá ficam para esse dia estes versos do poeta português Miguel Torga (1907 - 1995), cujo verdadeiro nome era Adolfo Rocha.



GUERRA CIVIL

É contra mim que luto.
Não tenho outro inimigo.
O que penso,
O que sinto,
O que digo
E o que faço,
É que pede castigo
E desespera a lança no meu braço.

Absurda aliança
De criança
E adulto,
O que sou é um insulto
Ao que não sou;
E combato esse vulto
Que à traição me invadiu e me ocupou.

Infeliz com loucura e sem loucura,
Peço à vida outra vida, outra aventura,
Outro incerto destino.
Não me dou por vencido,
Nem convencido.
E agrido em mim o homem e o menino.

Miguel Torga




quinta-feira, 17 de março de 2016

Pequenas odisseias (Daniel Cramer)



Este jovem está a ouvir música em inglês na fila à espera da sua vez, mas vamos fazer de conta que ele está a ouvir algum músico brasileiro, por exemplo, Seu Jorge. A música também dá para dançar.

Quem desenhou, já conhecem, é Daniel Cramer.


E despedimo-nos até à volta das férias. Tenham boas férias vocês todos!







quarta-feira, 16 de março de 2016

Coisas que eu achava quando era criança: mais duas



E vocês, alunos da turma de 3º AD, não se lembram de nenhuma dessas coisas que todas as crianças julgam naturais e os adultos não sabem ver? A vossa infância ainda fica bem pertinho do dia de hoje.





Quando eu era criança...




...chorava bem alto pra minha mãe escutar.

Hoje choro baixinho pra ninguém me perguntar o motivo.




A solução do tempo




terça-feira, 15 de março de 2016

"– Para levar estes livros é preciso pagar?"



Há vários diálogos da nossa amiga A Livreira Anarquista no blogue. Ela não está a brincar. Conta o que se passa por vezes na livraria onde ela trabalha.


Centro COMERCIAL (só isto define tudo).

Pessoas pelos corredores a passear com carrinhos apinhados de compras.

Lojas e mais lojas.

Montra com livros e respectivos preços afixados em balões evidentes.

Preços marcados em todos os livros no interior da livraria.

Máquinas de pagamento multibanco sobre o balcão.

Fregueses ao balcão, com livros, a efectuar pagamentos sob variadas formas; desde dinheiro vivo a cartões de crédito.

E sai-me do Éden esta singela alma (de uns 30 e tal anos - sim é um dado importante para avaliar o nível de desordem da dita criatura) com a seguinte pergunta:

– Para levar estes livros é preciso pagar?

Departamento de marketing; revejam as vossas estratégias, por favor.

Porque anda qualquer coisa a falhar.




segunda-feira, 14 de março de 2016

Naná Vasconcelos deixou de tocar o seu berimbau



Na semana passada morreu um grande percussionista brasileiro, Naná Vasconcelos. Ele tocou com os melhores músicos brasileiros e norte-americanos. Fica em baixo um duo com o guitarrista brasileiro Egberto Gismonti.

No jornal português Público, lemos: "Nascido no Recife, Pernambuco, no dia 2 de Agosto de 1944, Naná Vasconcelos tocava múltiplos instrumentos, do berimbau à queixada de burro. Durante a sua longa carreira, tocou ou gravou com músicos como Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Egberto Gismonti, Joyce ou Marisa Monte, no Brasil, e com nomes como B.B. King, Paul Simon, Talking Heads, Nigel Kennedy ou gigantes do jazz como Miles Davis, Don Cherry, Pat Metheny, Art Blakey Jan Garbarek, Tony Williams, Gato Barbieri ou Jean-Luc Ponty, durante os anos que passou nos Estados Unidos e na Europa. Actuou várias vezes em Portugal, a solo ou acompanhando outros músicos."

Na Wikipédia lemos o seguinte: "Eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat e ganhador de oito prêmios Grammy, era considerado uma autoridade mundial em percussão"


Praça da Paz - Parque Ibirapuera - São Paulo



Na turma de 3º D há um aluno que sabe muito de percussão, o Juan José. Há dois anos, em dezembro de 2013, dediquei-lhe este post, no blogue Olá! Como estás?: "Batucada na Bahia para o Juan José"




sexta-feira, 11 de março de 2016

Quem foi Manoel de Oliveira?



