Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

O melhor cão do mundo (Karina)

 
 O Rocky já velhote


Achei isto no blogue de uma jovem designer portuguesa. Fala do cão dela, que morreu em janeiro de 2011. Como vimos no 3º ano alguns animais e vocabulário relacionado numa das últimas unidades do livro anterior, e alguns alunos que tinham cães, cadelas, gatos... nos falaram deles, acho que gostariam de ler estas palavras em que Karina nos descreve como era e o que fazia o Rocky, um boxer, "o melhor cão do mundo" para ela, naturalmente. É  sempre assim, o nosso cão sempre será "o melhor do mundo", não é verdade?

Para além disso, eu concordo com Karina no caso da raça, porque tive uma cadela boxer. Ela era brincalhona e muito bruta também, mas muito meiga. Os boxers sempre são assim. Ela morreu há vários anos, mas sempre que vejo um deste cães pela rua sinto saudades dela.



O melhor cão do mundo

O melhor cão do mundo era o meu boxer, o Rocky de Shakazulo. Também tenho um cão de água, o Snoopy, que deve ser o melhor cão de água do mundo - muito esperto, muito meigo, muito ladino - e um gato - que também é o melhor gato do mundo, não tivesse ele atitudes de um autêntico cão.

Mas o melhor cão era o Rocky: era definitivamente o melhor amigo do dono, imensamente meigo, super inteligente e incrivelmente obediente. Se eu (ou alguém que da família) estivesse triste, o cão também ficava triste, e nessas alturas, ía pôr o seu focinho em cima do seu colo e olhava-nos com o olhar canino mais fofo que alguma vez podia existir.

Desde que nasceu até à sua fase final, foi sempre brincalhão ao ponto de nunca conseguirmos ter uns canteiros decentes no quintal, que ele ia lá e arrancava tudo - menos as rosas.

Tinha uma força brutal, e, se bem que fosse ciúmento em relação ao Snoopy, se era para defender o seu amigo cão de água, dos cães da rua, ele tratava do assunto.

Para além disso, estava sempre atento e sabíamos sempre que alguém estava a chegar porque, muito antes de tocarem à porta, já ele estava a ladrar.

Foi sempre um apreciador de comida, e nunca foi muito esquisito: tão depressa comia carne como estava a comer calças, casacos, tapetes, sapatos, comandos da televisão, o que lhe aparecesse à frente, basicamente.

E foi um lutador: a esperança média de vida de um boxer ronda os 8 anos, mas este durou 11 anos. O último ano já foi muito complicado, o cão começou com muitas dores, com dificuldades a respirar, entre outras maleitas. Mas sempre que o levávamos ao veterinário com a ideia de que provavelmente teria de ser abatido, ele melhorava um pouco e lá o traziamos de volta para casa, todos contentes. Até que na primeira semana de 2010 ele teve de ficar internado na clínica veterinária e no dia 6 de Janeiro, passado pouco tempo de ter comido, partiu.

Nunca consegui falar muito bem do assunto. Mesmo agora, passado mais de um ano, escrever isto está a ser um teste à minha força para conter as lágrimas.

O Rocky de Shakazulo era o melhor cão do mundo e provavelmente não vou ter cão como ele. Só espero que neste momento ele esteja no paraíso canino, a roer um bom par de calças. 

Karina


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