Não se pode falar de cinema em Portugal sem falar do realizador Manoel de Oliveira. Vocês não gostariam dos filmes dele, mas devem conhecer a sua figura e saber da sua importância. E vamos ver dois breves fragmentos da sua primeira longa-metragem e de outra.


Manoel de Oliveira  (Porto, Cedofeita, 11 de dezembro de 1908 – Porto, Foz, 2 de abril de 2015) foi um cineasta português. Era, à data da sua morte, o mais velho realizador do mundo em atividade e o mais velho de sempre com a mais longa carreira da história do cinema, com uns notáveis 88 anos ao seu serviço. É autor de trinta e duas longas-metragens.

 Primeira longa-metragem: Aniki-Bóbó (1942)









Vale Abraão (1993)



Última longa-metragem: O Gebo e a Sombra (2012)









Manoel de Oliveira (1908-2015), o tempo faltou-lhe, definitivamente
Sérgio C. Andrade
02/04/2015 - 13:08  

O mais velho realizador do mundo morreu esta quinta-feira na sua casa no Porto, aos 106 anos. Foi “uma bela vida”. (Público)




quinta-feira, 10 de março de 2016

Rabugento?




rabugento

  • 2. que resmunga por tudo; mal-humorado; impertinente (Infopédia) 
  • Que tem rabugem ou mau humor. = IMPERTINENTE, MAL-HUMORADO (Dicionário Priberam)

Como é que diriam em espanhol?


Vocês são muito ou pouco rabugentos? Vejam nesta lista o vosso signo e o vosso lugar na classificação...





quarta-feira, 9 de março de 2016

Sobre o Dia Internacional das Mulheres


Um post de ontem, Dia Internacional das Mulheres, lido no blogue O linguado. Para ler e refletir um pouco. A sério.


O Dia Internacional das Mulheres existe como jornada de luta contra a desigualdade social. (Contra a desigualdade, não contra a diferença entre homens e mulheres!)

Fazer dele uma espécie de dia dos namorados em versão alargada, ou de dia de ofertas especiais no comércio, ou até um dia de comiseração por uma minoria indefesa e desfavorecida, parece-me indigno.

Mas é isso que vejo fazer, aparentemente com boas intenções, na imprensa, nos restaurantes e cafés, nas redes sociais...

As próprias mulheres (ou grande parte delas) alinham nesta atitude, numa admissão implícita de uma estranha inferioridade e confirmando que ainda há muito para fazer neste domínio.


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De um artigo publicado ontem no semanário Expresso, "Faz sentido um Dia Internacional da Mulher?", escrito por Paula Cosme Pinto, retiramos os dois primeiros parágrafos. Para pensarem também, vocês todos, rapazes e raparigas.


Hoje não se celebra o Dia Internacional da Mulher. Hoje assinala-se este dia. No dia em que for possível simplesmente celebrar, ele deixa de fazer sentido. E quando ele deixar de fazer sentido é sinal de que estamos a viver num mundo muito mais justo e equilibrado, onde os seres humanos são celebrados de igual forma todos os dias. Onde uma pessoa não é menor, ou menosprezável, simplesmente por ter nascido com determinado género. Neste caso, o feminino.

Ainda vamos esperar 70 anos para elas serem tratadas como eles, lia-se ontem no Expresso, num texto baseado nos dados mais recentes da Organização Internacional do Trabalho. Por cá, a diferença do salário médio entre um homem uma mulher ainda ronda os 20%, sem explicação clara para tal. Além destes – que tanta gente diz serem um capricho das feministas –, os números que comprovam o que disse anteriormente são tantos e tão graves que sei vários de cabeça. Por exemplo, no ano passado morreram 42 mulheres em contexto de violência doméstica em Portugal (...) No mundo inteiro, quase 14 milhões de crianças são obrigadas a casar todos os anos antes de atingirem a maioridade. Mais 80% destas crianças são meninas. Dados das Nações Unidas revelaram também recentemente que pelo menos 200 milhões de meninas, raparigas e mulheres foram vítimas de mutilação genital.





segunda-feira, 7 de março de 2016

Os Salteadores (Abi Feijó)


Os Salteadores é uma curta-metragem de animação realizada por Abi Feijó, baseada num conto do escritor português Jorge de Sena (1919 - 1978). O que encontramos em "Os salteadores", do livro Os Grão-Capitães, publicado em 1971, é "o silenciamento sufocante de um fuzilamento sumário em Espanha com a conivência da polícia portuguesa"


Portugal. 1993. 35 mm. 12’36” (Esta versão é legendada em espanhol)

Sinopse: Dentro de um carro, numa viagem à noite ao longo da costa portuguesa, nos anos 50, ouve-se uma discussão sobre a identidade de um grupo de homens, capturados e mortos há alguns anos no decorrer da guerra civil espanhola.

Três perspectivas são confrontadas num discurso que revela a face e as sensibilidades ideológicas do regime fascista português. Como se a História pudesse ser inventada ou esquecida... 

Diretor: Abi Feijó.
Guião: Abi Feijo e Sergio Andrade. Baseado no conto "Os Salteadores", incluído em Os Grão-Capitães (1971), de Jorge de Sena.
Animação: Filmografo, Animais (Lisboa).
Fotografia: Pedro Serrazina, Martin Koscielniak.
Música: Manuel Tentugal
Produção: Filmografo / Jorge Neves.
Cópia: Agência Curtas Metragens, Portugal.

(Ciclope Films)



sexta-feira, 4 de março de 2016

Relemos os direitos do leitor de Gabriel Pennac?

Giuseppe  Arcimboldo



Bom, relemos ou lemos pela primeira vez, não faz mal. Este post foi publicado em 2013, e acho que vão gostar de alguns destes direitos do leitor que escreveu o autor francês Gabriel Pennac no seu livro Como um romance. É claro que algum deles não serve para a escola: por exemplo, o primeiro.

Na nova unidade do nosso manual temos cinema e livros adaptados para o cinema. Foi por isto que me lembrei das palavras de Pennac.


1) O direito de não ler.

2) O direito de pular páginas.

3) O direito de não terminar um livro.

4) O direito de reler.

5) O direito de ler qualquer coisa.

6) O direito de amar os "heróis" dos romances.

7) O direito de ler em qualquer lugar.

8) O direito de ler uma frase aqui e outra ali.

9) O direito de ler em voz alta.

10) O direito de não falar do que se leu.



Ilustração de Bernardo Carvalho




Jorge seria um ótimo parafuso... (João H. R. Castro)



A história de João H.R. Castro dá para pensar um bocado, não dá? Alguém me explica?


receio
1. Incerteza.
2. Apreensão.
3. Temor.


prego
1. Haste de metal com cabeça e de ponta aguçada.


parafuso
1. Peça cilíndrica canelada em espiral




quinta-feira, 3 de março de 2016

É preciso







(Fonte: Armazém do Educador)




Prejuízos do Google Maps



ter memória de elefante.

Primeira vinheta. Dotados de uma habilidade de memória formada pelas excelências de seu modo de vida...

Segunda vinheta: ...acostumados a percorrer áreas, desenvolveram uma precisa memória espacial...

Terceira vinheta: ...que se perdeu nos tempos atuais com o uso excessivo do GOOGLE MAPS.


* * * * * * * *

"Memória de elefante” é uma expressão idiomática na língua portuguesa, que é utilizada para se referir às pessoas que possuem uma boa memória, que não esquecem das coisas facilmente.

Esta expressão popular surgiu a partir da observação de uma característica marcante e fascinante sobre os elefantes.

Estes animais possuem uma grande capacidade de armazenar informações. Por questão de sobrevivência, os elefantes caminham vários quilômetros em busca de água e comida e conseguem memorizar exatamente os locais ou conseguir seus suprimentos, mesmo após percorrer distâncias enormes.

De acordo com a fisiologia dos elefantes, esses paquidermes possuem um cérebro mais denso e com mais lóbulos do que o dos humanos, o que faz com que tenham maior capacidade de guardar informações.



(Fonte)